Dos grãos ao café: Tudo é problema e volatilidade deixa operadores de arábica e conilon em pleno desconforto no mercado internacional

Publicado em 05/12/2023 16:13 e atualizado em 05/12/2023 17:13
El Niño tira o sono do campo à xícara, produtor está preocupado com veranico, mas não pode deixar de participar do mercado
Marcus Magalhães - Diretor Executivo MM Cafés
Podcast

Dos grãos aos café: Tudo é problema e volatilidade deixa operadores de arábica e conilon em pleno desconforto no mercado internacional

 

O mercado futuro do café arábica teve mais um dia de intensa valorização para os preços no pregão desta terça-feira (5) na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Com a recuperação de hoje, o arábica volta aos patamares da semana passada e com negócios sendo fechados acima de 180 cents/lbp no exterior. 

Março/24 teve alta de 435 pontos, negociado por 183,75 cents/lbp, maio/24 teve valorização de 425 pontos, cotado por 181,50 cents/lbp, julho/24 registrou alta de 420 pontos, valendo 181,95 cents/lbp e setembro/24 teve valorização de 420 pontos, cotado por 183,05 cents/lbp. 

De acordo com Marcus Magalhães, analista de mercado, operadores continuam vivendo um verdadeiro estresse diante das incertezas em relação à produção global de café. O El Niño já traz consequências para áreas de conilon e de arábica do Brasil, o que aumentam as preocupações. 

Além disso, na outra ponta, com o produtor aguardando a virada fiscal, ele quase não participa do mercado, aguardando para fechar negócios com volumes mais expressivos a partir do mês que vem. O analista pontua, no entanto, que apesar da volatilidade, as oportunidades são apresentadas para o produtor, é preciso participar para não perder bons negócios e a tendência de alta deve ser mantida no médio prazo. 

Em Londres, o mercado também subiu, apesar do início da safra do Vietnã. Março/24 teve alta de US$ 40 por tonelada, valendo US$ 2553, maio/24 tinha alta de US$ 35 por tonelada, cotado por US$ 2513, julho/24 teve valorização de US$ 34 por tonelada, negociado por US$ 2479 e setembro/24 teve alta de US$ 32 por tonelada, valendo US$ 2447. 

No físico, o mercado brasileiro acompanhou e volta a se aproximar de R$ 1 mil a saca. 

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 2,75% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 970,00, Poços de Caldas/MG teve alta de 2,15%, valendo R$ 950,00, Machado/MG teve valorização de 2,11%, cotado por R$ 970,00, Varginha/MG avançou 1,04%, valendo R$ 970,00 e Franca/SP teve alta de 1,03%, cotado por R$ 980,00. 

O tipo cereja descascado teve alta de 2,51% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.022,00, Poços de Caldas/MG teve alta de 1,98%, valendo R$ 1.030,00, Varginha/MG teve valorização de 4,04%, valendo R$ 1.030,00 e Campos Gerais/MG registrou alta de 1,94%, cotado por R$ 1.051,00. 

Veja a entrevista completa no vídeo acima

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Volume de chuva no Vietnã ainda é abaixo do esperado e robusta ganha quase US$ 100 por tonelada
Com adversidades climáticas, produtor de café especial precisa recalcular rota e adotar novas estratégias na safra de 2024
Safra de conilon: Cafés começam a chegar e rendimento da safra pode ser menor do que o esperado
Exportações dos Cafés do Brasil atingem 16,24 milhões de sacas no primeiro quadrimestre de 2024
Preocupação com oferta volta ao radar e robusta ganha mais de US$ 60 por tonelada