Chicago: Grãos focam clima seco nos EUA e voltam a subir

Publicado em 26/08/2011 12:03 e atualizado em 26/08/2011 13:10
O presidente do Banco Central americano, Ben Bernanke, não anunciou medidas de alívio à economia dos EUA, ao contrário das expectativas dos traders. Como consequência, o complexo de grãos abriu o pregão diurno desta sexta-feira em Chicago sem direção.

Porém, os preços recuperaram o fôlego após a primeira hora da sessão e voltaram a registrar boas altas focando, novamente, os fundamentos positivos. Às 12h35 (horário de Brasília) a soja operava com 14 pontos positivos, retornando aos US$14 por bushel nos principais vencimentos. No mesmo horário, o trigo subia também 5 pontos no vencimento maio 2012 e o milho apresentava 10 pontos de alta no vencimento dezembro 2011.

As incertezas quanto ao clima e produção dos EUA andam sustentando os preços de ambas as commodities. O milho se apóia ainda nas notícias de vendas do grão americano para países desconhecidos. O Meio-Oeste norte-americano, principal região produtora do país, ainda sofre com a seca e o calor. Segundo informações da meteorologia dos EUA, o Cinturão de Produção deverá terminar agosto e começar setembro com chuvas ainda insuficientes para amenizar o estresse pelo qual passam as lavouras.

De acordo com Bernanke, o Fed (Federal Reserve) irá estimular a economia norte-americana, mas não entrou em detalhes de como isso será feito. Ainda hoje, o Departamento de Comércio do país sinalizou mais problemas quanto à economia. O PIB (Produto Interno Bruto) americano cresceu 1,0%, número inferior a projeção inicial de 1,3%.

Bernanke afirmou ainda que a expectativa é que a inflação do país fique abaixo dos 2% com uma possível contenção na alta dos preços do petróleo e das demais commodities.

Confira abaixo a análise que o Gerente de Agronegócios da POA Investimentos, João Carlos Kopp, fez do mercado financeiro após o pronunciamento de Bernanke.

O presidente do Banco Central America anunciou hoje que NÃO fará nenhum estimulo imediato a economia, ou seja, não vão imprimir mais dólares.

O dólar não sofrera tanto, quanto poderia sofrer caso houvesse a injeção na economia. Porém, com mercados animados ele volta a tendência baixista.

Enquanto todo o mercado financeiro esperava o discurso do presidente do Banco Central Americano, o que vemos em todos os canais de televisão dos EUA é o medo a respeito do furacão Irene.

Não estou contestando, nem dizendo que não é importante, mas parece que o furacão veio no momento certo, para tentar abafar as medidas.

Bem, o que cabe a nós? Aproveitar assim como eles. A Soja e Milho estão subindo, com um dólar interessante para Maio/12.

As projeções continuam das melhores, mas e quando o pessoal que tem o poder de começar a vender, se der conta de que nada foi feito, de que o crescimento vai ser muito mais lento que o esperado e ainda vão precisar de uma boa parcela de dólares para pagar os prejuízos do bendito furacão.

O buraco é mais embaixo, não vamos nos deixar iludir; mas também não vamos deixar de aproveitar os bons preços.

Soja está se aproximando dos U$ 14,15/bsc vencimento maio, como conversamos ontem tende a projetar um movimento mais amplo; trabalhando próximo de R$54,00/saco.

Milho Próximo dos U$ 7,50/bsc.

Dólar a vista na casa dos R$1,600.

Como ainda não sabemos se as altas irão se consolidar, a recomendação segue a mesma, aproveitar para travar, pelo o menos um pouco e garantir esses preços; caso o mercado siga os fundamentos e continue subindo, vamos identificando pontos que sejam atraentes para compormos o preço médio.

A situação ainda está longe de ser tranquila, mas também não estamos em pânico.

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Por: Ana Paula Pereira
Fonte: Notícias Agrícolas

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