Na Folha: Agricultura quer usar informação de lavouras para entrar na era digital

Publicado em 10/02/2016 06:20

A agricultura está diante de uma nova revolução. Dessa vez, ela virá da informação e colocará o setor no campo tecnológico. Depois da Revolução Verde, que inovou com práticas de manejo agrícola, e da biotecnologia, agora é a hora da agricultura digital.

Essa é a visão de Mike Stern, presidente da Climate Corp, empresa que começa a trazer ao mercado brasileiro uma ferramenta para coleta e melhor aproveitamento de todas as informações existentes nas lavouras.

O objetivo da Climate é combinar ciência agronômica, germoplasma (material genético das sementes), utilização de dados e engenharia de software.

A empresa foi comprada pela Monsanto, líder em biotecnologia, em 2013.

Com a Climate, dedicada à gestão de dados, o grupo Monsanto pretende fornecer um pacote completo de soluções para o agricultor, movimento que outras multinacionais também buscam.

"A nossa visão é ajudar o produtor a melhorar a produtividade por meio dessas ferramentas digitais", diz Stern.

O principal produto da empresa funciona da seguinte forma: um dispositivo, que se conecta às máquinas em atividade no campo, recolhe todas as informações do plantio e da colheita e as transmite para um iPad. Depois, os dados são armazenados na nuvem (servidores externos que possibilitam o acesso remotamente).

O produtor terá, então, todas as informações para cada talhão (áreas de plantio), como o tipo da semente, a velocidade e a profundidade do plantio, o número de pulverizações de defensivos agrícolas e ainda dados de desenvolvimento do clima, em uma só plataforma.

A conjugação dessas informações poderá auxiliar o produtor a escolher o melhor momento para o plantio e o tipo de insumo a utilizar. "O agricultor terá a visualização da safra inteira. Achamos que podemos utilizar essas informações para fazer correlações que não são visíveis a olho nu e ajudar o produtor a tomar decisões mais fundamentadas", diz Stern.

Ainda nos primeiros passos no Brasil, o produto já tem um desenvolvimento mais avançado nos Estados Unidos.

No país, a empresa está fazendo testes com 35 produtores, em Mato Grosso, Paraná e Bahia. O lançamento deverá ocorrer em dois anos.

Se a ferramenta é capaz de trazer maior produtividade, no caso do Brasil o produtor terá alguns desafios. O principal deles, segundo Stern, é a dificuldade de acesso à internet em várias regiões produtoras. "Não é impossível, mas será mais difícil." 

PRODUTIVIDADE

Stern diz que é cedo para avaliar um ganho médio de produtividade, mas essa ferramenta pode encurtar a distância entre os menores e maiores rendimentos.

No Brasil, a produção média de soja é de 50 sacas por hectare, mas desafios de produtividade apontam rendimento de até 120 sacas. Diferença semelhante ocorre nos Estados Unidos. Mas a Climate poderá encontrar objeção de alguns produtores.

Os dados das lavouras a serem utilizados por essa ferramenta passarão para a empresa, que terá acesso às informações da fazenda. O produtor também deverá compartilhar esses dados com outros da mesma região. 

Leia a notícia na íntegra no site Folha de S.Paulo.

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Fonte:
Folha de S.Paulo

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