Bolsonaro ganha ou perde apoio com suas frases de efeito? Ou as frases polêmicas fazem parte de uma estratégia?

Publicado em 31/07/2019 18:00
Entrevista com Renato Dias - Diretor Executivo do Blog Ranking dos Políticos
Renato Dias - Diretor Executivo do Blog Ranking dos Políticos

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Frases de Bolsonaro fazem parte de uma estratégia?

 

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Bolsonaro: “Sou assim mesmo. Não tem estratégia” (em O Antagonista)

Jair Bolsonaro conversou com O Globo.

Perguntado sobre seus mais recentes disparates, ele respondeu:

“Sou assim mesmo. Não tem estratégia. Se eu estivesse preocupado com 2022 não dava essas declarações.”

A conversa de Jair Bolsonaro com O Globo não estava marcada e o presidente teve de emprestar sua caneta Bic para a repórter Jussara Soares.

Ele reclamou da imprensa:

“O dia que não apanho da imprensa eu até estranho.”

Acompanhem análise das frases do presidente, com Renato Dias e João Batista Olivi:

Por causa de suas frases polêmicas, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, tem sido manchete nos principais meios de comunicação. Para o jornalista João Batista Olivi, essa pode ser uma estratégia política do presidente, enquanto que Renato Dias, do blog Ranking dos Políticos, acredita que essas frases sejam frutos da personalidade do presidente.

Para Renato, o maior risco para Bolsonaro quando fala suas polêmicas, é perder o apoio popular, porém ele ressalta que risco maior será se a economia não tiver uma reação tão positiva quanto o esperado. Na opinião dele, o governo Lula teve o escândalo do mensalão, mas isso não tirou a popularidade do ex-presidente, já que a economia na época estava positiva. Já no caso de Dilma Rousseff, ele diz que além das pedaladas fiscais, o descontentamento popular com os rumos da economia foi o que levou ao impeachment da então presidente.

Já no caso de Bolsonaro, Renato Dias acredita que haverá uma resposta positiva nos rumos econômicos brasileiros, mas que mesmo assim o presidente deveria focar suas opiniões nas recentes conquistas do governo. Ele acredita que o presidente não precisa perder sua essência de "quebras de protocolo", mas que se continuar na base da polêmica correrá um alto risco de ver sua popularidade cair, o que, por consequência, daria munição à oposição. 

Veja ainda: Economia começa a reagir para gerar empregos, mas a paciência dos brasileiros está no limite

A seguir, frases do dia compiladas pelo site O Antagonista:

Estou cada vez mais apaixonado por Trump, diz Bolsonaro (em O Antagonista)

Jair Bolsonaro fez hoje uma declaração de amor a Donald Trump, à espera de um posicionamento oficial dos EUA sobre a indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada em Washington.

Ontem, o presidente norte-americano fez elogios ao presidente brasileiro e a Eduardo.

“Depois daquele elogio do Trump de ontem, estou cada vez mais apaixonado por ele.”

Bolsonaro, sobre Fux: “Próximo presidente do STF, tenho que começar a namorá-lo”

Depois de uma reunião com o ministro Luiz Fux, do STF, no Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro brincou ao falar com os jornalistas.

“É o próximo presidente do STF. Tenho que começar a namorá-lo a partir de agora”, disse o presidente, aos risos.

Fux deve assumir a presidência do Supremo em setembro de 2020.

“Problemas acontecem”, diz Bolsonaro sobre presos mortos em transferência

Jair Bolsonaro comentou hoje sobre as mortes de quatro presos envolvidos na briga entre facções que resultou no massacre no presídio de Altamira, no Pará. Eles estavam sendo transportados por um caminhão e seriam transferidos para Belém.

“Com toda a certeza, deveriam estar feridos, né? É como uma ambulância quando pega uma pessoa doente e, no deslocamento, ela pode falecer. Pessoal, problemas acontecem, está certo?”, disse Bolsonaro.

O presidente voltou a defender que presos trabalhem dentro das cadeias.

“Eu sonho com um presídio agrícola. É cláusula pétrea, mas eu gostaria que tivesse trabalho forçado no Brasil para esse tipo de gente. Não pode forçar a barra. Ninguém quer maltratar presos nem quer que sejam mortos, mas é o habitat deles.”

Punição para trabalho escravo não tem de atingir “todo mundo”, diz Bolsonaro

Jair Bolsonaro voltou a criticar a punição generalizada, em sua visão, à prática de trabalho escravo, determinada pela legislação atual.

Para o presidente, medidas como expropriações acabam não atingindo somente quem cometeu o crime.

Quem pratica trabalho escravo tem que ter uma punição. Agora, por outro lado, vamos supor que o cara estava acorrentado lá, era o trabalho escravo, você tem que punir o seu João, com 80 anos de idade. Ao expropriar, você pune também a dona Maria, que estava há 60 anos trabalhando com ele na fazenda, os filhos, que estavam há 40 anos trabalhando, os netos, que estavam há 20 anos trabalhando”, disse Bolsonaro.

“Você pune todo mundo. A punição tem que atingir você, não todo mundo.”

Apesar das críticas, o presidente negou que pretenda enviar ao Congresso uma proposta para alterar a lei: “Não vou enviar. Isso aí é guerra de informação”.

“Não sou o ‘Dilmo’ de calça comprida”

Jair Bolsonaro disse hoje que está “torcendo” pela redução da taxa básica de juros pelo Banco Central, mas não irá influenciar na decisão do Copom.

“Estou torcendo apenas para que caia a taxa de juros. Cada 1% da taxa Selic são R$ 40 bilhões a mais que a gente gasta por ano. A gente torce, pô. Mas eu não vou influenciar lá, eu não sou o ‘Dilmo’ de calça comprida”, afirmou o presidente.

“Tenho de seguir a lei, não sou ditador”, diz Bolsonaro sobre bloqueio no Orçamento

Jair Bolsonaro justificou nesta quarta-feira o bloqueio de R$ 1,4 bilhão no Orçamento deste ano pela necessidade de cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal.

“Se eu não fizer isso, eu entro na Lei de Responsabilidade Fiscal. É pedalada. Eu vou para o impeachment, dá para entender?”, disse o presidente.

“Tem uma lei. Tenho que seguir a lei. Não sou ditador. Entre uma crítica e um impeachment, será que eu prefiro o quê? Tenho que fazer opção, cara. A opção infelizmente é essa.”

“Dados imprecisos atrapalham em nossos negócios fora do Brasil”

Jair Bolsonaro voltou a falar nesta quarta-feira sobre os dados divulgados recentemente pelo Inpe, que registram um aumento do desmatamento na Amazônia.

Essas informações provocaram um bate-boca público entre o presidente e o diretor do Inpe, Ricardo Magnus Osório Galvão.

“Quando você fala em dados do Inpe, de desmatamento, crianças na rua, violência, ninguém quer fugir da verdade. Tem que ter dados precisos, porque os dados imprecisos atrapalham em nossos negócios fora do Brasil”, afirmou.

Ele prometeu criar “pequenas Serras Peladas” em áreas indígenas, abertas para estrangeiros:

“Mas a fiscalização seria pesada. E índio também poderia explorar.”

Ele explicou por que não recorreu da decisão que tornou inimputável o seu esfaqueador, Adélio Bispo:

“Porque eu ganharia o recurso. Ele responderia por tentativa de homicídio. No máximo em dois anos estaria na rua. Agora, pela insanidade mental, é prisão perpétua.”

Suspeita de desmatamento é uma coisa, desmatamento é outra, diz Bolsonaro (Reuters)

  • Garimpo ilegal em área desmatada perto de Castelo dos Sonhos, no Pará 22/06/2013 REUTERS/Nacho Doce

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira que o governo está analisando e compilando os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre desmatamento para que possam ser divulgados números exatos.

"Estamos analisando os dados do Inpe. O ministro Ricardo Salles, o ministro (Marcos) Pontes", disse Bolsonaro a jornalistas.

"Olha, suspeita de desmatamento é uma coisa, desmatamento é outra diferente", acrescentou. "Os dados estão sendo compilados agora, está sendo feito, vai ser discutido com todo mundo para passar os números exatos."

O presidente voltou a dizer que a divulgação de números errados sobre o desmatamento prejudicam o país.

No último dia 19, o presidente disse que os números divulgados pelo Inpe neste mês eram "mentirosos" e chegou a insinuar que o presidente do instituto poderia estar "a serviço de alguma ONG". [nL2N24K0ON]

Desde então ele tem insistido que os dados de desmatamento não podem ser divulgados sem passar antes por autoridades de primeiro escalão do governo. [nL2N24N1KA]

Mais tarde, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, disse que uma reunião de técnicos do Inpe com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, havia acabado há pouco e que não seria possível a divulgação de dados ainda nesta quarta-feira.

Ele ressaltou, no entanto, que os dados "vão justificar o posicionamento" de Bolsonaro.

"São dados, até o momento, das informações que nós temos, que vão justificar o posicionamento do senhor presidente no sentido de que o que é dito, por meio de um programa específico, na verdade não se confirma naquele que efetivamente é utilizado pelo ministério", disse Rêgo Barros, acrescentando, porém, que seria preciso aguardar informações mais precisas.

Em entrevista coletiva, Salles não respondeu diretamente se o desmatamento estava aumentando este ano, repetindo que isso vem ocorrendo nos últimos oito anos.

O ministro salientou que o sistema Deter, do Inpe, deve ser usado apenas para alertar o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e não para comparações mensais de desmatamento.

FUX

Bolsonaro também comentou, em entrevista a jornalistas, encontro que teria com o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), no Palácio do Planalto, e recorreu mais uma vez a suas tradicionais analogias com namoro e casamento.

"É o futuro presidente do Supremo. Tenho que começar a namorá-lo a partir de agora", disse.

Por: João Batista Olivi e Ericson Cunha
Fonte: Notícias Agrícolas

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