Compras lentas da China, indefinição da safra nos EUA e divergência entre modelos climáticos deixam soja sem direção

Publicado em 26/07/2019 17:03
Agosto promete ser um mês de definições para os preços da soja com informações do relatório de oferta e demanda do USDA e potencial produtivo das lavouras mais consolidado
Eduardo Vanin - Analista de Mercado da Agrinvest

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Entrevista com Eduardo Vanin - Analista de Mercado da Agrinvest sobre o Fechamento de Mercado da Soja

 

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Após uma semana negativa, o mercado da soja fechou o dia de hoje (26) com leves altas, com ganhos entre 0,75 a 1,25 ponto nos principais vencimentos. O jornalista Aleksander Horta conversou com Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest, para falar sobre esses resultados da commodity. De acordo com Vanin, o mês de agosto será um dos mais importantes do ano, já que o USDA publicará no próximo dia 12 um relatório de oferta e demanda da safra americana. Ele enumerou três pontos principais com relação ao relatório:

- PRODUTIVIDADE: Com relação a esse tópico, houve um grande atraso no plantio, principalmente no leste do cinturão de grãos, região que representa 29% da produção de soja e 27% da produção de milho, mas que está atrasada e com as piores condições devido às chuvas dos últimos meses;

- REVISÃO DA ÁREA: Essa revisão será importante, já que no relatório do final de junho, foi demonstrada a intenção de plantio dos produtores americanos, o que resultou naquele momento em uma área de milho maior do que o esperado e área bem menor para a soja;

- LEVANTAMENTO DE ÁREA NÃO PLANTADA: São áreas em que o produtor americano não plantou a lavoura comercial e que irá recorrer ao seguro de não plantio. 

Além disso, o anúncio do subsídio por acre, que pode variar de US$ 15 a US$ 150, é outro fator que pode levar os produtores americanos a continuarem suas safras. A ajuda governamental é devido à guerra comercial com a China e pode haver uma nova rodada desse tipo de assitência caso o impasse entre os dois países continue. 

Leia mais: USDA diz que ajuda comercial a produtor dos EUA deve variar de US$ 15 a US$ 150 por acre

Ainda sobre a guerra comercial, a China aprovou esta semana que algumas empresas voltassem a comprar soja americana sem tarifas de retaliação comercial. Os embarques devem ficar em torno de 3 a 6 milhões de toneladas, o que deve resultar em uma competição por preços com a soja brasileira.

Veja tambem: Soja: China aprova compras livres de tarifas dos EUA, por Bloomberg

 

Por: Aleksander Horta e Ericson Cunha
Fonte: Notícias Agrícolas

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