A Câmara está de pé ou de quatro para Janot e Globo? O Planalto ou a guilhotina espera Maia?
Tudo indica que Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), relator da CCJ da denúncia oferecida por Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer, fará um relatório em favor da continuidade do processo. Caberá ao Congresso — no momento, à Câmara — ajoelhar-se diante do Grupo Globo e dos métodos totalitários de Rodrigo Janot e de sua trupe de aloprados ou resistir. Há, sim, muitos modos de fazer política. Mas só uma postura é digna: com a planta dos pés do chão e a coluna ereta. Será que defendo a permanência de Temer no cargo a qualquer custo? Responderei também a essa questão. Adiante.
Teria Zveiter se deixado convencer pelos argumentos do procurador-geral? Muito provavelmente, não, uma vez que o próprio chefe do MPF admite, na prática, tratar-se de uma ilação. Quando ele mesmo diz que evidenciar a ligação de Temer com os R$ 500 mil de Rodrigo Loures corresponderia a produzir a “prova diabólica” (impossível), que ele chama “satânica” para posar de engraçadinho, o que se tem é a admissão tácita de que está a pedir a cabeça do chefe do Executivo sem ter de demonstrar por quê.
Assim que Zveiter foi escolhido, saiu batendo no peito, arrotando independência. Perguntei aqui se seria independente também da Globo, com quem sua família tem ligações, digamos, históricas. Tudo indica que não. E, como é escancaradamente notório, o grupo quer a cabeça de Temer com batatas coradas. E foi além: não pretende apenas depor o presidente. Também já decidiu eleger seu sucessor: Rodrigo Maia (DEM-RJ), que comanda a Câmara, ele próprio investigado em dois inquéritos, com a possibilidade de um terceiro. O deputado vai decidir se será o Kerensky tupiniquim (escreverei um posto a respeito). Consta que não pertence à arquitetura golpista. Tomara que não! Na Argentina, no entanto, pronunciou palavras ambíguas demais para o meu gosto. Agradeceu, por exemplo, a defesa que Tasso Jereissati fez de seu nome para a Presidência indireta. A ver.
A Câmara tem a chance histórica de deixar claro ao Ministério Público e ao maior conglomerado de comunicação do país que não se aceitarão métodos que não estejam consagrados pela democracia. “Ah, e o impeachment de Dilma?” Apontem-me uma só ilegalidade naqueles procedimentos. Nos empregados por Janot contra Temer, há uma penca. Mais: observem que o boato sobre a pré-delação de Cunha é empregado para influenciar a votação. Tasso Jereissati, presidente interino do PSDB, o evoca como um argumento a mais contra o governo. O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), ele próprio um já cassado, dá o presidente por derrotado.
Leia a íntegra no blog de Reinaldo Azevedo no site da RedeTV.
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