Soja: Disputa entre demandas interna e para exportação deve se acirrar e preços no BR podem se descolar de Chicago

Publicado em 19/02/2019 17:32
Prêmios começam a se fortalecer no Brasil, com foco da demanda chinesa no mercado nacional, além das indústrias buscando mais soja e um provável racionamento da demanda mais adiante. Em Chicago, recuo desta terça-feira se deu, principalmente, com a expansão da peste suína para além China.
Marcos Araújo - Analista da Agrinvest

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Entrevista com Marcos Araújo - Analista da Agrinvest sobre o Fechamento do mercado da soja

 

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Nesta terça-feira (19), o mercado da soja teve queda de 10 pontos nos principais vencimentos da Bolsa de Chicago (CBOT). Os Estados Unidos voltam do feriado com baixas consideráveis. O maior destaque negativo foi a possibilidade de dispersão da peste suína no Vietnã e uma suspeita sobre o Canadá, terceiro maior exportador mundial de carne suína.

Como lembra Marcos Araújo, analista da Agrinvest, o controle para essa doença é o abate sanitário. Assim, pode haver uma menor demanda por farelo de soja e, consequentemente, pela soja em grão, o que faria com que os estoques norte-americanos, que já são os maiores da história, ficassem ainda mais altos.

O preço da carne suína vinha subindo na CME Group, mas a suspeita no Canadá fez o mercado operar na contramão. Assim, a cotação da soja também cai. Essa preocupação do mercado ainda deve ganhar mais corpo, a exemplo do que houve com a gripe aviária.

O Brasil, por sua vez, pode aproveitar essa chance para recuperar o mercado externo perdido após os desdobramentos da operação Carne Fraca. Algo que também poderia ajudar a demanda interna para as processadoras de soja.

Nos últimos dias, já se fala que o cenário de oferta e demanda para o Brasil está apertado. A estimativa da Agrinvest é de uma safra de soja em 113 milhões de toneladas. Somada a um estoque inicial de 1,5 milhões de toneladas e 500 mil de exportação, são 115 milhões de toneladas disponíveis. O consumo interno do Brasil é de 45 milhões de toneladas, de forma que restaria apenas um excedente de 70 milhões de toneladas.

No ano passado, o Brasil exportou 84 milhões de toneladas. Assim, os preços devem se comportar descolados de Chicago, já que irá ocorrer uma disputa acirrada pela soja brasileira.

Por: Carla Mendes e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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