Milho: mercado interno termina a semana lateralizado em meio às incertezas sobre paralisações do Coronavírus

Publicado em 27/03/2020 17:00 e atualizado em 28/03/2020 15:45
Chicago cai nesta sexta-feira, mas tem leve alta na semana

A semana chega ao final com pouca movimentação para os preços do milho no mercado interno. A maioria das cotações permaneceram sem movimentações nas praças pesquisadas em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas.

Nesta sexta-feira (27), por exemplo, foram registradas apenas uma desvalorização, de 2% e preço de R$ 49,00 em São Gabriel do Oeste/MS e uma valorização em Brasília/DF (6,38% e preço de R$ 50,00).

De acordo com o analista da Germinar Corretora, Roberto Carlos Rafael, este cenário com a disseminação do Coronavírus foi o grande responsável pode este movimento lateralizado. “Vivemos um misto de fatores atuando no mercado. Ainda estamos em um momento de pouco volume disponível de milho após as altas exportações do ano passado, mas agora começa a entrar algum volume com o avanço da colheita da safra verão”, explica Rafael.

O analista destaca ainda que, o atual momento de diminuição das atividades no Brasil em função do Coronavírus, começa a influenciar com alguma diminuição na demanda interna e aponta que “especialmente a indústria desacelerou bastante nos últimos dias. O setor de rações ainda segue demandando, mas já começamos a escutar rumores de redução nos abates de animais. A demanda por combustíveis também tem diminuído e isso pode interferir na produção do biocombustível feito do milho”.

Olhando para o futuro, a análise é que ainda não possível apontar uma tendência de caminho para as cotações. “É muito difícil fazer um prognostico neste momento em que existe muita discussão sobre lock dow vertical ou horizontal e existe muita pressão para o comércio e a indústria retomarem suas atividades normais”, explica Roberto Carlos Rafael.

Diante disso tudo, o analista aponta que os preços do milho mercado interno devem seguir lateralizados, ou com leves quedas (pressionadas pela colheita da safra verão), nos próximos dias e que o produtor precisa se manter atento à todas essas movimentações e seguir monitorando o clima da segunda safra brasileira, que pode comandar o direcionamento dos preços no futuro.

Confira como ficaram todas as cotações do milho nesta sexta-feira.

Bolsa de Chicago

Já no mercado externo, a sexta-feira chega ao final com os preços internacionais do milho futuro desvalorizados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram quedas entre 2,50 e 3,00 pontos ao final do dia.

O vencimento maio/20 foi cotado à US$ 3,46 com baixa de 2,75 pontos, o julho/20 valeu US$ 3,51 com perda de 2,50 pontos, o setembro/20 foi negociado por US$ 3,56 com desvalorização de 3,00 pontos e o dezembro/20 teve valor de US$ 3,64 com queda de 3,00 pontos.

Esses índices representaram baixas, com relação ao fechamento da última quinta-feira, de 0,57% para o maio/20, de 0,85% para o julho/20, de 0,84% para o setembro/20 e de 0,82% para o dezembro/20.

Com relação ao fechamento da última sexta-feira (20), os futuros do milho acumularam altas de 0,87% para o maio/20, de 0,57% para julho/20, de 0,56% para o setembro/20 e de 0,28% para o dezembro/20, na comparação dos últimos sete dias.

Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho caíram moderadamente em outra rodada de vendas técnicas na sexta-feira, enquanto os traders se preocupam com as perspectivas de outra safra massiva nos EUA neste ano, juntamente com a queda na demanda de etanol.

Relembre outras notícias sobre o milho desta semana:

>> Milho: indicador segue em patamar recorde

>> Exportações brasileiras de milho em março estão menores do que mesmo mês de 2019, mas sobem em relação a fevereiro

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Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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