Mercado de café com dois cenários: operadores em NY otimistas com as chuvas e produtor, vivendo seca, retraído e sem fechar negócio

Publicado em 29/09/2021 15:26 e atualizado em 29/09/2021 18:16
Apesar de dias com expressivas valorizações, produtor quase não participa do mercado futuro; No Brasil, condição mantém preços elevados, mas produtor só faz negócios "da mão pra boca", diz analista
Gil Carlos Barabach - Analista da Safras e Mercado

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Entrevista com Gil Carlos Barabach - Analista da Safras e Mercado sobre o Mercado do Café

O mercado futuro do café arábica teve um dia de expressiva desvalorização para os principais contratos na Bolsa de Nova York (ICE Future US). De acordo com analista, o mercado devolve os ganhos da terça-feira (28), dia que foi marcado por grande variação no mercado financeiro.

Apesar disso, Gil Barabach, analista da Safras & Mercado, a tendência continua sendo de preços firmes, principalmente porque as preocupações com a oferta aumentam a cada dia sem chuva no Brasil. 

Na Bolsa de Nova York (ICE Future US), o café arábica com vencimento em dezembro/21 teve queda de 520 pontos, negociado por 193,40 cents/lbp, março/22 teve baixa de 520 pontos, cotado a 196,25 cents/lbp, maio/22 teve baixa de 525 pontos, valendo 197,35 cents/lbp e julho/22 teve baixa de 530 pontos, valendo 197,90 cents/lbp. 

Segundo Gil, o mercado hoje observa dois cenários: o do operador em Nova York que já precificou a quebra da safra 21, e agora aguarda o retorno das chuvas na expectativa de um alívio para 2022 e do outro lado, o produtor brasileiro que está vendo de perto as condições do parque cafeeiro e limita a oferta no mercado físico e pouco participa das travas futuras.

Além disso, o especialista comenta que até o retorno da chuva o cenário não deve mudar: a condição é para preços preços, mas o setor financeiro e as condições climáticas no Brasil devem seguir dando certa volatilidade ao mercado. 

Na Bolsa de Londres, o cenário foi o mesmo e o conilon também teve um dia de desvalorização. Novembro/21 teve queda de US$ 44 por tonelada, valendo US$ 2116, janeiro/22 registrou baixa de US$ 35 por tonelada, cotado a US$ 2110, março/22 recuou US$ 29 por tonelada, valendo US$ 2059 e maio/22 teve queda de US$ 28 por tonelada, valendo US$ 2036.

No Brasil, o mercado interno acompanhou e encerrou com desvalorização nas principais praças de comercialização do país. 

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve queda de 2,12%, valendo R$ 1.152,00, Poços de Caldas/MG recuou 1,32%, valendo R$ 1.120,00, Araguarí/MG teve queda de 0,87%, valendo R$ 1.140,00, Varginha/MG teve queda de 1,67%, valendo R$ 1.180, Campos Gerais/MG teve queda de 2,12% e Franca/SP recuou 2,50%, valendo R$ 1.170,00.

O tipo cereja descascado teve queda de 2,01% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.220,00, Poços de Caldas/MG recuou 1,17%, valendo R$ 1.270,00, Patrocínio/MG teve queda de 1,20%, valendo R$ 1.230,00, Varginha/MG recuou 1,61%, valendo R$ 1.220,00 e Campos Gerais/MG teve queda de 2,02%, valendo R$ 1.213,00.

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Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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