Milho fecha 5ªfeira negativa na B3, mas ainda em cotações favoráveis

Publicado em 05/01/2023 16:44
Chicago perde força e também recua com pressão da economia

A quinta-feira (05) chegou ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 87,55 e R$ 91,71. 

O vencimento janeiro/23 foi cotado à R$ 87,55 com queda de 0,55%, o março/23 valeu R$ 91,71 com desvalorização de 1,27%, o maio/23 foi negociado por R$ 90,69 com perda de 0,45% e o julho/23 teve valor de R$ 89,55 com baixa de 0,20%. 

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, as cotações do milho próximas aos R$ 90,00 continuam sendo boas posições, com compradores querendo mais milho do segundo semestre e indicadores nos portos marcando de R$ 88,00 a R$ 90,00 também. 

“São cotações boas em reais e que já dão um sinal positivo para o milho safrinha. Se analisarmos o cenário global, os principais exportadores mundiais perderam 50 milhões de toneladas de milho na safra e vai ter menos milho no mercado global nesse ano. O milho não tem muito espaço de queda nesse ano”, afirma Brandalizze. 

Já no mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve uma jornada de altas e baixas neste penúltimo dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorizações em Ponta Grossa/PR, Ubiratã/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Eldorado/MS, Cândido Mota/SP e Porto Santos/SP. Já as valorizações apareceram em Não-Me-Toque/RS, Castro/PR, Jataí/GO, Rio Verde/GO e Machado/MG. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta quinta-feira 

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “as cotações do milho seguem sustentadas no mercado físico paulista. O dólar em patamar elevado tem sido um dos principais fatores”. 

A análise diária da Agrifatto Consultoria acrescenta ainda que “a alta do dólar e a sinalização de maior apetite da demanda doméstica eleva a saca do milho para próximo dos R$ 86,50/sc no mercado físico de Campinas/SP”. 

Mercado Externo 

A Bolsa de Chicago (CBOT) foi perdendo força ao longo do dia e também encerrou a quinta-feira com os preços internacionais do milho futuro acumulando flutuações negativas. 

O vencimento março/23 foi cotado à US$ 6,52 com perda de 1,00 ponto, o maio/23 valeu US$ 6,52 com baixa de 1,50 pontos, o julho/23 foi negociado por US$ 6,46 com queda de 2,50 pontos e o setembro/23 teve valor de US$ 6,06 com desvalorização de 3,00 pontos. 

Esses índices representaram perda, com relação ao fechamento da última quarta-feira (04), de 0,15% para o março/23, de 0,31% para o maio/23, de 0,46% para o julho/23 e de 0,49% para o setembro/23. 

Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros do milho atingiram mínimas de duas semanas na Bolsa de Chicago sob pressão de preocupações sobre o enfraquecimento da demanda por commodities. 

“Há muitas dúvidas sobre a demanda, não apenas de grãos, mas da demanda global por commodities como um todo”, disse à Reuters, Ted Seifried, vice-presidente e estrategista-chefe de mercado da Zaner Ag Hedge. 

A publicação ainda destaca que, os principais índices de Wall Street também caíram com o aumento dos temores de taxas de juros elevadas por mais tempo do que o esperado. Analistas ouvidos pela Reuters disseram que as preocupações com os ventos econômicos contrários, incluindo o impacto de um aumento de casos de COVID-19 na China, se espalharam para os mercados de grãos. 

“Na maior parte, isso é macro. Isso é um risco. Isso é uma preocupação com a China e a situação da Covid lá”, disse Seifried. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Colheita, dólar e Chicago pressionam e milho acumula perdas semanais na B3
Colheita deve pressionar milho no Brasil, mas clima dos EUA pode trazer boas oportunidades de venda
Colheita do milho safrinha está adiantada em Ipiranga do Norte (MT), segundo presidente do Sindicato Rural
Milho abre a sexta-feira estendendo as perdas na B3
Milho recua na B3 em quinta-feira de mercado técnico