Soja luta contra tendência de baixa e fecha pregão em alta

Publicado em 19/11/2012 17:01
A soja encerrou a sexta-feira com boas altas nesta segunda-feira (19) na Bolsa de Chicago. O mercado trabalhou durante toda a sessão com ganhos de dois dígitos, tentando manter uma recuperação técnica depois das baixas da última sexta-feira. Nas últimas duas semanas, a oleaginosa já caiu cerca de 23 a 25% dos picos registrados entre agosto e setembro. 

Como explicou Pedro Dejneka, analista da Futures International, em Chicago, o mercado continua tentando "lutar contra a tendência de baixa", procurando motivos para subir. "Se o mercado não conseguir convencer, deverá retomar as baixas, já que está pressionado pela possibilidade de uma grande safra na América do Sul". 

O foco do mercado internacional de grãos se volta cada vez mais para a produção da América do Sul e as expectativas são de uma safra bastante cheia. Como explicou Camilo Motter, economista da Granoeste Corretora, agora o principal fator formador de preços para a soja é a oferta, e não mais a demanda neste momento. 

Os negócios só terão impulso para subir com firmeza novamente, portanto, se o clima voltar a ameçar a colheita norte-americana ou se a demanda reaparecer. Caso contrário, as altas deverão ser técnicas, pontuais e sem sustentação, como disseram os analistas. 

Paralelamente à questão dos fundamentos de oferta e demanda, o mercado conta ainda com a influência do macrocenário, onde ainda persiste muita incerteza e fragilidade, o que estimula uma maior aversão ao risco. 

Em relação principalmente aos conflitos no Oriente Médio, entre Israel e a Faixa de Gaza, Dejneka afirma que há duas possibilidades. "Pode ser baixista para o mercado se houver um 'risk off' e os fundos entrarem vendendo todos os ativos, menos petróleo. Ou altista, enquanto a sensação de aversão ao risco não seja generalizada, e os grãos deverão seguir o petróleo", disse Dejneka.

Nesta segunda-feira, o milho também fechou o pregão com altas de dois dígitos. O mercado do grão seguiu a alta da soja e também uma calma do mercado financeiro, que influenciou ainda a soja e o trigo. Entretanto, os ganhos do milho encontraram suporte ainda na renovação do mandato de etanol nos Estados Unidos, o que poderia aumentar a demanda do cereal para a produção combustível, fator que pode contribuir para a recuperação dos preços. "Se isso saísso do mercado, seria uma notícia bastante negativa. Isso não vai fazer o preço explodir, mas vai auxiliar na recuperação", disse Glauco Monte, analista da FCStone. 

Veja como ficaram as cotações no fechamento desta segunda-feira:

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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