Preço do milho sobe 0,38% nesta 6ªfeira e fecha semana com resultados mistos na B3

Publicado em 19/04/2024 16:44
Chicago salta até 1,6%, mas não evita resultados negativos na semana

A sexta-feira (19) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações levemente positivas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 57,80 e R$ 62,21 e contabilizaram resultados mistos ao longo da semana. 

O vencimento março/24 foi cotado à R$ 57,91 com alta de 0,14%, o julho/24 valeu R$ 57,80 com valorização de 0,38%, o setembro/24 foi negociado por R$ 59,48 com ganho de 0,34% e o novembro/24 teve valor de R$ 62,21 com elevação de 0,10%. 

No acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro registraram movimentações mistas com elevação de 0,91% para o maio/24, de 0,05% para o julho/24 e de 0,02% para o novembro, mas queda de 0,28% para o setembro/24. 

Para o Analista de Mercado da Grão Direto, Ruan Sene, o mercado do milho está recebendo influência de 4 elementos neste momento, o desenvolvimento da safrinha brasileira, a demanda pelo grão nacional, o avanço da safra dos Estados Unidos e a demanda pelo cereal norte-americano.  

Para Sene, neste momento em que 80% da segunda safra está em fase de floração ou desenvolvimento vegetativo, a qualidade das lavouras é de maneira geral, boa, com exceção de regiões localizadas que enfrentaram dificuldades com as chuvas. Já a demanda está lenta, com exportações acumulando 7 milhões de toneladas de janeiro a março, contra 9,4 no mesmo período de 2023.  

Com isso, o analista espera um movimento sazonal de pressão nos preços do milho no Brasil, especialmente entre junho e julho. Para o segundo semestre, a retomada da demanda internacional pelo cereal brasileiro pode trazer uma melhora para as cotações. 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou flutuações negativas neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou valorização apenas em Rio do Sul/SC, enquanto das desvalorizações apareceram nas praças de Castro/PR, Campo Novo do Parecis/MT, Sorriso/MT, Brasília/DF e Itapetininga/SP. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira 

De acordo com a SAFRAS & Mercado, a forte alta do dólar ante real nesta semana fez os preços do milho subirem na B3, repercutindo também para o mercado físico. 

“Com isso as vendas aceleraram nesta semana. Outro ponto que contribuiu para um avanço importante na comercialização foi a melhora das condições climáticas no MS, PR e SP, colocando um limite para a quebra de produção do milho safrinha, ao menos por enquanto. No MT e GO, as condições muito favoráveis do clima têm gerado otimismo às estimativas de rendimentos, com alguns produtores sinalizando que os níveis de produtividade podem ser maiores que o esperado inicialmente”, relatam os analistas da SAFRAS. 

Mercado Externo 

A Bolsa de Chicago (CBOT) também finaliza a sexta-feira com movimentações positivas para os preços internacionais do milho futuro, mas insuficientes para evitar o acúmulo de flutuações negativas ao fechamento da semana. 

O vencimento maio/24 foi cotado à US$ 4,33 com valorização de 1,64%, o julho/24 valeu US$ 4,43 com alta de 1,61%, o setembro/24 foi negociado por US$ 4,51 com ganho de 1,35% e o dezembro/24 teve valor de US$ 4,66 com elevação de 1,30%. 

Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última quinta-feira (18), de 1,64% para o maio/24, de 1,61% para o julho/24, de 1,35% para o setembro/24 e de 1,30% para o dezembro/24. 

Já no acumulado semanal, os contratos do cereal norte-americano registraram quedas de 0,46% para o maio/24, de 0,89% para o julho/24, de 1,10% para o setembro/24 e de 1,27% para o dezembro/24, com relação ao fechamento da última sexta-feira (12). 

Segundo a análise da Agrinvest, os conflitos no Oriente Médio e o corte na projeção de produção de trigo atuaram para sustentar as altas dos preços do milho nesta sexta-feira. 

“Na madrugada desta sexta-feira Israel bombardeou o Irã com o uso de drones. Não só os preços do petróleo saltaram durante a madrugada diante da renovação das tensões, mas o trigo acabou indo na carona, levando o milho também. Outro ponto que corrobora para a suspenção de preços é o corte de 1 milhão de toneladas nas estimativas de produção de trigo na Rússia em 24/25”, aponta a consultora. 

O site internacional Farm Futures acrescentou que uma venda relâmpago para o México anunciada esta manhã aumentou o sentimento de alta de hoje. 

“Exportadores privados anunciaram ao USDA a venda de 8,5 milhões de bushels de milho ao México. Do total, 11% destinam-se a entrega durante a campanha em curso, sendo o restante para entrega em 2024/25”, conta a publicação.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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