Minasul: Com incertezas na safra do Brasil, preço do café deve seguir com tendência de alta, pelo menos, até o primeiro semestre de 2022

Publicado em 26/11/2021 15:49 e atualizado em 26/11/2021 16:58
Semana foi marcada por expressiva valorização e condições do cafezal após florada generalizada aumentou a preocupação do setor
Héberson Vilas Boas Sastre - Gerente da Mesa de Operações e trader da Minasul

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Entrevista com Héberson Vilas Boas Sastre - Gerente da Mesa de Operações e trader da Minasul sobre o Café

 

 

Em dia de quedas generalizadas para as commodities agrícolas, o mercado futuro do café arábica também encerrou a semana com desvalorização para os principais contratos na Bolsa de Nova York (ICE Future US). + Petróleo despenca mais de 10% e pesa sobre açúcar nas bolsas de NY e Londres nesta 6ª

Março/22 teve queda de 245 pontos, negociado por 242,95 cents/lbp, maio/22 registrou queda de 265 pontos, valendo 242,15 cents/lbp, julho/22 teve baixa de 280 pontos, valendo 241,35 cents/lbp e setembro/22 teve queda de 295 pontos, valendo 240,50 cents/lbp. 

De acordo com Héberson Vilas Boas Sastre, Gerente da Mesa de Operações e trader da Minasul, apesar do dia de aversão ao risco no financeiro, para o arábica a movimentação pode ser considerada de ajustes técnicos, resposta às expressivas valorizações registradas durante a semana. 

Ainda de acordo com o especialista, com as inúmeras dúvidas que o setor ainda tem para o ciclo de 2022 no Brasil, os preços devem continuar firmes até, pelo menos, o período de entressafra, fevereiro-março. Héberson comenta ainda que a preocupação aumentou depois que a florada generalizada não vingou nas principais áreas de produção de café tipo arábica do Brasil. Ressalta, no entanto, que só será possível falar em quebra no primeiro semestre de 2022 após o período de enchimento de grãos. 

A semana foi marcada por expressiva valorização e o contrato março/22 atingiu a máxima em 10 anos nos últimos dias. Além do Brasil, o mercado também acompanha de perto as condições nos demais países produtores. Na Colômbia, a preocupação é com a atuação de um La Niña que poderia favorecer o excesso de chuvas e afetar a produção e qualidade do grão no segundo maior produtor de café arábica do mundo. 


Na Bolsa de Londres, o café tipo conilon encerrou com estabilidade. A colheita da safra no Vietnã limita as variações no mercado futuro. Março/22 teve alta de US$ 9 por tonelada, valendo US$ 2237, maio/22 registrou valorização de US$ 3 por tonelada, cotado a US$ 2202, julho/22 teve valorização de US$ 4 por tonelada, valendo US$ 2199 e setembro/22 teve alta de US$ 3 por tonelada, valendo US$ 2194. 

No Brasil, o mercado físico teve um dia de estabilidade nas principais praças de comercialização do país. 

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve queda de 0,88% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.470,00, Poços de Caldas/MG teve baixa de 0,34%, valendo R$ 1.475,00, Varginha/MG teve baixa de 1,32%, valendo R$ 1.500,00, Campos Gerais/MG teve queda de 0,67%, valendo R$ 1.477,00 e Franca/SP registrou baixa de 1,33%, valendo R$ 1.480,00.

O tipo cereja descascado teve queda de 0,82% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.573,00, Poços de Caldas/MG teve baixa de 0,32%, valendo R$ 1.565,00 e Campos Gerais/MG registrou queda de 0,65%, valendo R$ 1.537,00. 

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