Lula não vai preso? Por que Lula ainda não foi preso? Quando Lula será preso? (por REINALDO AZEVEDO)

Publicado em 31/05/2016 09:32
A população se faz cotidianamente essas perguntas; deputado assumidamente corrupto diz que Lula sabia de tudo e era o chefe

De muito longe, a notícia mais importante do dia são os detalhes que vieram a público da delação do ex-deputado Pedro Correia (PP). Ele confirma duas coisas que este blog sempre assegurou:
a: não existe diferença entre mensalão e petrolão;
b: Lula sempre soube de tudo e esteve no comando das negociações.

Correa conta que era um dos membros de um tal Conselho Político criado por Lula, que reunia o então presidente, os ministros Antonio Palocci e José Dirceu e presidentes de partidos da base aliada.

Ali se via a agenda do Congresso e cada um expunha as “dificuldades” que teriam com suas respectivas bases. Lula então encarregava Dirceu de, sob sua supervisão, forçar os dirigentes das estatais e dos órgãos públicos a satisfazer os apetites dos partidos. Ou por outra: ali se combinava o pagamento de propina.

Em seu depoimento, disse Corrêa:
“O presidente Lula encarregava o ministro José Dirceu de fazer as cobranças sobre os dirigentes para que atendessem, com mais presteza às solicitações dos partidos. Em alguns setores as reivindicações eram de arrecadação de propina e, em outros, de interesses políticos, visando o favorecimento dos estados e municípios dos parlamentares.”

Em nota, obviamente, o Instituto Lula nega tudo.

Por que não está preso?
Aonde quer que eu vá, as pessoas me procuram para perguntar quando Lula será preso, se será ou por que não é preso. É uma indagação justa.

É claro que uma prisão tem de estar ancorada em provas, em evidências inquestionáveis de envolvimento com um crime, e Lula não é exatamente burro.

Mas os mortais têm todo o direito de achar que é impossível que ele não soubesse do mensalão e do petrolão. A razão é simples: nada se decide no partido ainda hoje que não passe por ele. O homem bate o martelo até sobre quem vai e quem não vai ser candidato pelo partido.

Inferir que não sabia de dois baita esquemas de corrupção operados por sua legenda, que tinham como um dos objetivos manter unida a “base aliada”, corresponde a fazer pouco da nossa inteligência.

A notícia está gerando pouco barulho. O momento, agora, é de caçada a Michel Temer. Há um casamento entre setores radicalizados do PT, incrustados na máquina pública, e petistas infiltrados na imprensa para inviabilizar o novo governo.

O objetivo explícito é devolver Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto. E isso implica esquecer por que diabos o PT acabou, afinal de contas, perdendo o poder. Foi por seus vícios, não por suas virtudes.

Filho de Lula investigado na Zelotes recebeu R$ 10 milhões, não apenas R$ 2,5 milhões

Isso é que competência. Numa conta ligeira, pai e os dois filhos já receberam R$ 47 milhões. A classe operária não chegou ao paraíso, mas Lula sim!

Epa! A Operação Zelotes descobriu, informa a “Coluna do Estado”, no Estadão, que Luís Cláudio, o filho de Lula que é dono da LFT Marketing Esportivo, não embolsou apenas R$ 2,5 milhões do escritório Marcondes & Mautoni. Não! Isso é café pequeno. O rapaz levou quase R$ 4 milhões dessa empresa de lobby, acusada de comprar medidas provisórias durante o governo Lula. Mas calma!

Ao todo, a LFT, de que o rapaz é dono e da qual é o único funcionário, embolsou R$ 10 milhões. É um gênio da consultoria! O único trabalho conhecido desse portento é justamente o que teria feito para o Marcondes & Mautoni. A Polícia Federal descobriu tratar-se de uma cópia da Internet. Luís Cláudio é o copia-cola mais caro do país.

Que beleza!

Nada como um pai socialista para que os filhos se tornem empreendedores notáveis, não é mesmo? Já fiz esta observação aqui, mas vale repeti-la: quando FHC chegou ao poder, seus netos eram herdeiros de um dos maiores bancos do país: o Nacional. Quando FHC saiu da Presidência, esses mesmos netos eram uns sem-banco. O Nacional quebrou. E não teve socorro oficial. E não tinha de ter mesmo, ora!

Quando Lula chegou ao poder, Fábio Luiz da Silva, o seu mais velho, era monitor de jardim zoológico. Dois anos depois, estava rico, no comando da Gamecorp, de que a Oi (à época, Telemar) se tornou sócia. Não sei o que fazia Luiz Cláudio. Talvez fosse apenas estudante. Hoje, já é também um milionário.

Sobre Lulinha, certa feita, afirmou o pai: “É o Ronaldinho dos negócios”. À época, Ronaldinho era… Ronaldinho!!! Modéstia do Apedeuta. Estamos diante de uma família de craques. Numa conta, assim, de padaria, podemos lembrar os sucessos financeiros da família Lula da Silva: o patriarca levou R$ 27 milhões por supostas palestras; cada um dos filhos, por sua vez, teve um aporte de R$ 10 milhões: foi a grana que a Telemar botou na Gamecorp e também o valor recebido por Luís Cláudio. Nesses três itens, estamos falando de R$ 47 milhões.

Com Lula, a classe operária pode não ter chegado ao paraíso, para lembrar o nome de um filme, mas é inegável que ele e sua família chegaram, não é mesmo?

Luís Cláudio e seu pai são investigados na Operação Zelotes, que só não é o escândalo dos escândalos porque nenhuma ocorrência consegue tirar essa condição do petrolão. É essa gente de moral ilibada que está lutando desesperadamente para voltar ao poder.

A Zelotes investiga o pagamento de propinas na compra de medidas provisórias, a venda de decisões do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) e o eventual pagamento de propina no contrato para a compra dos caças Gripen, de fabricação sueca.

Dá para entender o desespero do PT ao ser apeado do poder. E também dá para entender o amor que essa gente tem pelo estado. Imaginem se todo brasileiro prosperasse na velocidade em que prosperam os Lula da Silva. O Brasil seria a maior economia do mundo.

Cuidado! Há gente apostando na restauração petista! Aí, sim, seria o caos

Parece que o presidente Michel Temer estava disposto a bancar a permanência de Fabiano Silveira no Ministério da Transparência, mas o já ex-ministro preferiu cair fora. Optou por não enfrentar a guerra que viria pela frente com os petistas da pasta a gritar pelos quatro cantos. As fitas de Sérgio Machado são, já escrevi aqui e reitero, a Escola Base da imprensa destes dias, com a diferença de que o não escândalo se dá agora na política.

Jamais houve no país, e creio que não haverá outra, operação que se movesse com tanta liberdade e, como dizer?, com tamanho arbítrio como a Lava-Jato. Ela faz literalmente o que quer, o que pode e o que não pode, e ninguém ousa lhe pôr freios. Estaria eu sugerindo alguma coisa? Sim! Que todos sigam a lei. Nada além disso. Parece-me um bom conselho.

Jucá, Sarney, Renan, Silveira… Todos sabemos que nenhum deles poderia mover uma palha contra a operação, a menos que contassem com a conivência de Rodrigo Janot, de Sergio Moro, da Polícia Federal e de todos os loquazes procuradores da Lava-Jato, que nunca pediram licença para conceder entrevistas, nas quais falam o que bem entendem.

Meu tom é crítico? Não! Só estou aqui a perguntar onde estão os freios da Lava-Jato e quem os está colocando. Que outro assunto derrubou dois ministros em dez dias? Que eu me lembre, nenhum! Mas esperem: os dois que caíram fizeram contra a Lava-Jato exatamente o quê? E ninguém saberia responder. Nem na imprensa.

Se a moda pega, só poderão ser nomeados para os ministérios os mudos. E, ainda assim, há que se ter a certeza de que não falam a língua dos sinais. Essas fitas de Sérgio Machado são uma aberração sob qualquer aspecto que se queira.

Aí o petralha e os olavetes tiram as patinhas dianteiras do chão: “Ah, o Reinaldo reclama dos vazamentos agora. Por que não reclamava quando eram contra o PT?”. Procurem no meu blog textos defendendo tal procedimento. Não há. O que eu defendo é outra coisa: que a imprensa os publique se os conseguir. Propugnar pela liberdade de imprensa não é sinônimo de endossar os procedimentos.

Mas avanço um pouco: é preciso distinguir uma gravação que evidencie crime contra a ordem pública de outras que nada mais revelam do que considerações adjetivas e subjetivas sobre o que está em curso. E é precisamente o caso das conversas gravadas por Sérgio Machado. É evidente que a Procuradoria-Geral da República não terá o que fazer com elas. Desafio qualquer advogado ou jurista a dizer qual prescrição legal — seja da Lei Maior, seja das menores — foi arranhada pelos interlocutores. Não há.

O que se tem, por óbvio, é a intenção deliberada de desestabilizar o governo a partir do nada. Aí é evidente que os instrumentos para a apuração de ilícitos estão sendo empregados não mais para enquadrar criminosos, mas apenas para fazer política.

Dilma Rousseff, claro!, não perdeu tempo e afirmou que ela nunca teve um ministro da CGU forçado a pedir demissão. É verdade… Os ministros do governo Dilma, mesmo quando flagrados ou denunciados, jamais se demitiam. Nesse particular, o governo Temer, então, parece um pouco mais exigente.

Sim, é preciso tomar cuidado! A turma da Restauração está toda assanhadinha. A história não se repete nunca. Os eventos não existem primeiro como tragédia e depois como farsa. Isso tudo é bobajada literária. Mas é claro que existe uma espécie de ordem pendular no mundo, não é? Se existem jacobinos se divertindo com a possibilidade de não deixar pedra sobre pedra na política, cumpre lembrar que as sociedades rejeitam a desordem e o vácuo. Alguma ordem sempre se impõe.

Se a Lava-Jato corre algum risco, ainda que remoto, esse risco está com a possibilidade da Restauração, não é? Ou será que existe gente na tal operação imaginando que esta sobreviveria a um eventual retorno do PT ao poder?

Ou a gente começa a separar o que é crime do que não é, ou as coisas acabarão ficando bem confusas. E sempre que o crime não se distingue do não crime, é evidente que os criminosos saem lucrando.

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Radar TVeja: Meirelles vira âncora de Temer, por VERA MAGALHÃES

As dificuldades em série enfrentadas pelo governo de Michel Temer antes do primeiro mês começaram a suscitar no Congresso e no mercado dois temores: o de uma antes impensável volta de Dilma Rousseff ou a da possibilidade de queda também do presidente interino, de novo por falta de sustentação política.

O primeiro temor parece ter animado Dilma, que resolveu dar entrevista direto de seu exílio no Alvorada. O resultado foi mostrar que a volta da presidente afastada continua uma possibilidade tão remota quanto antes. Ninguém se dignou a responder a Dilma, que falou sozinha e não causou repercussão.

Resta o segundo fantasma pairando sobre Temer: o de que ele se inviabilize graças à Lava-Jato e ao Congresso e caia também.

Por ora, o peemedebista tem no ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e em seu plano de retomada do equilíbrio fiscal e da racionalidade na economia o principal trunfo para afastar esse risco.

Meirelles até agora cumpriu o cronograma que anunciou. A esperada aprovação da desvinculação das receitas orçamentarias nesta semana deve prolongar esta sensação de que a Fazenda tem um projeto e está disposta a cumpri-lo.

Temer tem de torcer que a melhora do ambiente econômico, ou ao menos das expectativas, compense os solavancos que a Lava-Jato dá em seu barco. Meirelles, por isso, segue com o leme nas mãos.

 

Afastamento provocou uma amnésia em Dilma, por JOSIAS DE SOUZA (UOL)

Dilma Rousseff não é mais a mesma. Afastada da Presidência, perdeu a memória. E absolveu-se do seu passado. “Não respeito delator”, costumava dizer. Hoje, surfa nas gravações de Sérgio Machado, o silvério do PMDB, como se não tivesse nada a ver com o personagem. Alguém precisa socorrer Dilma, recordando o que ela fez nos verões passados.

Na noite desta segunda-feira (30), Dilma discursou num evento na Universidade de Brasília. Reiterou que há “um golpe de Estado” em curso no Brasil. Afirmou que as gravações clandestinas de Sérgio Machado com cardeais do PMDB provam que uma das motivações do “golpe” é asfixiar a Lava Jato.

“Há nas gravações fartas palavras sobre o medo que eles sentem de que seus crimes que sejam desvendados,'' declarou Dilma. Não deu nome aos bois. E se absteve de recordar que os crimes foram praticados sob o seu nariz. A presidência de Sérgio Machado na Transpetro escancarou a falência ética do seu governo

A vida ofereceu a Dilma várias oportunidades para demitir Sérgio Machado. E ela desperdicou todas. Em setembro de 2014, época de eleição presidencial, o Ministério Público Federal denunciou Machado por improbidade. Acusou-o de fraudar licitação para a compra de oito dezenas de barcaças destinadas ao transporte de etanol. Dilma fingiu-se de morta.

Dias depois, em 10 de outubro, às vésperas da sucessão, ganhou as manchetes o depoimento do delator delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Ele declarou à Justiça Federal que recebeu R$ 500 mil em verbas sujas das mãos de Sérgio Machado. Dinheiro proveniente do esquema de cobrança de propinas montado na estatal.

Dilma considerou “estarrecedora” a divulgação do depoimento no período eleitoral. Sobre o conteúdo das denúncias, declarou o seguinte na ocasião: “Em toda campanha eleitoral há denúncias que não se comprovam. E assim que acaba a eleição ninguém se responsabiliza por ela. Não se pode cometer injustiças.” E ficou por isso mesmo.

Sérgio Machado não foi demitido. Ele apodreceu no cargo. Em novembro de 2014, crivado de suspeitas, tirou licença do comando da Transpetro. Fez isso por exigência da PricewaterhouseCoopers, que audita as contas da Petrobras. A empresa disse na época que, com Machado na Transpetro, não assinaria o balanço trimestral da estatal.

Sérgio Machado ainda submeteu Dilma a uma coreografia constrangedora. Em nota, afirmou que deixava o cargo por 31 dias como um “gesto de quem não teme investigação”. Todo mundo já sabia que o suspeito não retornaria à poltrona. Mas Dilma se permitiu frequentar a cena como coadjuvante de uma encenação que prolongou o vexame. Vergou-se diante de Renan Calheiros, o padrinho político que Machado agora joga ao mar.

Foi por indicação de Renan que Lula determinou a nomeação de Sérgio Machado para a Transpetro, em 2003. Decerto avaliou que era por amor à pátria que Renan patrocinava o descalabro. O pedido de licença do afilhado do senador foi prorrogado um par de vezes. Ele se afastou da companhia apenas em fevereiro de 2015, após 12 anos de negócios e oportunidades.

A Transpetro gerenciava um programa bilionário de recuperação de sua frota. Envolvia a encomenda de 49 navios e 20 comboios de barcaças hidroviárias. Um negócio de R$ 11,2 bilhões. Que Lula e Dilma confiaram ao talento gerencial do amigo de Renan.

Hoje, acometida de amnésia, Dilma protela suas culpas. Não perde por esperar. Se o comportamento de Sérgio Machado provou alguma coisa é que ele não medirá esforços para livrar o próprio pescoço. Em troca de redução da pena, é capaz de entregar até a mãe.

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo, veja.com

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