Soja: Possibilidade de acordo entre China e EUA e perdas se agravando no BR dão combustível para novas altas em Chicago

Publicado em 09/01/2019 16:25
Com consenso entre chineses e americanos, CBOT pode retomar patamar dos US$ 10,00. No Brasil, atenção total aos prêmios, ao câmbio e à estratégia de comercialização para que o produtor possa garantir suas margens de rendimento.
Marlos Correa - Analista Insoy Commodities

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Entrevista com Marlos Correa - Analista Insoy Commodities sobre o Fechamento de Mercado da Soja

 

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Nesta quarta-feira (09), os preços da soja voltaram a subir na Bolsa de Chicago (CBOT) depois de um leve ajuste na sessão anterior. As altas devem ser de pouco mais de cinco pontos nos principais vencimentos ao final da sessão.

Marlos Correa, analista de mercado da Insoy Commodities, destaca, entretanto, um dos principais problemas que têm afetado o mercado neste momento: a safra na América do Sul - mais especificamente, no oeste do Paraná, onde o analista está localizado.

Cerca de 30% a 40% da soja plantada nessa região foi plantada de forma precoce. A colheita foi antecipada porque, em alguns casos, a soja "morreu" no período inicial de enchimento. Há relatos de rendimentos de 10 a 20 sacas por hectare, o que não paga a colheita.

Contudo, 60% da área está em enchimento de grãos. O nível hídrico ainda não foi generalizado mas, em contrapartida, as temperaturas altas continuam. É preciso que as chuvas sejam um pouco mais assertivas. Ainda assim, Correa aposta que a safra brasileira deve ficar acima dos 119 milhões de toneladas.

Na questão internacional, China e Estados Unidos parecem estar em um cenário favorável para as negociações, trazendo tranquilidade para o mercado. A cotação do dólar, por sua vez, está menos agressiva.

Com a entrada da China enquanto compradora, o mercado ainda tem forças para crescer na CBOT e pode voltar a atingir o patamar dos US$10/bushel caso o cenário descrito continue.

Comentário de Mercado pela ARC Mercosul

Por Cristiano Palavro

Os representantes do governo americano que estiveram na China nos últimos dias voltam para casa com boas novas para o Presidente Trump. Os chineses se mostraram dispostos a cumprir a promessa de adicionar robustas compras de produtos norte-americanos, diminuindo o indesejável déficit comercial que os Estados Unidos registram frente aos asiáticos. Além disso as negociações acerca das políticas de proteção intelectual/industrial avançam, dando sinais que a guerra comercial pode caminhar para um fim.

Após compras de soja até significativas por parte das estatais chinesas nas últimas semanas, resta ainda a dúvida de quando este momento “agradável” na relação entre os dois governos vai efetivamente resultar na retirada das tarifas sobre a soja norte-americana.

Por: Carla Mendes e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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