Soja: Mercado fecha em baixa com cancelamento de compras da China

Publicado em 16/11/2012 17:28
A soja encerrou a sexta-feira em queda na Bolsa de Chicago, com perdas de mais de 10 pontos e com todos os vencimentos deixando o patamar dos US$ 14 por bushel. Um dos principais que pesaram negativamente sobre o mercado nesta sessão foi o cancelamento da compra de dez navios de soja dos Estados Unidos por parte da China.

Apesar de não se tratar de um movimento incomum por parte da nação asiática, e de não ser uma novidade para o mercado, esse cancelamento de cerca de 600 mil toneladas foi mais uma informação negativa para um mercado já pressionado. 

No início desta semana, o mercado atuou com expressivas baixas ainda sentindo o impacto do aumento de oferta de soja tanto nos EUA quanto no cenário mundial indicado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu último relatório de oferta e demanda. Porém, sinalizou alguns dias de alta, ensaiando uma recuperação, mas não foi capaz de sustentar o avanço. 

Segundo Pedro Dejneka, analista da Futures International, as perdas recentes foram bastante expressivas e para mudar o cenário técnico atual - que não é positivo neste momento - seria necessário notícias novas que pudessem trazer os compradores de volta ao mercado. 

Sendo assim, sem novidades, com indícios de um aumento da oferta, sinais de uma retração momentânea e ainda tímida da demanda e boas expectativas para a nova safra da América do Sul acabam formando um quadro negativo para as cotações da soja no mercado internacional. 

“A demanda sustentava o mercado, e como vimos a demanda não se sustentou nos atuais níveis. Apesar de ainda estar em patamares recordes nos EUA para essa época. O nível da demanda precisaria aumentar, estamos US$ 4 dólares abaixo da alta de setembro. Agora o mercado procura novo ponto de equilíbrio em relação à oferta e demanda”, acredita Dejneka.

Paralelamente, há ainda o cenário macroeconômico, o qual ainda se mostra incerto e quase nada positivo. Há a crise na Europa, as incertezas com a reeleição de Barack Obama nos Estados Unidos, conflitos no Oriente Médio e notícias não tão boas vindo de países emergentes. Todas essas informações acabam por diminuir a aversão ao risco por parte dos investidores e também colocar em cheque a força da demanda por commodities agrícolas, embora se trate de alimentos. 

“Esse cenário impacta o mercado, não sabemos se pode afetar ou adicionar nervosismo ao mercado gerando uma aversão ao risco, o que aumentaria a tendência de venda (por parte dos fundos). Ou poderemos ter uma situação onde a aversão ao risco não é tão grande e o preço do petróleo dispara o preço do milho dispara seguindo o petróleo, e puxando as cotações da soja e do trigo”, fala Dejneka. 

Veja como ficaram as cotações no fechamento desta sexta-feira:

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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