Compras da China estão atrasadas e podem estimular mercado da soja após colheita nos EUA

Publicado em 13/09/2017 17:40
Soja sobe em Chicago com estímulo dos mercados de óleo e farelo e clima na América do Sul
Confira a entrevista com Eduardo Vanin - Analista de Mercado

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A sessão de hoje foi positiva para os preços da soja na Bolsa de Chicago (CBOT). Após o relatório divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trazer um número de produção recorde para a safra norte-americana, o mercado também considerou outros fatores que foram divulgados para a sessão de hoje.

Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest, destaca que a reação positiva vem em decorrência de um aumento do consumo do óleo de soja nos Estados Unidos após a imposição de tarifas para as importações provenientes da Argentina e da Indonésia. A maior oferta de farelo, em consequência disso, a não ser que tenha um forte crescimento das carnes, deve ir para a exportação de maneira competitiva.

O mercado também observou o excesso de chuvas na Argentina, que perdura há dois meses. O fator pode levar o país a reduzir sua área de milho e soja nos próximos dias, com 5 milhões de hectares inviabilizados neste momento. A Argentina também é uma grande exportadora de farelo de soja.

A pressão de venda ainda não começou, mas já foi apontado que cerealistas dos Estados Unidos estariam vendendo soja para liberar espaço para a safra nova, realidade que a CBOT deve refletir nos próximos dias. Se no próximo mês a Argentina continuar recebendo grandes volumes de chuvas, o mercado também deve precificar esse fator, enquanto o Brasil segue em observação.

Do lado da demanda, a China deve entrar em seu período mais agressivo de compras em função da forte demanda por proteínas no país. Hoje, a soja norte-americana é mais competitiva do que a soja brasileira, o que pode trazer suporte para os preços em Chicago.

O produtor brasileiro não deve ver uma queda acentuada de preços no mercado interno, já que os prêmios podem compensar as quedas em Chicago. Para Vanin, o melhor momento de venda da safra nova será quando Chicago precificar melhor a demanda.

 

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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