Com clima adverso nos EUA, soja tem forte alta e recupera US$ 13
O clima adverso para o desenvolvimento da nova safra dos Estados Unidos está dando suporte a uma forte e intensa recuperação dos preços da soja no mercado internacional. Na sessão regular desta segunda-feira (19), a oleaginosa fechou os negócios com altas de mais de 30 pontos nos principais vencimentos. O contrato novembro/13, referência para a safra dos EUA, terminou o dia subindo 44 pontos e recuperando o patamar dos US$ 13 por bushel. O setembro ficou em US$ 13,22/bushel, com ganho de 38,75 pontos.
O Meio-Oeste norte-americano vem registrando algumas ocorrências de seca em importantes estados produtores como Iowa, Minesotta, Illinois, Wisconsin, Nebraska, entre outros importantes na cultura da soja, em um mês em que é determinante para a produção e definição da produtividade.
"Tem um bolsão no coração da região produtora onde está chovendo pouco, então as lavouras estão sofrendo em um momento crítico para a produtividade (...) e as previsões apontam para um aumento da temperatura. Nas próximas duas semanas, as previsões indicam temperaturas acima da média, e essa é uma combinação muito ruim", explica Flávio França, consultor da Safras & Mercado.
Refletindo essas condições, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) já trouxe um corte em sua estimativa para a safra norte-americana de 93 milhões para 88,9 milhões de toneladas. Além disso, revisou para baixo ainda os números para a área a ser colhida, o que reforça ainda mais as incertezas sobre os resultados finais da nova temporada.
"Além de uma redução de área, temos uma incerteza quanto à produtividade. O governo já registra perdas, e essas perdas podem se aprofundar. Existem algumas chuvas programadas para a região, mas chuvas esparsas e de baixo volume e provavelmente não vão resolver o problema", afirma o economista da Granoeste Corretora, Camilo Motter.
Outro fator que também poderia comprometer a produtividade das lavouras norte-americanas é a ocorrência de geadas precoces, as quais poderiam ocorrer em meados de setembro, já que o plantio foi concluído tardiamente. "Este é o ano em que se tem o maior risco de se ter perdas por geadas", disse França.
O consultor traz ainda um outro fator de pressão positiva para os preços, que é a volta da demanda bastante aquecida no mercado físico norte-americano, dada às intensas especulações climáticas e incertezas sobre a nova safra dos EUA, estimulando uma reação até mesmo nos prêmios norte-americanos.
veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento desta segunda-feira: