Chuvas no Brasil, produção da Colômbia e ajustes nos preços fazem café despencar nesta 3ª feira

Publicado em 05/10/2021 16:48 e atualizado em 05/10/2021 18:18
Com queda de mais de 4% em NY, arábica volta a ser negociado abaixo de 200 cents/lbp

O mercado futuro do café arábica encerrou o pregão desta terça-feira (5) com recuo de 4,22%, o equivalente a mais de 800 pontos, nas principais referências na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Com a queda, os contratos voltam a ser negociados abaixo de 200 centavos de dólar por libra-peso. 

Dezembro/21 teve queda de 845 pontos, valendo 191,90 cents/lbp, março/22 teve queda de 840 pontos, cotado a 194,85 cents/lbp, maio/22 teve queda de 840 pontos, valendo 196 cents/lbp e julho/22 registrou queda de 835 pontos, valendo 196,55 cents/lbp. 

"A longa liquidação nos contratos futuros de café pesou sobre os preços depois que as chuvas do fim de semana em Minas Gerais aliviaram as preocupações com a safra de café no Brasil", destacou a análise do site internacional Barchart. 

No Brasil, as chuvas começam a chegar no parque cafeeiro, mas ainda de forma muito tímida e sem levar grande alívio à seca prolongada. De acordo com analistas ouvidos pelo Notícias Agrícolas, até o final deste mês, se espera um mercado de preços firmes para o café, sobretudo pela oferta mais restrita do maior produtor e exportador de café do mundo. A volatilidade intensa, no entanto, não está descartada. 

>>> Modelos mostram chuvas se espalhando pelo Brasil; Climatempo alerta para risco de temporal no Sudeste e Centro-Oeste

Além do Brasil, o avanço da produção e exportação de arábica da Colômbia ajudaram a pressionar o mercado. A produção no mês passado ultrapassou 1,2 milhões de sacas de 60kg - 22% a mais que as 995 mil sacas registradas no mesmo período em 2020. 

As exportações colombianas também registraram expressivo avanço no mês passado. Segundo a FNC, em linha com a produção, os embarques cresceram 23% em setembro para quase 1,1 milhão de sacas de 60 kg de café verde, ante 887.000 sacas exportadas no mesmo mês de 2020.

>>> Produção e exportação de café arábica na Colômbia avançam mais de 20% em setembro

Na Bolsa de Londres, o café tipo conilon também teve um dia de desvalorização. Novembro/21 teve queda de US$ 37 por tonelada, valendo US$ 2111, janeiro/22 teve baixa de US$ 31 por tonelada, cotado a US$ 2109, março/22 teve baixa de US$ 24 por tonelada, valendo US$ 2064 e maio/22 teve queda de US$ 24 por tonelada, valendo US$ 2042.

No Brasil, o mercado interno acompanhou e encerrou a terça-feira (5) com desvalorização nas principais praças de comercialização do país. 

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve queda de 3,84% em Guaxupé/MG, valendo R$ 1.152,00, Poços de Caldas/MG teve baixa de 0,83%, valendo R$ 1.200,00, Araguarí/MG teve queda de 4,17%, cotado a R$ 1.150,00, Varginha/MG teve queda de 4,88%, valendo R$ 1.170,00, Campos Gerais/MG registrou queda de 3,84%, valendo R$ 1.152,00 e Franca/SP teve queda de 4,07%, valendo R$ 1.180,00.

O tipo cereja descascado teve queda de 3,55% em Guaxupé/MG, valendo R$ 1.222,00, Poços de Caldas/MG teve baixa de 0,74%, valendo R$ 1.340,00, Varginha/MG teve queda de 3,97%, valendo R$ 1.210,00 e Campos Gerais/MG teve baixa de 3,66%, valendo R$ 1.212,00.

>>> Veja mais cotações aqui
 

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Falta de chuva no BR faz futuros do café arábica fecharem sessão desta 5ª feira (04) com ganhos de 2%
Preço médio das exportações de café não torrado dispara 46% em novembro/25 frente ao mesmo período do ano passado
Região da Alta Mogiana registra boa florada do café, mas qualidade da próxima safra preocupa os produtores
Baixos estoques pressionam os futuros do café, que trabalhavam com ganhos no início da tarde desta 5ª feira (04)
Conab: Com maior safra de conilon, produção de café é estimada em 56,5 milhões de sacas em 2025
Ministro Fávaro recebe setor cafeeiro para alinhar estratégias de promoção internacional e financiamento da atividade