Novas regras da UE: Brasil precisa urgente apresentar mecanismos de rastreabilidade, afirma OIC

Publicado em 12/05/2023 11:04 e atualizado em 19/05/2023 11:00
Vanusia Nogueira afirma que existe um espaço muito grande entre o que está sendo solicitado e a prática, e que o Brasil tem totais condições de apresentar dados concretos da boa produção

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Há um ano liderando a Organização Internacional do Cafe (IOC), Vanúsia Nogueira participou online do Summit Empreendedoras do Café 2023, acontecendo nesta sexta-feira (12) em Santa Rita do Sapucaí, no sul de Minas Gerais e destacou os principais desafios da cadeia mundial do café. Entre as pautas, a executiva enfatizou as novas regras de importação da União Europeia e as preocupações diante de uma possível recessão na Europa. 

"É um processo muito mais complexo porque os desafios são enormes, estamos passando por um processo recessão, todo mundo aqui com muito medo, com inflação de dois dígitos que amedronta muito por aqui. Eles não conhecem, não sabem conviver com isso e claro que acaba recaindo no café", disse Vanusia. 

O discurso da executiva complementa os principais debates no mercado de café, que é justamente entender como o café poderá ser impactado. Por outro lado, afirmou que os cafés do Brasil têm sido reconhecidos, ganhando muito espaço em Londres, onde fica situada a sede da OIC. 

Vanusia não hesitou em destacar as preocupações com as novas regras de importação da União Europeia. "O grande desafio tem sido a pauta de sustentabilidade ligada a agricultura, como vamos lidar com a regulação vinda da Europa, além de outras regulações que estão vindo em cima das commodities?", questionou. 

Para ela, o grande foco agora é justamente trabalhar em entender as novas regras, mas fazer com que todas essas exigências sejam explicadas para os países compradores. "Esses grupos são teóricos, eles não conhecem a realidade na prática. O trabalho agora é verificar o que está sendo colocado nas regulações, é estar dentro de uma abordagem diplomática e explicar que, as vezes, que entre o que estão colocando e a realidade, existe uma distância enorme", afirmou. 

Outro ponto de destaque, segundo a representante da maior organização de café do mundo, é que a Europa já entendeu que "não consegue viver sem o café" e que para se ter esse produto, precisa do Brasil e também de outras origens. 

"O principal ponto é buscar de forma geral estabelecer os mecanismos de rastreabilidade, buscando essas validações. Temos a necessidade dessas ferramentas prontas o mais rápido possível", complementa. 

Comentou também que ainda não estão claras quais serão as exigências, mas que o Brasil tem trabalhado para comprovar que nas áreas de café não existem problemas de desmatamento. "Além disso, o Brasil precisa trabalhar com muita transparência as questões de direitos humanos. Saber apresentar essas informações com nível de seriedade que elas precisam ser apresentadas, já que nós temos uma legislação muito forte", complementa. 

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Por:
Virgínia Alves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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