Soja guaxa é ameaça para a nova safra de soja em MT. Fungo da ferrugem já tem condições propícias para se propagar

Publicado em 19/09/2017 14:39
Amostras de soja guaxa foram coletadas para saber se o fungo resistente às carboxamidas estão se multiplicando no estado. Resultado sai em 10 dias
Confira a entrevista com Wanderlei Dias Guerra - Consultor Agronômico

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O Centro-Oeste mostra uma situação complicada em relação à Ferrugem Asiática. Wanderlei Dias Guerra, consultor agronômico, está rodando o estado do Mato Grosso e identificando um cenário preocupante nas sojas guaxas.

De acordo com ele, essa é uma situação recorrente. Há mais de 12 anos o consultor acompanha a situação das lavouras do estado durante o vazio sanitário. Neste momento, ele observa que as chuvas que ocorreram no meio do ano ofereceram uma sobrevivência maior para a soja guaxa na beira das rodovias ou, então, dentro da cidade, que é a situação mais grave.

Todas as cidades visitadas por ele possuem alguma quantidade de soja guaxa, com diferentes níveis de ferrugem. Em algumas áreas, como nas regiões de Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sinop, a situação é mais tranquila. Entretanto, em Nova Mutum (MT), há um cenário mais preocupante.

O fungo inicial que chega à lavoura é um inóculo local. Com esse inóculo já presente nas plantas guaxas, as condições climáticas e a presença da planta verde permitem a presença do fungo.

Ele está coletando essas amostras de plantas para fazer uma análise mais detalhada. Em algumas dessas amostras, ele pode perceber que já existe condição ambiental para a ferrugem reiniciar seu ciclo na região.

Um mutirão para retirar essa soja guaxa, hoje, seria bom, uma vez que as condições climáticas não permitem o plantio neste momento. Entretanto, o esporo deve permanecer viável até mesmo na folha seca. Se os produtores já estivessem plantando, a ferrugem também estaria aproveitando as chuvas para se reproduzir.

As pesquisas de Guerra, que são enviadas para análise em diversos centros do país, poderão identificar qual é a situação mais frequente da ferrugem em termos de virulência e de resistência às carboxamidas, fatores que poderão oferecer uma melhor informação para os produtores.

O gene mutante detectado em maior intensidade no Paraná, resistente às carboxamidas, também esteve presente também no Mato Grosso, embora em menor quantidade. Amostras destes locais foram coletadas para analisar se a situação é a mesma nas plantas guaxas.

Esse resultado deve ser divulgado nos próximos dez dias, trazendo um alerta a todo o estado do Mato Grosso a respeito da situação.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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