Soja aprofunda baixas na Bolsa de Chicago nesta 2ª feira com set/21 liderando as baixas

Publicado em 30/08/2021 12:27

No início da tarde desta segunda-feira (30), os preços da soja intensificam suas baixas na Bolsa de Chicago com pressão do vencimento de alguns contratos e se aproximando do aviso de entrega. "Como está no aviso de entrega (o setembro/21, que lidera as baixas) e as processadoras estão derrubando o basis local lá no Meio-Oeste americano", explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities. Ou seja, as indústrias norte-americanas sinalizam que já não querem mais soja disponível, somente da nova safra, e ajudam a derrrubar o contrato mais curto. 

Dessa forma, a baixa no setembro, por volta de 12h10 (horário de Brasília), era de 35,75 pontos, enquanto os demais cediam entre 11,25 a 14,50 pontos, e vinha cotado a US$ 13,23 por bushel. O novembro/21, referência para a safra dos EUA, tinha US$ 13,08, e o maio/22, US$ 13,22. 

E mais do que isso, Vanin explica ainda que o mercado está em sua "descendente sazonal da colheita", dadas as condições mais favoráveis para os trabalhos de campo, com o tempo mais seco em alguns pontos do Corn Belt onde a colheia está próxima. E caso isso se confirme, mais soja chegará mais cedo ao mercado nesta temporada. 

De outro lado, preocupações com os possíveis impactos do furacão Ida nos EUA. De acordo com informações apuradas pelo Grupo Labhoro, o final de semana foi de boas chuvas em regiões como o leste das Dakotas, Nebraska, centro e norte de Iowa, Minnesota e  Wisconsin. De outro lado, porém, o furacão Ida também se mostra no radar dos traders, uma vez que poderiam provocar tempestades no estado da Louisiana e Mississipi. 

"Essas fortes chuvas devem atingir regiões produtoras de milho, soja, cana, arroz e algodão", explica o diretor do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa. "Os produtores de milho aceleraram a colheita do  que foi possível colher, tentando com isso evitar grandes prejuízos. Na região tem soja em fase de  amadurecimento. Há ainda a expectativa é de que alguns prejuízos possam acontecer para as demais culturas", complementa.

Assim, os mapas atualizados pelo NOAA, o serviço oficial de clima dos EUA, mostram os volumes maiores de chuvas sendo esperados para os próximos dias mais a leste dos EUA. Os estados com as precipitações mais intensas deverão ser Kentucky, Tenessee, Mississipi e Alabama. Veja no mapa abaixo, com previsão para o período de 30 de agosto a 6 de setembro:


O mercado, portanto, também espera pelo novo boletim semanal de acompanhamento de safras que será divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) às 17h (Brasília), depois do fechamento do mercado. 

Paralelamente, atenção sobre o comportamento da demanda - em especial da China - e ao financeiro, em especial o comportamento do dólar. O índice dólar segue operando com estabilidade - testando leve recuo de 0,02% na tarde desta segunda-feira - e na demanda, mais notícias de compra de soja por parte da China nos EUA de 256 mil toneladas. 

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Fim da colheita de soja no RS e em Santa Catarina deve ser impactada pelas chuvas previstas para os próximos dias
Soja volta a subir forte na Bolsa de Chicago nesta 2ª feira com reflexos ainda da cheias no RS
Inundações no Rio Grande do Sul trazem grandes incertezas para a soja brasileira
Soja recua em Chicago nesta 2ª, voltando a focar o clima bom nos EUA
Soja/Cepea: Valorização do farelo e clima adverso mantêm preços do grão em alta