Preço do milho na B3 segue lateralizado diante da comercialização lenta no Brasil

Publicado em 05/09/2025 16:26
Chicago tende a continuar pressionar diante de safra praticamente concretizada como recorde nos EUA
Raphael Bulascoschi - Analista de Inteligência de Mercado de Milho da StoneX
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Preço do milho na B3 segue lateralizado diante da comercialização lenta no Brasil

 

A sexta-feira (5) chega ao final com os preços internacionais do milho futuro contabilizando movimentações negativas na Bolsa de Chicago (CBOT). 

O analista de inteligência de mercado da StoneX, Raphael Bulascoschi, explica que os preços internacionais continuam sob forte pressão com o cenário de estoques folgados se mantendo. 

“Os Estados Unidos já têm praticamente concretizado que vão colher uma safra recorde. Os números da StoneX nos EUA estimaram produtividade de 11,73 toneladas por hectare, o que é um pouco abaixo do estimado pelo USDA em agosto, mas ainda assim a safra de milho nos EUA vai ser recorde de 421 milhões de toneladas. Uma safra muito boa e que vem pesando nos preços”, aponta. 

Por outro lado, o analista destaca que houve um movimento de recuperação nas cotações nas últimas semanas bastante ligado ao lado da demanda.  

“A gente vê uma demanda muito forte pelo lado do mercado doméstico em alguns segmentos, mas principalmente uma demanda muito forte do mercado exportador. A gente vê os Estados Unidos muito competitivos no mercado exportador ao longo de todo o ano de 2025, com o USDA realizando revisões sucessivas para a projeção final da safra 24/25. Isso, apesar da safra muito boa, tem compensado um pouco as perdas e dado certa sustentação em alguns momentos”, diz Bulascoschi. 

O vencimento setembro/25 foi cotado a US$ 3,99 com queda de 0,75 ponto, o dezembro/25 valia US$ 4,18 com desvalorização de 1,75 ponto, o março/26 foi negociado por US$ 4,36 com baixa de 1 ponto e o maio/26 teve valor de US$ 4,47 com perda de 0,25 ponto. 

Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (4), de 0,19% para o setembro/25, de 0,42% para o dezembro/25, de 0,23% para o março/26 e de 0,06% para o maio/26. 

No acumulado semanal, as posições do cereal norte-americano contabilizaram baixas de 0,54% para o dezembro/25, de 0,29% para o março/26 e de 0,11% para o maio/26, além de ganho de 0,25% para o setembro/25, com relação ao fechamento da última sexta-feira (29). 

Mercado Externo 

Os preços futuros do milho tiveram uma sexta-feira de movimentações levemente negativas na Bolsa Brasileira (B3), mais uma vez com flutuações praticamente lateralizadas. 

O analista de inteligência de mercado da StoneX destaca que estamos passando por um momento de movimentações bastante lateralizadas nas últimas semanas, com os preços encontrando certo piso. 

“Por mais que a gente tenha acabado de colher uma safrinha bastante robusta, a gente ainda vê uma resistência por parte dos preços. Isso pode se dar por vários motivos. Em primeiro lugar, a gente vê o real se apreciando desde o começo do ano em relação ao dólar, o que dá certo suporte para os nossos preços domésticos, mas também vemos uma consequência da comercialização mais lenta, o produtor parece não estar muito interessado em avançar com as vendas diante desse cenário de preços internacionais pressionados”, explica o analista. 

Bulascoschi acredita em cotações mantendo-se dessa forma lateralizada no Brasil, com alguma pressão adicional por conta da grande oferta de milho colhida neste ano no país. 

“Precisamos ficar atentos a como o Brasil vai se comportar com a competitividade internacional, um aumento de preços em outros lugares pode fazer o Brasil exportar mais. Porém, a perspectiva é de uma oferta abundante e preços um pouco mais pressionados daqui para frente. O que não significa que eles vão cair mais do que já caíram no pico entre março e abril, mas daqui para o final do ano deveremos ver um regime mais pressionado”, diz. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira 

No mercado físico brasileiro o preço da saca de milho teve movimentações positivas neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou valorizações nas praças de Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Sorriso/MT e Brasília/DF. 

O vencimento setembro/25 foi cotado a R$ 65,37 com alta de 0,03%, o novembro/25 valeu R$ 68,08 com queda de 0,86%, o janeiro/26 foi cotado a R$ 71,18 com perda de 0,60% e o março/26 teve valor de R$ 73,51 com baixa de 0,19%. 

No acumulado semanal, as posições do cereal brasileiro contabilizaram desvalorizações de 0,12% para o setembro/25, de 2,11% para o dezembro/25, de 1% para o janeiro/26 e de 0,07% para o março/26, com relação ao fechamento da última sexta-feira (29). 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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