As comunidades tradicionais no processo de sustentabilidade - desenvolve ou acaba?

Publicado em 11/05/2012 15:21
Por Valdir Edemar Fries, produtor rural em Itambé/PR.
Marcadas pelo sistema de produção, de trabalho e sua cultura, as comunidades tradicionais são emblemáticas quando se trata de “sustentabilidade” e diante da realização da Conferência RIO+20 e da aprovação do novo Código Florestal Brasileiro, o assunto fica inerente em torno das questões de desenvolvimento sócio econômico e ambiental.

No debate em torno de sustentabilidade, os “ambientalistas” buscam associar as comunidades tradicionais para justificar suas ideologias sem levar em conta que o gênero de vida destas comunidades se adapta em função do desenvolvimento dos povos da biosfera que provocam a alteração de todo ecossistema dado ao alto consumismo, uma vez que são os povos das cidades que precisam mais da produção das comunidades tradicionais do que os povos das comunidades tradicionais precisam das cidades.

Ao debater o meio ambiente, os povos das cidades questionam a exploração agropecuária capitalista que faz uso de alta tecnologia em detrimento das “comunidades tradicionais” sem (ao menos) se quer saber do real significado que a traduz e muito menos conhecem o sistema e as condições de sua sobrevivência.

O crescimento populacional é irreversível e a sustentabilidade do ser humano fica na dependência do desenvolvimento econômico, pois ainda é o SISTEMA ECONÔMICO TRADICIONAL “capitalista” que mantém a sustentabilidade dos povos da biosfera, uma vez que a chamada ECONOMIA VERDE ainda não passa de uma utopia. O civismo de certos líderes religiosos e de ambientalistas ideológicos não tem nada a ver com o civismo que consiste no respeito aos valores coletivos para preservar a harmonia e o bem estar de todos os povos primitivos e tradicionais.

Ao tempo em que estes “ambientalistas” lutam pelas suas ideologias comunistas pregando a defesa dos povos tradicionais, são eles próprios que provocam a xenofobia quando buscam descobrir e interferir nas comunidades primitivas (indígenas, ribeirinhas e quilombolas). Foram os padres e missionários que oxigenaram as aldeias indígenas com a desculpa de evangelizar e são os naturebas da ditadura comunista que tem explorado os povos primitivos com a“civilização” e por fim acabam provocando o preconceito entre as raças e as culturas.

As comunidades tradicionais tem se adaptado ao sistema de trabalho e de produção na medida em que aumenta a demanda pelo consumo de alimentos, e as adaptações destas comunidades passam obrigatoriamente a participar do desenvolvimento econômico capitalista, ou simplesmente acabam na miséria absoluta quando ficam apenas tirando sustento e proveito econômico das riquezas naturais.

Impedir as comunidades tradicionais de participarem do mundo capitalista fazendo uso de tecnologia para aumentar a produtividade é um erro irreparável, porque o próprio crescimento das comunidades tidas como tradicionais levam ao comprometimento da sustentabilidade ambiental ao explorar demasiadamente os recursos naturais, o comprometimento destes recursos leva a miséria e a miséria nada mais é do que a bomba relógio que detona a qualidade de vida de qualquer ser humano e do ecossistema como um todo.

Uma “destruição generalizada pode acontecer”, e o perigo fica iminente quando se usa de uma ideologia “ética” para resolver os problemas ambientais. As comunidades tradicionais podem muito bem crescer e manter suas etnias, suas tradições folclóricas e místicas, ao tempo em que podem se desenvolver e conquistar melhores condições econômicas para garantir sua qualidade de vida.
O sistema de extensão rural trabalhou muito em diversas “comunidades tradicionais” de determinadas etnias, e ao longo do tempo estas comunidades se desenvolveram economicamente mantendo seus costumes e sua cultura. Grupos de italianos, holandeses e alemães superaram os desafios sem perder suas tradições, gaúchos deixaram seu estado de origem e junto levaram sua tradição folclórica, da mesma forma os nordestinos não tem deixado sua crença e seus ritos mesmo que morando fora de seu habitat.

O desenvolvimento tecnológico tem dado condições de o setor produtivo aumentar a produtividade sem mais comprometer o meio ambiente, garantindo desta forma a “SUSTENTABILIDADE” que tanto os ambientalistas ideológicos e religiosos comunistas classificam como “um modelo equivocado de desenvolvimento” que prioriza o agronegócio em detrimento das comunidades tradicionais.

O aumento populacional e o sistema globalizado tem levado a mistura das raças, dos comportamentos do modo de vida, e nem mais uma etnia, nem mais uma cultura permanecera isolada ou ficara intocável. Os povos devem se adaptar de acordo com o seu crescimento seguido de um “processo de sustentabilidade” que garanta o desenvolvimento de cada comunidade sem a necessidade de deixar de lado suas tradições que marcam sua identidade.

As comunidades tradicionais devem se adaptar e desenvolver de forma sustentável para não explotar os recursos que garantem sua sobrevivência, da mesma forma que o AGRONEGÓCIO vem se adaptando a um novo sistema de produção obedecendo um processo de sustentabilidade para garantir vida e crescimento dos povos da biosfera, se comprometendo inclusive a manter as reservas de cada bioma em conformidade com o novo código florestal. Este é o debate de “sustentabilidade” que deveria prevalecer na conferencia RIO+20.

Desenvolver para não acabar.
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Fonte:
Valdir Edemar Fries

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