Ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, é preso novamente

Publicado em 11/06/2014 17:09
Por Daniel Haidar, na VEJA.com

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, apontado como um dos pivôs do esquema de lavagem de 10 bilhões de reais descoberto pela operação Lava-Jato, foi preso por volta das 16h desta quarta-feira, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo procurador Carlos Fernando Santos Lima.

O mandado de prisão contra Costa foi expedido pela Justiça a partir da descoberta de 23 milhões de dólares – ou cerca de 51 milhões de reais – em bancos suíços, em conta atribuídas ao ex-diretor pelo Ministério Público Federal. Autoridades brasileiras receberam, do Ministério Público da Suíça, a informação de que houve bloqueio das contas, determinado administrativamente. Autoridades suíças também descobriram no país cerca de 5 milhões de dólares depositados em contas atribuídas a parentes do ex-diretor.

A partir de agora, o Ministério Público Federal pretende pedir à Justiça Federal o bloqueio judicial dos valores encontrados no exterior. Os valores depositados no exterior foram descobertos a partir do programa de cooperação internacional mantido pelo Ministério Público Federal com outros países.

Há cerca de um mês, o ministro Teori Zavascki, do STF, havia determinado, em decisão liminar, a liberdade do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e suspendido todos os inquéritos relacionados à operação policial e às ações penais abertas na Justiça Federal do Paraná contra os investigados, entre eles o doleiro Alberto Youssef, pivô do megaesquema de lavagem de dinheiro.

No mesmo dia, porém, Zavascki recuou de sua decisão e manteve as prisões de Alberto Youssef e de outros investigados na operação policial, autorizando a liberdade apenas de Paulo Roberto Costa. Nesta terça-feira, Zavascki apresentou uma questão de ordem ao STF para decidir sobre o prosseguimento ou não das investigações e sobre quais investigados deveriam ter os casos julgados no tribunal.

NA FOLHA: 

Suíça bloqueia US$ 23 mi de ex-diretor da Petrobras e US$ 5 mi de doleiro

MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO

A Suíça bloqueou US$ 23 milhões (R$ 51,3 milhões) em contas que são atribuídas ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e a seus familiares, segundo informação do Ministério Público daquele país enviada às autoridades brasileiras.

Também foram bloqueados US$ 5 milhões (R$ 11,2 milhões), em conta atribuídas ao doleiro Alberto Youssef. O doleiro está preso desde 17 de março, sob acusação de comandar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões, segundo acusações da Operação Lava Jato da Polícia Federal.

Entre os documentos apreendidos pela PF no escritório de Youssef, havia documentos de uma conta no banco PKB.

  Pedro Ladeira - 10.jun.2014/Folhapress  
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto da Costa durante depoimento na CPI da Petrobras no Senado

O bloqueio dos US$ 28 milhões foi pedido pelo Ministério Público da Confederação Suíça, por suspeitar que as contas foram alimentadas com recursos de corrução.

Costa já é réu num processo, sob acusação de ter ajudado a desviar recursos durante a construção da refinaria Abreu e Lima. Ele era um dos responsáveis pela obra por ter sido diretor de abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012.

A estimativa inicial para o custo da refinaria era de US$ 2,5 bilhões, mas o preço final deve superar os US$ 18 bilhões.

Ele nega que tenha havido desvios na construção da refinaria, mas reconhece que a divulgação do valor inicial, de US$ 2,5 bilhões, foi um erro da Petrobras, já que não havia projeto para uma obra extremamente complexa.

O ex-diretor foi preso em março pela PF sob acusação de tentar ocultar provas e ficou 59 dias detido. Foi colocado em liberdade pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.

Em entrevista à Folha, feita no dia 30 de maio, Costa negou que tivesse contas no exterior.

Tanto as contas atribuídas a Costa como a de seus familiares e de Youssef estavam em nome de empresas estrangeiras sediadas em paraísos fiscais, um recurso usado para dificultar que as autoridades encontrem e sequestrem os valores.

Fonte: veja.com.br + FOLHA

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Agrishow 2024: Com aumento de 124% no volume de negócios, Sicredi reforça apoio ao agronegócio
Tecnologia biológica para controle da Spodoptera diminui a possibilidade de acasalamento entre adultos
Chuvas em Porto Alegre em abril e maio já superam em 4 vezes mesmos meses de 2023 e são mais que dobro da média histórica
Ibovespa recua pressionado por tombo de Petrobras; JBS dispara
AMAGGI é pioneira no uso de B100 em embarcação fluvial