Frio intenso no Leste europeu faz preço do trigo e soja subir na CBOT

Publicado em 31/01/2012 14:44 e atualizado em 01/02/2012 08:01
Após as baixas registradas ontem, o mercado internacional de grãos recuperou boa parte das perdas e fechou com expressivas altas nesta quinta-feira na Bolsa de Chicago. A alta foi puxada pelo mercado do trigo, que encerrou o dia com ganhos superiores a 20 pontos. A soja abriu o pregão regular subindo pouco mais de 5 pontos e foi ampliando o movimento positivo durante a sessão, fechando os negócios com mais de 13 pontos positivos.  

Essa alta vista no mercado do trigo nos negócios de hoje refletiu uma junção de adversidades climáticas pelo mundo. Há problemas climáticos na Rússia e na Ucrânia, dois importantes produtores mundiais, com o frio excessivo castigando as lavouras do grão nos dois países.

Como explicou o analista de mercado Daniel D'Ávilla, da New Edge Corretora, trata-se de uma "doença" chamada winter kill, em que o frio queima as plantas. "E isso dá suporte para o mercado", completa. De acordo com o analista, 15% da produção russa estaria comprometida, bem como 1/4 da produção ucraniana.

Além disso, nos Estados Unidos o tempo muito seco também compromete o bom desempenho das lavouras de trigo norte-americanas, mais um fator que acaba impulsionando o mercado.

O clima na América do Sul também continua no foco dos investidores. A seca segue prejudicando as lavouras do Sul do Brasil e de regiões da Argentina, o que dá suporte aos preços em Chicago, principalmente da soja e do milho. As chuvas que chegam em ambos os países não são suficientes para reverter parte das perdas, que já são bastante severas e irreversíveis.

Além disso, hoje foram reportadas informações de que o Japão comprou 330 mil toneladas de sorgo e milho da Argentina. Sinais de que a demanda pelo cereal está aquecida também contribuem para as altas, porém, ainda de acordo com D'Ávilla, as compras de grãos em outros países que não os Estados Unidos são "uma forma de tentar impedir uma alta dos preços na Bolsa de Chicago", fato que poderia limitar os ganhos na CBOT.

"Soja e milho estão mais baratos na América do Sul do que nos Estados Unidos, então é normal vermos um pouco mais de demanda do mundo pelos grãos do Brasil e da Argentina", Daniel D'Ávilla, analista de mercado da New Edge Corretora.


Veja como ficaram as cotações no fechamento desta terça-feira:

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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