Bloqueio de estradas traz prejuízo de R$20,8 mi/dia, diz associação de transporte
Bloqueio de estradas traz prejuízo de R$20,8 mi/dia, diz associação de transporte
SÃO PAULO (Reuters) - A Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga (ABTC) avalia em 20,8 milhões de reais por dia o prejuízo sofrido com o bloqueio de estradas por conta da greve dos caminhoneiros, em uma estimativa otimista, disse nesta quinta-feira.
As empresas mais afetadas foram as que realizam transporte de longa distância, embora todo o sistema tenha sido impactado, acrescentou, citando companhias como Transportadora Cometa, RS Transporte, Eclipse, Cimpor, Lima Transporte, White Martins, Lida Transporte e Copagas.
Segundo a ABTC, as empresas não estão encontrando formas de contornar o problema porque os corredores rodoviários principais são únicos e não dão lugar a opções.
"Uma saída relevante seria utilizar os modais ferroviário e aquaviário, entretanto esses não dispõem de malha de dimensão similar", disse em nota à Reuters.
As estradas federais do Brasil registravam no final da manhã desta quinta-feira 91 bloqueios devido aos protestos de motoristas de caminhões, após o governo apresentar na véspera propostas para tentar encerrar o movimento grevista, que entra em seu nono dia.
(Por Priscila Jordão)
Caminhoneiros exigem frete mínimo e baixa de R$ 0,50/litro no preço do diesel
A greve dos caminhoneiros continua nesta quinta-feira (26). De acordo com as últimas informações do G1, às 11h40 (horário de Brasília), eram registrados pontos de bloqueio em pelo menos sete estados: Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A manifestação, entretanto, já ganha uma amplitude maior e chega a 10 estados, com locais onde os bloqueios não são permanentes e os locais vão sendo liberados algumas vezes durante o dia.
Clique AQUI e veja os pontos de protesto em cada estado.
A Justiça já determinou a liberação das rodovias em seis estados - MG, BA, MT, MS, SP e CE - e há, em alguns locais, até mesmo uma pena de multa para os caminhoneiros que continuarem nas estradas. Ainda assim, os movimentos continuam, o Brasil segue parado e as negociações de seus representantes com o governo pouco avançam.
As propostas do governo federal incluem o o congelamento do preço do diesel pelos próximos seis meses, além de duas outras garantias: a primeira é uma carência de 12 meses para os caminhoneiros autônomos ou microempresas que tenham adquirido caminhões por meio de dois programas do governo, o Finame e o Procaminhoneiro, a segunda é a sanção integral da Lei do Caminhoneiro, aprovada pelo Congresso neste mês. A medida atualiza as regras sobre carga de trabalho, horas de descanso e pagamento de pedágios pelos caminhoneiros.
O acordo foi aceito por alguns sindicatos, porém, não teve adesão de 100% dos motoristas que protestam Brasil a fora. Em um vídeo divulgado pelo Portal Oeste Mais, o representante do Comando Nacional do Transporte, Ivar Luiz Schmidt, afirma que "não houve acordo com o governo e a paralisação continua". Schmidt afirma que há dois pontos de que o setor não abre mão: a definição de um frete mínimo e a redução do preço do óleo diesel em, pelo menos, R$ 0,50 por litro.
Clique AQUI e acompanhe, no G1, a atualização dos pontos de bloqueio em todo o país.
Abaixo, veja a lista dos pontos de acordo entre alguns representantes dos caminhoneiros e o governo federal:
1 - Sanção integral da nova Lei do Caminhoneiro;
2 - Isenção de pagamento de pedágio para o eixo suspenso de caminhões vazios;
3 - Aumento do valor da estada, de R$ 1 para R$ 1,38 por tonelada/hora, calculada sobre a capacidade total de carga do veículo, e valor este que será atualizado todos os anos pelo INPC;
4 – Obrigatoriedade do embarcador ou destinatário da carga de fornecer documento hábil para a comprovação do horário de chegada do caminhão, sujeito a multa de 5% sobre o valor da carga;
5 – Tolerância do peso bruto total de 5%, e de peso por eixom de 10%, além de perdão das multas por excesso de peso expedidas nos últimos dois anos;
6 – Responsabilização do embarcador pelos prejuízos decorrentes do excesso de peso e transbordo da carga com excesso;
7 – Inclusão de obrigação do governo de instalar e incentivar pontos de paradas, mediante cessão de áreas públicas;
8 – Carência de 1 ano para pagamento das parcelas de financiamento de caminhões dos contratos em vigor de transportadores rodoviários autônomos e microempresas dos programas Pró-caminhoneiro e Finame;
9 – Elaboração de tabela referencial de fretes pelas entidades representativas dos caminhoneiros e das transportadoras com os embarcadores, tendo mediação do Ministério dos Transportes, com a primeira reunião a ser realizada em 10 de março;
10 – Compromisso da Petrobras de não realizar, pelos próximos 6 meses, reajuste no preço do diesel;
11 – Compromisso da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) de melhorar o resultado dos fretes dos caminhoneiros a níveis satisfatórios.
Brasil tem 91 interdições em estradas federais apesar de aceno do governo
BRASÍLIA/SÃO PAULO (Reuters) - As estradas federais do Brasil registravam no final da manhã desta quinta-feira 91 bloqueios devido aos protestos de motoristas de caminhões, isso após o governo anunciar na véspera propostas para tentar encerrar o movimento grevista, que entra em seu nono dia.
Os números da manhã da polícia mostram uma piora em relação ao boletim da noite anterior, que apontavam 81 interdições, indicando uma divisão no movimento.
Alguns representantes dos manifestantes disseram ter aceitado as propostas do governo, enquanto outros consideraram as ofertas insuficientes.
Segundo a polícia, o Estado mais afetado pelos protestos era o Rio Grande do Sul, com 38 bloqueios, às 11h, seguido pelo Paraná (19 bloqueios), Santa Catarina (14). Em Mato Grosso, as informações oficiais indicavam nove interdições.
Ao todo, segundo os dados mais atualizados da polícia, nove Estados tinham bloqueios, contra interdições em seis Estados no relatório da noite de quarta-feira.
O movimento dos caminhoneiros, por menores custos com diesel e impostos, prejudica o abastecimento de diversas mercadorias, como alimentos e combustíveis, com reflexos nas exportações e na economia do país.
O governo anunciou uma série de propostas na quarta-feira numa tentativa de pôr fim aos protestos de caminhoneiros que bloqueiam estradas o país, como a estabilidade dos preços do diesel por seis meses, sanção sem vetos da lei que reduz custos do setor e carência de 12 meses para o pagamento de financiamentos de caminhões.
Mas o líder do chamado Comando Nacional dos Transportes disse que as promessas não foram aceitas, posição diferente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que considera que houve avanços históricos em pontos das reivindicações.
A orientação governamental é que os caminhoneiros acabem com os bloqueios para avançar nas negociações com o governo antes da próxima rodada de conversas, que ocorrerá em 10 de março, para discutir os pontos que não foram atendidos.
Ivar Luiz Schmidt, líder do movimento Comando Nacional do Transporte, disse à Reuters que não aceitava os termos do acordo.
Schmidt disse que seu movimento "não aceitou nenhum dos termos que o governo propôs". "Nós continuamos o movimento", disse ele, afirmando ter o comando de pelo menos cem pontos de bloqueio em rodovias federais e estaduais.
Ele disse que aguarda um novo contato com o governo para tentar retomar as conversas. Schmidt não participou na quarta-feira da reunião entre governo, empresários e representantes dos caminhoneiros.
O governo, por seu lado, disse que as propostas serão efetivadas somente com o fim dos bloqueios. "Só vai ser cumprido o que nós combinamos na hora que forem liberadas as estradas", disse o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, segundo a Agência Brasil.
(Reportagem de Leonardo Goy, Priscila Jordão e Roberto Samora)
No G1: Queda no preço do frete e altas do diesel e pedágio originaram protestos
A manifestação dos caminhoneiros entrou nesta quinta-feira (26) em seu oitavo dia de protestos contra o aumento do diesel e o preço do frete, considerado baixo pela categoria.
Bloqueios ocorrem em diversas estradas pelo país, mesmo após decisões judiciais que determinaram a liberação de rodovias federais em 11 estados e após negociação entre o governo e sindicatos e associações de caminhoneiros.
A liderança do movimento não é centralizada. O acordo não contou com o apoio, entre outros, de Ivar Luiz Schmidt, que se diz representante do Comando Nacional do Transporte. Segundo ele, o CNT é responsável por cerca de 100 pontos de bloqueio nas estradas.
Manifestantes dizem ainda que não foram notificados das decisões judiciais ou que o grupo que negociou o fim das interdições não tem legitimidade.
Leia a notícia na íntegra no site do G1.
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