Soja fecha em alta na CBOT. Com avanço do dólar, preço bate R$ 72 em Paranaguá

Publicado em 24/01/2014 17:01

O mercado da soja na Bolsa de Chicago enfrentou uma sessão de volatilidade nesta sexta-feira (24) e, depois de registrar perdas de mais de 10 pontos nos principais vencimentos, conseguiu reverter a direção dos negócios e fechou em campo positivo. O contrato março/14, o mais negociado nesse momento, terminou o dia valendo US$ 12,84, com ganhos de mais de 7 pontos. A posição continua bsucando recuperar o patamar dos US$ 13 por bushel. 

As perdas registradas durante o dia foram justificadas, segundo analistas, em sua maior parte, pela forte alta do dólar. A moeda norte-americana fechou a sexta-feira em R$ 2,39 e, na semana, acumula alta de 2,21%. Frente a isso, apesar do recuo em Chicago, a soja negociada no Brasil mantém seus preços firmes e a cotação da oleaginosa no Porto de Paranaguá, por exemplo, bateu em R$ 72,00 por saca, segundo Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting. 

"O quadro geral continua favorável para o produtor brasileiro e, aparentemente, não deve mudar o rumo nas próximas semanas. Ele vai continuar favorável, o quadro norte-americano de oferta e demanda está mais apertado do que estava programado e o relatório de exportações de hoje (indicando a venda de quase 1 milhão de toneladas) ele já indica que os EUA já fizeram contrato de 42 milhões de toneladas, 1 milhão a mais do que a programação de todo o ano comercial que se encerra em agosto", explica o consultor. 

As exportações semanais de soja das safras 2013/14 e 2014/15 totalizaram 1.673,2 milhão de toneladas. O número ficou acima do esperado pelo mercado, algo entre 300 mil e 650 mil toneladas. 

Foram 703,4 mil toneladas da safra 2013/14, contra 701,5 mil da semana anterior. A China foi o principal comprador e adquiriu 295,7 mil toneladas. Já da temporada 2014/15 foram exportadas 969,8 mil toneladas, enquanto que, na semana anterior, o volume havia sido de 525,3 mil toneladas. A nação asiática também foi o principal destino da oleaginosa da nova safra dos EUA comprando 854,5 mil toneladas do total.

Brandalizze afirma ainda que já se registram os menores estoques de soja da história dos Estados Unidos e esse é um sinal de que os norte-americanos terão que buscar soja na América do Sul para atender sua demanda. "Esse é um fator positivo e o mais importante da semana, além de fundamental para os negócios da próxima semana. A maré está toda a favor do produtor brasileiro", acredita o consultor. 

O que limitou altas mais expressivas dos preços da soja na CBOT nesta sexta-feira foram os cancelamentos, por destinos desconhecidos, de 302,1 mil toneladas de soja e mais 2,6 mil por parte da Tunísia de compras feitas nos Estados Unidos. 

Indicativos de uma melhora do clima na América do Sul contribuíram. Entretanto, o Inmet já alerta de que o fenômeno de veranico no Sudeste do Brasil deve se prolongar e que o calor forte e a falta de chuvas deverão se acentuar na parte central do país nos próximos 15 dias, além de uma sinalização de que a seca deverá voltar ao semi-árido. 

Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento desta sexta-feira:

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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