Soja recua em Chicago com deslocamento da demanda

Publicado em 14/03/2013 17:36
Na sessão desta quinta-feira na Bolsa de Chicago, os futuros da soja fecharam novamente em queda. As perdas ficaram entre 7 e 17,75 pontos e, segundo os analistas, têm sido motivadas, principalmente, pelo deslocamento da demanda mundial por soja para a América do Sul. Apesar de já ser conhecido o cenário fundamental de oferta ajustada e uma aquecida busca pela oleaginosa, a expectativa da entrada de uma expressiva safra sulamericana no mercado e a indicação e que o interesse comprador por esse produto só cresce pesa sobre os preços no quadro internacional. 

Os últimos números divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre as exportações semanais de soja dos EUA já indicam essa retração. Pela quarta semana consecutiva, como explicou o analista de mercado da Novo Rumo Corretora, Mário Mariano, os dados já mostram que as vendas têm sido menores e os volumes estão bem distantes do patamar de 1 milhão de toneladas registrados anteriormente. 
Na semana encerrada no dia 7 de março, as exportações totalizaram pouco mais de 600 mil toneladas e, na semana anterior, esse volume foi de 392 mil toneladas, números referentes à safra 2012/13. Já os dados da safra nova - 2013/14 - apontam uma redução de 990.600 mil toneladas para 126 mil nas vendas semanais em uma semana. 

"Já se vê essa redução das compras imediatas nos Estados Unidos e isso pesa sobre os preços na Bolsa de Chicago. A demanda deve continuar forte e o escoamento da safra da América do Sul acontece, mesmo em um ritmo mais lento em função da falta de estrutura logística no país", disse Mariano. 

Além de os estoques norte-americanos estarem bastante ajustados, centenas de navios estão "presos" nos portos brasileiros aguardando pelos embarques, sem poder fazer fluir o mercado. 

"Estamos vendo a coincidência de um clima ruim para escoar a safra do Mato Grosso aliado a uma super safra também no resto do país e, infelizmente, a infraestrutura do Brasil não tem condições de atender tudo o que está acontecendo", afirma o analista de mercado Steve Cachia, da Cerealpar Corretora. 

Ainda segundo Mario Mariano, informações sobre o andamento do início da nova safra de grãos dos Estados Unidos também começam a ganhar parte do foco dos investidores em Chicago. De acordo com o analista, o começo do plantio do milho no país está de 7 a 8% atrasado em relação ao registrado no ano passado e isso poderia indicar uma troca de área do cereal para a soja. 

Caso se confirme essa mudança, a situação poderia pesar ainda mais sobre o mercado internacional da soja, já que o resultado final nos Estados Unidos seria uma produção ainda maior do que o esperado. 

Nesta quinta, os futuros do milho negociados em Chicago encerraram o dia em campo misto, com apenas o primeiro vencimento - março/13 - no vermelho. As demais posições mais negociadas fecharam com ganhos entre 4,75 e 6,25 pontos.

Para analistas, esse desempenho positivo se deu, praticamente, em função das boas altas registradas pelo trigo. Durante todo o dia o mercado vizinho operou do lado positivo da tabela reflentindo os bons números das exportações semanais norte-americanas. Dessa forma, os principais vencimentos do trigo terminaram o dia com altas de mais de 10 pontos. 

Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento desta quinta-feira (14):

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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