Com USDA neutro, soja fecha com leve baixa. Milho e trigo avançam

Publicado em 11/01/2013 17:55 e atualizado em 12/01/2013 08:36
A soja encerrou a sessão desta sexta-feira (11) com leve recuo na Bolsa de Chicago. O mercado aguardava pelos números de oferta e demanda divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), porém, o órgão trouxe números dentro das expectativas e acabaram não impactando com muita expressividade nas cotações.

A produção de soja dos Estados Unidos foi estimada pelo USDA em 82,05 milhões de toneladas, contra as 80,66 milhões projetadas em dezembro. A produtividade foi elevada de 44,57 para 44,9 sacas por hectare. 

Os estoques norte-americanos passaram de 3,54 milhões, no relatório anterior, para 3,67 milhões de toneladas. As exportações dos EUA, por sua vez, foram mantidas em 36,6 milhões de toneladas e o esmagamento registrou um aumento de 42,73 milhões de toneladas para 44,91 milhões. 

Para o Brasil, o estimado pelo órgão foi uma produção de 82,5 milhões de toneladas e para a Argentina, 54 milhões. A safra chinesa foi mantida pelo departamento em 12,60 milhões de toneladas e as importações em 63 milhões de toneladas. 

Como explicou Pedro Dejneka, analista de mercado da PHDerivativos, os números não trouxeram nenhuma novidade para o mercado da soja que pudessem acionar um novo e significativo movimento de alta para as cotações. 

"Sem um problema climático maior na América do Sul ou sem um nível de demanda muito forte em janeiro ou fevereiro para a soja norte-americana, os preços devem operar em território neutro ou negativo", completou o analista. 

Na sessão desta sexta-feira, portanto, os principais vencimentos da oleaginosa fecharam os negócios com perdas entre 6,50 e 9,75 pontos. 

Porém, apesar desses números tidos por alguns analistas como negativos para o mercado da soja, o operador de mercado Liones Severo afirma que o boletim "é altista para soja, milho e trigo. Com certeza teremos bons preços para os grãos". 

Em seu último artigo publicado no Notícias Agrícolas, Severo diz que um equilíbrio entre a oferta e a demanda só deverá chegar com uma nova safra cheia dos Estados Unido. Dessa forma, uma produção recorde na América do Sul seria ainda insuficiente para recompor de forma adequada os estoques mundiais. 

"As dificuldades de atender os mercados consumidores deverá se estender até próxima colheita norte americana, que ainda poderá ser agravada por um aumento considerável das importações de soja pelos países consumidores, principalmente por parte da China, cuja capacidade instalada de industrialização de soja e oleaginosas alcança 125 milhões de toneladas. O parque industrial chinês tem trabalhado com menos de 50% da capacidade instalada e o atual preço da soja oferece uma condição extremamente vantajosa para que aumentem a performance  industrial, tornando ainda mais apertado o fornecimento de produto até o segundo semestre de 2013", explicou o operador em seu artigo.

No link abaixo, você confere a entrevista do analista de mercado Pedro Dejneka com o fechamento do mercado internacional de grãos e os números divulgados pelo USDA:

>> Pedro Dejneka - Fechamento dos Grãos e Relatório do USDA

Milho e Trigo - Ao contrário da soja, os números do USDA para o milho e o trigo tiveram um bom impacto nos mercados e os grãos fecharam o pregão desta sexta-feira em alta. Logo após a divulgação dos novos dados, os futuros de ambas as commodities chegaram a subir mais de 20 pontos. 

O departamento norte-americano manteve sua estimativa para a produção de trigo dos EUA e aumentou para o milho, entretanto, por outro lado, os estoques foram reduzidos. No caso do milho, as reservas passaram de 16,43 milhões para 15,29 milhões de toneladas, os menores dos últimos 17 anos. 

Clicando no link abaixo, confira a entrevista com o analista de mercado Aedson Pereira, da Informa Economics FNP sobre o impacto da atualização dos dados do USDA no mercado do milho:

>> Aedson Pereira - USDA Milho e Trigo

Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento desta sexta-feira em Chicago:

>> SOJA

>> MILHO

>> TRIGO

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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