Entender e buscar ser entendido, as formas de chegar à sucessão familiar no agronegócio
A história de Ricardo Granzotto é um exemplo de sucessão familiar bem-sucedida. Foi com o relato do engenheiro agrônomo, agora responsável por gerenciar a lavoura da família, que o Encontro Nacional das Cooperativas Agrícolas – realizado nos últimos dias 16 e 17, em Campinas – promoveu o painel: “Sucessão – O Desafio de Conectar os Jovens no Modelo Cooperativista”.
Por mais que a decisão de dar continuidade ao negócio da família tenha sido uma decisão pessoal, Granzotto tem certeza de que as conversas com o pai e o bom relacionamento que tiveram durante a infância foram fundamentais para contribuir com a escolha. Como recordou durante o painel, o jovem agrônomo vem de duas famílias ligadas ao campo, sendo uma de pecuaristas e outra de produtores de grãos e cereais. Hoje, o conhecimento adquirido dos dois lados são essenciais para colocar em prática as novas práticas sustentáveis que tem desenvolvido, através dos conhecimento que adquiriu durante a formação.
Granzotto começou a cursar engenharia agrônoma no ano de 2013 e concluiu o curso em 2017. Depois de se formar, o pai chegou até ele e disse que a partir de então, o jovem recém-graduado seria responsável por tomar as decisões na lavoura. Agora, ele já tem uma posição de sócio-proprietário e faz toda a gestão da propriedade. Por mais que o avanço tenha sido rápido, durante esse período, sempre esteve aprendendo e colocando em prática seus os conhecimentos adquiridos pelo estudo.
Entretanto, é exatamente nesse ponto em que esbarram muitas famílias na hora de fazer a sucessão de pai para filho. As diferenças de ideias e práticas realizadas são um empecilho que causa conflitos na forma de gerenciar a lavoura. Para que isso não ocorresse, Granzotto declarou que os estudos foram fundamentais para que ele pudesse compreender o passo a passo das decisões que o pai dele tomava. E a criação paterna também o ajudou a ter uma maior preocupação em compreender o que ocorreria na lavoura.
Desde quando Granzotto era criança, o pai investia muito em diálogos para que ele pudesse compreender o que era certo e errado. Além disse, ele sempre teve liberdade para fazer as próprias escolhas, sem ser pressionado por isso. Como ele afirma, muito produtores fazem as coisas somente para fazer. Hoje, quando ele toma uma decisão no campo, se preocupa em explicar por que toma tal atitude. É assim que eles nunca chegam a decisões sem terem conflitos, entendendo o outro e buscando ser entendido.
O papel do cooperativismo para ajudar na sucessão familiar
Outra participante do painel foi Silmara Vitto, coordenadora de projetos da Unicoper e de núcleos feminino da Copérdia. Ela comentou sobre o papel que as cooperativas exercem contribuindo na educação agrônoma, a qual Granzotto citou como fundamental para que ocorram sucessões bem-sucedidas.
A Copérdia já formou 800 engenheiros agrônomos a nível superior. Para ela, o jovem precisa ser visto e ouvido. Vitto apresentou alguns dados, como o de que nos próximos anos, em torno de 60% das propriedades vão mudar de comando, o que para muitos pode ser um choque de realidade. Por outro lado, nos cursos de graduação, eles têm percebido um avanço: 85% dos alunos permanecem trabalhando no campo.
E essa é uma associação que Granzotto faz com o que aprendeu com seu pai e o que vê nas cooperativas, onde existe uma relação enorme entre produtos os produtores mais velhos e os mais novos. Para ele, as decisões, para serem tomadas em conjunto, precisam ser entendidas pelos dois lados e esse é um sentido do cooperativismo que precisa sempre ser regatado. “Crescimento em conjunto é um crescimento sólido”, declarou o engenheiro agrônomo.
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