CNA discute peso da energia elétrica como insumo para aquicultura e custo de produção
Brasília (02/12/15) – Produtores rurais irrigantes de todo o Brasil e da cadeia aquícola avaliam os impactos do aumento do custo com energia elétrica em função da cobrança da bandeira tarifária e de outros reajustes adotados desde o início deste ano. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), houve um acréscimo de 130% nas contas de energia dos agricultores irrigantes desde 2012 e 30% nas contas dos aquicultores. Os possíveis resultados dos crescentes aumentos na cobrança de energia elétrica aplicada à propriedade rural vão desde a redução da área plantada até o impacto no custo de produção foram apresentados pelo coordenador de Sustentabilidade da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Nelson Ananias, durante reunião da Comissão Nacional de Aquicultura da CNA, na sexta-feira, dia 27/11.
De acordo com o coordenador, os três fatores que mais influenciam na produção de alimentos são: utilização de variedades melhoradas, que corresponde a 21%; expansão da fronteira agrícola, com 20%, e intensificação do uso de insumos agropecuários e irrigação, com 59%. “Hoje o Brasil tem uma área irrigada de 6 milhões de hectares. No entanto, tem áreas potencialmente irrigáveis de 47 milhões de hectares”, observou.
No Brasil, segundo dados do Censo 2006 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o sistema de cultivo mais utilizado é o sequeiro (plantio no período chuvoso). Hoje são mais de 47,5 milhões de hectares de área colhida. O que representa um valor bruto da produção em R$ 77,55 bilhões. O valor por hectare da área custa R$ 1.632,57.
O sistema irrigado, (técnica utilizada na agricultura que tem por objetivo o fornecimento controlado de água para as plantas em quantidade suficiente e no momento certo, assegurando a produtividade e a sobrevivência da plantação), tem apenas 5,6 milhões de hectares de área colhida, com R$ 19,59 bilhões no VBP e R$ 4.278,86 o valor do hectare. “Apesar da área de sequeiro ser maior, o sistema irrigado tem potencial para crescer em 47 milhões de hectares, gerando um VBP de 152 bilhões de reais. A área irrigada gera 110% mais valor bruto da produção que a sequeiro”, comentou Nelson Ananias.
Para o coordenador, a agricultura irrigada é de extrema importância para o Brasil e para mundo, principalmente considerando que o nosso país será um dos maiores produtores de alimentos no futuro, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Para a entidade, será necessário aumentar a produção de alimentos em 70% até 2050, período em que a população mundial ganhará mais 2,3 bilhões de habitantes. “Temos área, insolação e água. Só precisamos coordenar o uso eficiente destes fatores, possibilitando a duplicação da área irrigada nos próximos 10 anos, fazendo frente ao desafio de se produzir mais no mesmo espaço e possibilitando um crescimento estimado de R$ 17,5 bilhões no valor bruto da produção (VBP) do setor”, finalizou.
0 comentário
COOPERATIVISMO EM NOTÍCIA - edição 13/12/2025
Minerva Foods avança em duas frentes estratégicas e alcança categoria de liderança do Carbon Disclosure Project (CDP)
Pesquisador do Instituto Biológico participa da descoberta de novo gênero de nematoide no Brasil
Secretaria de Agricultura de SP atua junto do produtor para garantir proteção e segurança jurídica no manejo do fogo
Manejo do Fogo: Mudanças na legislação podem expor produtores a serem responsabilizados por "omissão" em casos de incêndios
Primeira Turma do STF forma maioria por perda imediata do mandato de Zambelli