Agronegócio brasileiro, o Brasil que dá certo! Por Flávio França Jr

Publicado em 19/12/2014 17:15 e atualizado em 23/12/2014 09:35
Flávio França Jr é Analista de Mercado, Consultor em Agribusiness e Diretor da França Junior Consultoria

Caros amigos. Em função de compromissos profissionais não pude conversar com vocês nas últimas duas semanas. No processo de escolha do tema para esta coluna fui dar uma olhada nos assuntos que foram notícia nesse período e que tivessem alguma relevância para o agronegócio brasileiro. Sempre com a ideia que, se possível, tentamos dar preferência sobre assuntos que tivessem conteúdo mais no lado positivo para o segmento. E nesse levantamento pude perceber mais uma vez a grande distância que existe entre as informações, as notícias e os sentimentos, sobre o agronegócio brasileiro, e as informações gerais do Brasil. Enquanto de um lado temos otimismo, pujança e crescimento, de outro temos pessimismo, fraqueza e decréscimo. 

Isso é uma tônica nesses últimos anos, quase um lugar comum. E aí me pus a pensar porque essa diferença acontece. E porque temos a impressão que essa distância só aumenta. Tenho a convicção de que o agronegócio brasileiro é o Brasil que dá certo. Se não vejamos: em 2014 o crescimento do PIB brasileiro deve ser próximo de zero, enquanto o agro tem previsão de expansão em 4% (percentuais próximos previstos também para 2015); isso depois que o Brasil cresceu 2,28% em 2013 e o agro avançou 3,92%; o segmento representa perto de 23% do tamanho da economia brasileira; responde por 40% da pauta de exportações do país; e tem sido o grande responsável pelos recentes saldos positivos na balança comercial do país (de janeiro a novembro deste ano o saldo comercial do agro está positivo em US$ 74.6 bilhões, contra -US$ 4.2 bls da economia brasileira como um todo).

E esse movimento não acontece porque o setor tenha menor exposição ao risco. Pelo contrário, desconheço outro segmento que esteja envolvido em maior número de riscos do que o agronegócio. Só para citar os principais podemos enumerar os riscos de clima, de doenças, de pragas, de preços, de governos, da economia, de crédito, etc. 

Também entendo que não é por ser um setor protegido, uma vez que frequentemente as intervenções setoriais do governo acabam mais atrapalhando do que ajudando. Muito diferente dos países desenvolvidos, no caso brasileiro não há grandes salvaguardas para os produtores, especialmente no que diz respeito à ausência de política de renda. E também temos alguns casos de pujantes setores do agro brasileiro que praticamente não tem a participação do governo. Este é o caso da soja, simplesmente o maior valor bruto da agropecuária do país, e o principal item da pauta de exportação. O próprio Plano Safra 2014/15, que teve importante avanço nesses últimos anos, nessa temporada está disponibilizando R$ 156,1 bilhões para os produtores, volume de recursos que atende aproximadamente de 15 a 20% da necessidade total para custeio e investimentos. 

Entendo que o segredo do sucesso de uma economia ou de um setor específico, está na quantidade e na qualidade dos investimentos feitos em produtividade, infraestrutura e na busca da eficiência. E acredito estar aqui a explicação porque a economia do Agronegócio brasileiro diferente tanto do restante do país. Não é segredo para ninguém o quanto os produtores agropecuários têm investido nos últimos anos em alavancagem da produtividade e da eficiência. Basta dar o exemplo da agricultura, cuja produção de grãos em 2014 deve estar atingindo 195 milhões de toneladas, garantindo um crescimento de 62% nos últimos 10 anos (taxa anual de 4,9%). Detalhe: no mesmo período a área colhida aumentou 21%, o que dá uma taxa anual de expansão de 1,9%. E é tácito afirmar que essa expansão só não é ainda mas expressiva pelas dificuldades que o setor enfrenta na área de infraestrutura, que não por acaso é justamente a parte onde a atuação do Estado é dominante.

Toda vez que viajo para o interior e cruzo esse Brasil afora volto renovado para casa, pois vejo um país que avança forte, gera empregos e riqueza. Que é otimista e faz planos para o futuro. Onde a palavra corrupção dificilmente é manchete de jornal. E que me enche de orgulho. Orgulho em perceber que o povo brasileiro é capaz de ser bom em alguma coisa. E em pensar que o meu trabalho possa ser ao menos uma gota nesse imenso oceano de sucesso.

Nossos governantes e os participantes dos demais segmentos da economia brasileira poderiam ganhar muito se tomassem os parâmetros do sucesso do agronegócio como modelo para suas atividades e para o próprio país.  
 
Um “AgroAbraço” a todos!!!
Flávio Roberto de França Junior

www.francajunior.com.br e [email protected] 

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França Junior Consultoria

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