Preço do diesel sobe no Brasil pela 7ª semana seguida, diz ValeCard
SÃO PAULO (Reuters) - O preço médio do diesel vendido nos postos brasileiros registrou alta pela sétima semana seguida, subindo 0,25% em comparação com o período anterior, para 6,397 reais o litro, informou nesta sexta-feira levantamento da ValeCard, empresa especializada em soluções de mobilidade.
"A evolução do preço do diesel continua refletindo o repasse gradual, no varejo, do reajuste de 25% nas refinarias da Petrobras, anunciado em 15 de agosto", disse o Head de Inovação e Portfólio da ValeCard, Brendon Rodrigues, em nota.
Desde o início da sequência de altas, na primeira semana de agosto, o preço médio do diesel S-10 subiu 22%, segundo dados da ValeCard.
Em meados de agosto, a Petrobras elevou em 25,8% o preço do diesel em suas refinarias, para lidar com um petróleo mais alto.
"Como ainda há a pressão externa do aumento da cotação do petróleo no mercado internacional, podemos observar novos reajustes nas próximas semanas", disse Rodrigues.
A cotação do petróleo se soma a uma decisão da Rússia, principal supridora de diesel importado pelo Brasil, de suspender as exportações do combustível a partir desta semana, o que deve colocar mais pressão por reajustes da Petrobras, segundo analistas ouvidos pela Reuters.
Ainda segundo levantamento da ValeCard, com base em transações realizadas em mais de 25 mil postos credenciados no Brasil, o etanol hidratado interrompeu uma sequência de quedas de duas semanas, mas segue vantajoso em relação à gasolina em 14 unidades federativas do Brasil.
Na semana de 15 a 21 de setembro, o etanol hidratado apresentou um aumento de 0,21%, com valor médio passando para 3,762 reais por litro.
"Após as sucessivas quedas recentes, vimos agora um período de acomodação dos preços do etanol hidratado no varejo. Para as próximas semanas, não há uma tendência clara para esse combustível", opinou Rodrigues.
A oscilação de preços influi diretamente na decisão de motoristas que possuem carros com motores flex. Segundo a ValeCard, para que o uso de etanol hidratado compense financeiramente em relação à gasolina, descontando fatores como autonomias individuais de cada veículo, o preço do litro do combustível renovável deve ser igual ou inferior a 70% do preço do litro do combustível fóssil.
O etanol hidratado vem sofrendo pressão de uma safra recorde de cana no centro-sul, além de um salto na produção de álcool combustível produzido a partir do milho.
O preço da gasolina nos postos de combustíveis apresentou queda semanal de 0,10%, para 5,996 real por litro.
"Nas últimas semanas o preço da gasolina no varejo tem sido segurado pela competição com o etanol hidratado, que tem se mostrado mais vantajoso na maior parte das unidades federativas", disse o especialista da ValeCard.
Mas ele lembrou que há defasagem de cerca de 9% em relação aos preços internacionais, o que abre espaço para possível reversão nas próximas semanas se a Petrobras anunciar novo reajuste nas refinarias.
(Por Roberto Samora)
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