Soja: Na CBOT, mercado fecha em queda pelo 3º dia consecutivo
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros da soja fecharam a sessão em queda pelo terceiro dia consecutivo. Ao longo das negociações, as principais posições da oleaginosa até esboçaram uma recuperação, mas as cotações ampliaram as perdas durante o dia. Os contratos registraram baixas entre 9,50 e 13,25 pontos. O vencimento julho/14 terminou o pregão cotado a US$ 14,46 por bushel.
Segundo analistas, os preços futuros são pressionados por um movimento de realização técnica, após atingir o pico de preço no mês de abril. Na visão do economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, algumas notícias como a possível redução na demanda da China também ajudam a pressionar as cotações em Chicago.
As especulações das importações de soja por parte dos EUA, especialmente do Brasil e Canadá, ajudam a dar o tom negativo aos preços da oleaginosa. Ainda assim, o analista de mercado da Agrinvest, Marcos Araújo, relata que ainda seria necessário um aumento no ritmo das importações do produto brasileiro para que os estoques norte-americanos ficassem em níveis confortáveis.
"E com as compras norte-americanas de soja, os níveis dos estoques do país, que estão em níveis críticos, passam para nível menos crítico. Além disso, com o novo relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), já começam as especulações sobre um possível aumento das importações dos EUA", explica Motter.
O departamento norte-americano irá divulgar novo boletim de oferta e demanda na próxima sexta-feira. Os participantes do mercado já esperam que o órgão reporte um aumento na produção de soja norte-americana para 96,5 milhões de toneladas. É preciso ressaltar que nesta safra, a área destinada ao cultivo da oleaginosa deve apresentar um aumento de 5%.
Os estoques mundiais de soja também poderão apresentar uma revisão para cima e totalizar 81 milhões de toneladas. No último relatório, o USDA apontou os estoques globais em 69,42 milhões de toneladas e a produção mundial em 284,05 milhões de toneladas.
Ainda segundo o economista, esse será o primeiro relatório com informações sobre a safra 2014/15 e servirá como referencial para balizar os preços da commodity. "Temos que ficar atentos aos números dos estoques finais norte-americanos, que poderão totalizar 8 milhões de toneladas, esmagamento e importações dos EUA, que podem trazer um reflexo às cotações no curto prazo", destaca.
O clima nos EUA também começa a ganhar força a partir de agora no mercado internacional. Com o início do plantio do grão no país, cerca de 5% da área foi cultivada até o último dia 4 de maio, os produtores estão atentos às previsões climáticas. Na última semana, segundo dados do USDA, o índice de plantio era de 3%, enquanto que, no mesmo período do ano passado o percentual era de 2%.
Apesar do recuo nas cotações, os fundamentos ainda são positivos frente à demanda aquecida pela soja e dos estoques ajustados nos EUA. No entanto, como esses fatores já são conhecidos do mercado, outras informações ganham espaço nesse momento. Para o analista de mercado do SIMConsult, Mauricio Correa, o mercado deve melhorar nos próximos dias e voltar as máximas ao redor de US$ 15,50 por bushel.
Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento nesta quarta-feira: