Milho: B3 cai pelo 4º dia seguido e acumula baixa de quase 4% na semana

Publicado em 20/08/2021 16:27
Chicago também perdeu nesta 6ªfeira e encerrou semana acumulando 6% de desvalorização

A sexta-feira (20) chegou ao fim com os preços futuros do milho flutuando em uma faixa restrita, com movimentações levemente mais baixas na Bolsa Brasileira (B3).

O vencimento setembro/21 foi cotado à R$ 95,98 com queda de 0,85%, o novembro/21 valeu R$ 96,50 com desvalorização de 1,05%, o janeiro/22 foi negociado por R$ 97,95 com baixa de 0,88% e o março/22 teve valor de R$ 98,10 com perda de 0,41%.

Na comparação semanal, os contratos do cereal acumularam quedas de 3,92% para o setembro/21, de 3,88% para o novembro/21, de 3,59% para o janeiro/22 e de 3,37% para o março/22, em relação ao fechamento da última sexta-feira (13).

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 encerra uma semana de aumento de oferta no mercado brasileiro com movimentações mínimas. “O mercado está bem ofertado e, neste momento, acomodado, sem espaço para grandes flutuações”, explica.

Mercado Interno

Os preços do milho no mercado físico brasileiro encerraram o último dia da semana praticamente inalterados. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou movimentações apenas na praça de Amambai/MS, que recuou 1,10% e ficou valendo R$ 90,00 a saca.

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “a colheita da safrinha teve evolução durante esta semana em boa parte das regiões produtoras do Brasil. Este avanço tem deixado os consumidores mais cautelosos e menos ativos no mercado físico nas praças paulistas consultadas nos últimos dias”.

A análise da Agrifatto Consultoria acrescenta ainda que, “os preços do milho spot permanecem estáveis nos R$ 99,00 a saca em Campinas/SP enquanto a colheita avança em São Paulo e Paraná que estão mais atrasados, e os compradores mais comedidos na aquisição do cereal”.

Mercado Internacional

A Bolsa de Chicago (CBOT) finalizou a sexta-feira mais uma vez acumulando perdas para os preços internacionais do milho futuro.

O vencimento setembro/21 foi coatado à US$ 5,38 com queda de 11,25 pontos, o dezembro/21 valeu US$ 5,37 com desvalorização de 13,75 pontos, o março/22 foi negociado por US$ 5,44 com baixa de 13,75 pontos e o maio/22 teve valor de US$ 5,49 com perda de 13,50 pontos.

Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (19), de 2,18% para o setembro/21, de 2,36% para o dezembro/21, de 2,51% para o março/22 e de 2,31% para o maio/22.

Na comparação semanal, os contratos do cereal acumularam desvalorizações de 5,28% para o setembro/21, de 6,28% para o dezembro/21, de 6,04% para o março/22 e de 5,83% para o maio/22, em relação ao fechamento da última sexta-feira (13).

Segundo informações da Agência Reuters, o milho atingiu uma baixa de quase um mês devido às preocupações macroeconômicas, juntamente com chuvas benéficas no Oeste do meio-oeste dos Estados Unidos e nas planícies.

A publicação destaca também que a EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA) deve recomendar à Casa Branca a redução dos mandatos de mistura de biocombustíveis do país abaixo dos níveis de 2020, disseram duas fontes familiarizadas com o assunto, o que seria um golpe para a indústria de biocombustíveis.

Para Julie Ingwersen da Reuters Chicago, os grãos enfrentaram uma pressão adicional de preocupações com o crescimento econômico global em meio ao aumento dos casos de coronavírus, que pesaram sobre o petróleo bruto e aumentaram ativos portos-seguros como o ouro.

“Estamos vendo uma sessão de redução de risco. Existem preocupações econômicas globais e isso está sacudindo os mercados de commodities em geral, o que também está se espalhando para os mercados agrícolas”, disse Terry Reilly, analista sênior da Futures International em Chicago.

Além disso, as previsões apontavam para chuvas benéficas durante este fim de semana nas Dakotas e nas áreas de cultivo dos EUA que lutaram com meses de seca.

“As chuvas mais fortes são esperadas em Dakota do Norte, o que deve finalmente começar a diminuir a seca, embora a chuva provavelmente esteja chegando tarde demais para melhorar drasticamente o rendimento das safras”, disse a empresa de tecnologia espacial Maxar em nota ao cliente.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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