CBOT: Em sessão volátil, soja fecha com preços mistos à espera do USDA

Publicado em 06/03/2013 18:35
Nesta quarta-feira (6) as cotações futuras da soja encerraram a sessão em território misto. Ao longo das negociações os preços operaram com grande volatilidade na Bolsa de Chicago, alternando entre altas e baixas. O vencimento março/13 fechou o pregão a US$ 14,84/bushel, com queda de 12 pontos. 

De acordo com o operador de mesa da corretora McDonald & Pelz, Flávio Oliveira, destaca que após as altas registradas na sessão anterior, parte dos investidores realizou lucros. “Toda vez que as cotações se aproximam de US$ 15/bushel, os compradores entendem como uma oportunidade de embolsar os lucros e no patamar de US$ 14,20 é visto como oportunidade de compra”, afirma.

E mesmo diante dos baixos estoques de soja dos Estados Unidos, a demanda pelo grão norte-americano permanece forte, já que, com a ineficiente logística o Brasil não tem conseguido suprir à demanda, principalmente, a chinesa no curto prazo. O consultor sinaliza que há cerca de 200 navios nos portos brasileiros esperando para carregar milho, farelo e soja. “E os mercados consumidores se ressentem com a falta do produto”, relata Severo.

Devido a esse cenário a tendência é que as cotações trabalhem com volatilidade até a próxima safra norte-americana, que começa a ser semeada nos meses de abril e maio. “Tudo pode acontecer nesse cenário caótico que vivemos de suprimento, talvez seja a maior crise de suprimento mundial que estamos vendo agora. Onde se tem logística não tem o produto, e onde tem o produto não tem logística. Com isso, os países importadores continuarão a comprar soja dos EUA, mesmo com os estoques baixos”, diz o consultor.

Paralelo a esse quadro, os investidores buscam um melhor posicionamento frente ao relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que será divulgado na próxima sexta-feira (8). Flávio Oliveira destaca que a expectativa do mercado é que o órgão norte-americano reduza os números finais de estoques de soja nos Estados Unidos, e também revise para baixo as projeções das safras argentina e brasileira, em função das intempéries climáticas que atingiram as lavouras dos dois países. 

Na contramão da soja, os futuros do milho e trigo fecharam o pregão com baixas expressivas na CBOT. O trigo foi influenciado pela melhora climática nas planícies norte-americanas, o que poderia beneficiar a produção dos EUA. Já os preços do milho, refletem a expectativa de uma redução nos estoques finais do cereal no país, juntamente, com a perspectiva de possíveis números menores das exportações semanais que serão divulgados amanhã (7) pelo USDA, conforme acredita Oliveira.

Confira como ficaram as cotações dos grãos no fechamento desta quarta-feira:




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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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