Soja: Após ganhos, mercado realiza lucros e fecha com forte queda

Publicado em 12/05/2014 17:17

As cotações futuras da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão com perdas expressivas nesta segunda-feira (12). Os preços da commodity ampliaram as perdas ao longo das negociações e terminaram a sessão com quedas entre 15,50 e 21,75 pontos. O vencimento julho/14 era negociado a US$ 14,65 por bushel. 

Na visão do consultor de mercado, Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, os investidores optaram por realizar os lucros após as fortes altas registradas na última semana. "Na sexta-feira (9), os preços da oleaginosa subiram o vencimento julho/14 tentou alcançar o patamar de US$ 15,10, porém não conseguiu ultrapassar esse patamar de resistência e fechou em queda", explica.

Por outro lado, os participantes do mercado ainda esperam o novo relatório de acompanhamento de safras dos EUA, que irá apontar o avanço da semeadura do grão e as condições das lavouras. O relatório será divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta segunda-feira. 

"E se tivermos números abaixo do esperado pelo mercado, no caso da soja próximo de 10% da área cultivada e no milho em 45%, os preços podem voltam a subir. Ainda assim, é preciso considerar que ambos os números estão abaixo da média dos últimos cinco anos", diz Brandalizze.

De acordo com o consultor de mercado da Safras & Mercado, Flávio França, a expectativa é que a semeadura da soja tenha avançado no país, uma vez que as condições climáticas foram favoráveis. “Apesar dos problemas iniciais, tivemos uma melhora no clima com o aumento das temperaturas e menos chuvas”, diz. 

Em contrapartida, os números do relatório de oferta e demanda do USDA na última sexta-feira foram positivos para o curto prazo, uma vez que indicaram uma redução nos estoques norte-americanos de 3,67 milhões de toneladas para 3,54 milhões de toneladas. As importações da safra 2013/14 aumentaram de 1,77 milhões de toneladas, reportados em abril, para 2,45 milhões de toneladas. 

No entanto, para a safra 2014/15 o departamento apontou um aumento a safra norte-americana, que deverá totalizar 98,93 milhões de toneladas e a produtividade foi estimada em 51,25 sacas por hectare. Os estoques também deverão apresentar um aumento e totaliza 8,98 milhões de toneladas. A produção do Brasil foi estimada em 91 milhões de toneladas. Enquanto que, as importações da China deverão crescer e somar 72 milhões de toneladas, contra 69 milhões de toneladas projetados na temporada 2013/14.

Em relação ao relatório do departamento, França afirma que as estimativas não trouxeram grandes novidades e confirmaram a projeção de separação de dois mercados. “O boletim trouxe um aperto na safra velha, então, daqui até agosto os preços da oleaginosa terão firmeza, embora haja a volatilidade natural. Mas para a safra nova, o órgão estimou um aumento nos estoques dos EUA e no mundo e traz esse viés de baixa para o mercado, por isso, temos esse deságio de US$ 2,00 entre o os contratos mais próximos e os mais longos”, acredita. 

Apesar do recuo nos preços, do lado fundamental, a tendência continua positiva aos preços no curto prazo. O cenário de aperto na oferta norte-americana permanece e a demanda pelo produto não dá sinais de enfraquecimento. Nesta segunda-feira, o USDA divulgou novo boletim de inspeções de exportações dos EUA e até o último dia 08 de maio, os embarques da oleaginosa totalizaram 239,95 mil toneladas, contra 99,50 mil toneladas da semana anterior.

Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento nesta segunda-feira:

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Confira como fechou o mercado do milho:

Milho: Mercado fecha o dia em queda e perde o patamar de US$ 5,00 por bushel

Nesta segunda-feira (12), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão do lado negativo da tabela. As principais posições da commodity ampliaram as perdas durante as negociações e fecharam o dia com quedas entre 6,75 e 8 pontos. O vencimento julho/14 perdeu o patamar de US$ 5,00 por bushel e fechou o dia cotado a US$ 4,99 por bushel.

Durante a sessão, os futuros da commodity foram pressionados pelos números do relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), divulgado na última sexta-feira (9). O órgão reportou um aumento nos estoques do grão para a safra 2014/15, tanto nos EUA, estimado em 43,8 milhões de toneladas, como mundial, de 181,73 milhões de toneladas.

A produção norte-americana também foi revisada para cima e deverá totalizar 353,9 milhões de toneladas na próxima temporada, apesar do recuo nas áreas plantada e colhida. Do mesmo modo, a safra global deverá somar 979,08 milhões de toneladas na safra 2014/15.

Além disso, frente às altas registradas na semana passada, no pregão da última terça-feira (6) o vencimento julho/14 fechou cotado a US$ 5,17 por bushel, o mercado realizou lucros à espera de novo boletim de acompanhamento de safras. A expectativa dos participantes do mercado é que o plantio tenha apresentado um avanço expressivo na última semana, já que as condições climáticas foram favoráveis.

De acordo com o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, os produtores norte-americanos ainda têm duas semanas para finalizar a semeadura do grão. "Mas se o número indicado pelo USDA ficar abaixo de 40% podemos ter preços mais altos. E caso as condições climáticas voltem a ficar desfavoráveis podemos ter uma transferência de área, situação que pode ser favorável ao cereal, mas negativa para a soja", ressalta.

Ainda nesta segunda-feira, o USDA reportou novo boletim de inspeções de exportações dos EUA. Para o milho, os embarques somaram no mesmo período 1.199,44 milhão de toneladas, contra 1.239,41 milhão de toneladas reportadas na última semana. No acumulado no ano safra, o total embarcado é de 30.435,79 milhões de toneladas e a estimativa do órgão é de 48.300,00 milhões de toneladas.

BMF&Bovespa

Na BMF&Bovespa, as cotações futuras do milho trabalham em queda nesta segunda-feira (12). Segundo o relatório da ODS Serviços em Agronegócios, os preços passam por uma correção técnica, frente a forte alta que ocorreu desde outubro de 2013. Desde meados de maio, os preços têm apresentado um recuo decorrente da desvalorização do dólar e do bom desenvolvimento das lavouras de milho safrinha no Brasil.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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