Açúcar dispara e se aproxima dos 25 cents/lb em NY nesta 5ª com temores sobre oferta

Publicado em 20/04/2023 14:44
Preocupações continuam com a safra 22/23 da Índia, além do estabelecimento de um El Niño nos próximos meses

As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta quinta-feira (20) com alta expressiva nas bolsas de Nova York e Londres. Nos últimos dias, o mercado testou máximas de 10 anos. As preocupações com a oferta seguem no mercado.

O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York subiu 3,73%, cotado a 24,74 cents/lb, com máxima em 24,86 cents/lb e mínima de 23,64 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato teve alta de 2,29% no dia, a US$ 695,70 a tonelada.

O mercado do açúcar em Nova York busca os 25 cents/lb com a contínua preocupação dos operadores com a oferta global de açúcar, principalmente por conta dos países asiáticos. A Índia, segunda maior exportadora, enfrenta clima adverso.

Uma importante entidade comercial indiana disse nesta terça-feira que as usinas no país produziram, até o momento, 31,1 milhões de toneladas de açúcar desde o início da atual temporada em 1º de outubro, uma queda anual de 5,4%.

Além disso, o secretário de alimentos da Índia afirmou recentemente que o país não irá ampliar sua cota de exportação, que está em 6 milhões de toneladas para esta safra, sobre 11,2 milhões em 2021/22.

O mercado do adoçante também monitora a produção da próxima temporada global com um iminente El Niño se caracterizando. Além disso, chuvas têm sido registradas em plena colheita da safra 2023/24 do Brasil e podem impactar os trabalhos.

"Se você não tiver o abastecimento de açúcar do Centro-Sul do Brasil, não sei onde pode encontrar mais açúcar porque não tem outra fonte tão relevante e importante", afirmou à Bloomberg Henrique Akamine, chefe de açúcar e etanol da Tropical Research Services.

Leia mais:

+ Eminente El Niño nos próximos meses coloca em xeque aumento da oferta global de açúcar

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) trouxe nesta quinta-feira sua atualização para a safra 2022/23 do Brasil, que terminou em março, com estimativa de moagem de 610,1 milhões de toneladas e um crescimento de 5,4% em relação à temporada passada.

Leia mais:

+ Conab: Produção de cana chega a 610,1 milhões de toneladas na safra 2022/23 com melhora na produtividade nas lavouras

No financeiro, também há suporte da desvalorização do dólar sobre o real, o que tende a desencorajar as exportações das commodities, mas dá suporte aos preços. Por outro lado, o petróleo recuava.

MERCADO INTERNO

No Brasil, os preços do adoçante seguem em alta mesmo com o início da colheita 2023/24. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi negociado a R$ 142,05 saca de 50 kg e alta de 0,04%.

Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 151,45 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 26,15 c/lb e desvalorização de 0,67%.

Nesta sexta-feira (21), as negociações serão escassas nas praças do Brasil por conta do feriado do Dia de Tiradentes.

» Clique e veja as cotações completas de sucroenergético

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Açúcar tem leves ajustes e encerra monitorando oferta global, que pode dar novo suporte de alta
Decisão da Índia sobre retomada das exportações de açúcar está distante, diz autoridade
Após valorização com preocupação na oferta, açúcar tem realização de lucros
Açúcar/Cepea: Indicador inicia maio com novas baixas
Açúcar: Bolsas avançam mais de 2% com preocupação na oferta global