Metsul: Onda de calor extremo não tem data para acabar no RS

Publicado em 04/02/2014 15:53 e atualizado em 03/03/2020 14:07

Tornado e cheias no Uruguai enquanto gaúchos têm forno e temporais

Por:  Fevereiro, 04-02-2014 | 13:54 | Categoria: 

Não há como fixar com segurança data para o final do atual período de calor extremo no Rio Grande do Sul. Projeções de modelos numéricos nesta época do ano têm confiabilidade média para sete dias e menor para dez dias, com grandes alterações no dia a dia, e todos os indicativos são de que a temperatura vai seguir muito acima do normal por todo o restante desta semana e ainda por grande parte da semana que vem, fazendo que o Rio Grande do Sul experimente sua primeira metade de fevereiro mais quente já registrada desde o começo das observações meteorológicas no Estado em 1910. A segunda-feira foi escaldante no Estado com máxima na casa dos 40ºC pelo segundo dia seguido. Segunda tinha feito 40ºC na Base Aérea de Canoas e na zona Norte de Porto Alegre. Ontem, os termômetros indicaram 40,4ºC em Taquara, 40,1ºC em Santa Rosa, 39,4ºC em Santa Cruz do Sul, 39,2ºC em Teutônia, 39ºC em Canoas, 38,9ºC em Porto Alegre e São Leopoldo, 38,7ºC em São Borja e Lajeado, 38,6ºC em Campo Bom e 38,2ºC em Santa Maria. O calor será mais intenso no Estado na segunda metade desta semana, quando termômetros podem indicar entre 41ºC e 43ºC, até mesmo na área de Porto Alegre.

Esta terça é o terceiro dia seguido com máximas ao redor de 40ºC no Estado. A Grande Porto Alegre deve ter entre 38ºC e 40ºC. Massa de ar extremamente quente sobre o Sul do Brasil. O sol predomina na maior parte do Rio Grande do Sul, apesar de nuvens no céu. Da tarde para a noite, chance de chuva localizada de verão, ocasionalmente forte e com temporais isolados e passageiros que localmente podem ser intensos. No Sul e na fronteira com o Uruguai segue alto o risco de temporais intensos localizados, como se deu mais uma vez ontem em Pelotas e região (fotos acima de Jacque Reydams e Marcos Martins). Em Porto Alegre e região metropolitana, assim como na Serra Gaúcha que teve queda de granizo isolado, o final da segunda-feira foi de muitos relâmpagos e raios, na maioria, nuvem-nuvem no céu, um verdadeiro festival elétrico celestial.

Os relâmpagos estiveram associadas às nuvens de desenvolvimento vertical e que emprestaram ao entardecer imagens lindas do céu em tom dourado (fotos de Pablo Syn em Canoas, Diego Baldi em Porto Alegre e Eduardo Aguiar em Barra do Ribeiro).

Temporais voltaram a atingir ontem mais uma vez a fronteira com o Uruguai. A estação automática de Jaguarão apontou vento de 103 km/h. Em Aceguá (foto abaixo de Beatriz Eloguesi), também ocorreu temporal, mas sem informações de danos. 

Dentro do Uruguai, a situação não para de se complicar pela chuva persistente e o tempo severo. Ontem, tornado destruiu pequena localidade no departamento de Cerro Largo. A chuva forte que cai há vários dias segue a provocar cheia e o número de desabrigados atinge centenas com muitas estradas cortadas.

A situação vai piorar no Uruguai nos próximos dias. Apesar de melhoras temporárias, a instabilidade vai aumentar muito com chuva intensa e copiosa em diversos departamentos entre quinta (6/2) e segunda (10/2) com acumulados de 200 mm a 300 mm em diversos locais, o que trará mais inundações e transbordamento de rios e arroios, aumentando os desabrigados e transtornos. A MetSul Meteorologia alerta que o Centro e o Norte do Uruguai, por estarem sob uma maior influência do ar bastante quente no Sul do Brasil, permanecem com risco de tempestade severa e até “turbonadas” hoje e nos próximos dias.

Tornado no Taim e nuvem funil em São Lourenço do Sul

Por:  Fevereiro, 04-02-2014 | 00:52 | Categoria: 

Violento temporal atingiu na noite de domingo a área do Taim, no Sul do Rio Grande do Sul. Várias casas das localidades de Cerrito e Santa Maria, ambas no distrito do Taim, tiveram danos. Moradores disseram à reportagem do jornal Agora do Rio Grande que o temporal durou aproximadamente meia hora. Algumas residências experimentaram danos estruturais severos com o colapso parcial. Telhados foram completamente arrancados. O dano mais significativo, contudo, se deu em um silo para armazenagem de arroz e que destruído completamente pela força do vento. Pedaços do silo, que estava sendo preparado para receber o arroz dentro de vinte dias, foram parar no outro lado da BR-471. 

A imagem fala por si só em evidenciar que apenas extremamente forte poderia provocar o nível de estrago observado. Salta aos olhos na foto o detalhe que construções frágeis ao redor do silo não suportaram qualquer dano como o poste (à direita da imagem) e precária estrutura de madeira que ampara uma caixa d’água (à esquerda). Casas próximas do equipamento de armazenagem também nada sofreram. Fosse uma microexplosão ou vento horizontal violento (straight line wind) e dificilmente estas estruturas também não seriam afetadas. Os danos observaram uma trajetória e as evidências são fortíssimas de um tornado, o que foi descrito por moradores. Aliás, os danos observados na área são um tanto similares em magnitude a de um tornado com intensidade F2 na escala Fujita (vento de 181 a 253 km/h) registrado no estado americano do Alabama (EUA) em de março de 2007, que destruiu também um silo e arrancou telhados de casas. 

As condições atmosféricas eram propícias ao fenômeno na área atingida. Áreas de intensa instabilidade atuaram no final do domingo no Sul do Estado com estragos em muitos locais. Pinheiro Machado, por exemplo, teve 22 durante feridos durante desabamento da cobertura de um estande numa feira local. Imagens de radar da Aeronáutica do horário indicado para o tornado por moradores do Taim mostravam a presença de áreas de instabilidade com altos índices de refletividade na região.

Mapas Metsul

A MetSul Meteorologia investigou nas últimas horas uma outra ocorrência possivelmente tornádica no Rio Grande do Sul, mas apenas confirmou uma nuvem funil. A colaboradora em São Lourenço do Sul enviou fotos de uma nuvem funil na tarde de sábado, contudo a presença de obstáculos nas fotos impede ver se a circulação alcança o solo. A informação de que houve danos na área levantou a suspeita de nossa parte de que poderia ter se convertido em tornado, mas em contato telefônico com o coordenador da Defesa Civil do Município apuramos que os estragos no bairro da Barrinha se deram durante um temporal à noite, em hora diversa do registro das fotos. Não há evidências, assim, que permitam concluir tenha sido tornado.

Cabe alertar que fenômeno severos de natureza tornádica, em regra muito localizados, podem se repetir nos próximos dias no Rio Grande do Sul, especialmente em localidades do Sul e da fronteira com o Uruguai, zona esta que está ao mesmo tempo sob influência da massa de ar extremamente quente do Sul do Brasil e da maior umidade presente atualmente sobre o território uruguaio. Com o forte aquecimento diurno e a atmosfera por demais aquecida, e ainda por cima úmida, cria-se o cenário propício para instabilidade muito intensa isolada que, eventualmente, pode dar origem até a fenômenos tornádicos.

Semana de calor histórico começa com intensos temporais no Sul

Por:  Fevereiro, 03-02-2014 | 02:39 | Categoria: 

Prepare-se ! O calor fará história nesta semana. O Rio Grande do Sul enfrentará vários dias dias seguidos de máximas acima de 40ºC e que devem se situar entre 41ºC a 43ºC à sobre em estações meteorológicas, sobretudo na Grande Porto Alegre e nos vales. É alta a possibilidade de quebra de recordes históricos em algumas cidades. Inexiste dúvida por parte da MetSul Meteorologia que esta será uma das mais poderosas ondas de calor já registradas no Rio Grande do Sul, sendo que em alguns locais, como  na cidade de Porto Alegre (veja previsão), a semana que começa pode ser a mais quente em mais de um século de dados. No decorrer da semana, a bolha de ar extremamente quente (“heat dome” no jargão dos meteorologistas dos Estados Unidos), estará sobre o Sul do Brasil, proporcionado o calor extremo e em níveis históricos por vários dias seguidos.

O calor será tão extremo  nesta semana que é ameaça à saúde, especialmente em pessoas fragilizadas ou idosas. Evite esforço físico desnecessário, hidrate-se abundantemente com água e sucos, proteja-se do sol e atente para pessoas com risco de saúde. Não há perspectiva de alívio tão cedo do calor extremo, já que quase todos os dados apontam para um fevereiro tórrido e que pode ser o mais quente já registrado até hoje, depois do janeiro mais quente em um século na cidade de Porto Alegre. Neste domingo, os termômetros indicaram 40ºC na Base Aérea de Canoas e na zona Norte de Porto Alegre, 39,3ºC em Campo Bom e São Leopoldo, 39ºC em Santa Rosa, 38,8ºC em Teutônia, 38,6ºC em São Borja e 38,2ºC em Lajeado. O dia tórrido do verão gaúcho terminou com lindo entardecer em algumas cidades, caso de Osório. 

Mas não só de calor foi o domingo, 2 de de fevereiro de 2014. Pelo terceiro dia consecutivo, o Rio Grande do Sul enfrentou tempestades severas com estragos e saldo de feridos. Depois do vento destrutivo da sexta em Novo Hamburgo e do granizo que trouxe estragos para a Grande Porto Alegre no sábado, o domingo foi de vendavais fortes no Sul do Estado. O temporal que atingiu Pinheiro Machado deixou pelo menos 22 pessoas feridas. O vento derrubou as estruturas metálicas que sustentavam as lonas montadas na 30ª Feira e Festa Estadual da Ovelha (Feovelha). No momento em que a estrutura desabou havia uma apresentação musical em andamento. Em Rio Grande, o temporal também chegou com vento forte. As imagens da nuvem de tempestades sobre a cidade e na praia do Cassino foram assombrosas, entre as mais impressionantes vistas no Rio Grande do Sul recentemente. Apesar do aspecto de amedrontar das nuvens, não houve maiores conseqüências na localidade.

As mesmas nuvens de temporal que atingiram Rio Grande passaram antes pela cidade de Pelotas com chuva forte de curta duração e vendaval. Houve queda de árvores. As fotos da chegada do temporal em Pelotas impressionam e chegaram em grande quantidade para a MetSul Meteorologia, que preparou uma galeria com os registros da tempestade na cidade do Sul.

Os temporais atingiram também outros pontos da Metade Sul do Estado. Em Canguçu, por exemplo, a estação automática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) acusou rajadas de vento de 100,3 km/h. Na Campanha, temporais isolados de forte intensidade foram registrados durante a tarde. Nuvem muito carregada avançou sobre Bagé (foto abaixo de Karla Figueiredo) e depois da passagem da tempestade o céu se cobriu de nuvens Mammatus na cidade.

Na faixa de fronteira do Brasil com o Uruguai, igualmente, houve registro de tempo severo durante o domingo, com a interação do ar muito quente com a maior umidade na região. Caso de Aceguá (fotos abaixo de Mauricio Rodriguez e Gustavo Silveira no lado uruguaio). Jaguarão teve chuva forte com 17 mm em só uma hora. Choveu forte também na região do Chuí.

Na Metade Norte do Rio Grande do Sul, sob o domínio de ar seco, a instabilidade durante o domingo foi muito localizada e associada à termodinâmica. Nuvens carregadas se formaram principalmente sobre a Serra e depois avançaram para o Litoral Norte, onde à noite houve significativa uma tormenta elétrica nas praias. 

Os temporais tendem a ser muito isolados, apesar de potencialmente fortes onde vierem a ocorrer, nesta semana no Centro e no Norte do Estado. Na maioria das cidades não se espera tempo severo. Já no Sul e no Sudoeste gaúcho, diante da maior proximidade da instabilidade do Uruguai, é que será mais alto o risco de tempo severo. O Uruguai, aliás, é o que mais preocupa. Os modelos projetam agora que quase toda a primeira metade do mês de fevereiro será de chuva com acumulados, em geral, de 200 mm a 400 mm. O problema é que em alguns pontos do Centro, Sul e Oeste do Uruguai os volumes de chuva podem ser ainda mais altos, acima dos 500 mm. Apenas de sábado para domingo, alguns pontos do departamento de Soriano registraram 180 mm e esta mesma área pode ter acumulados de mais 300 mm a 500 mm nas próximas duas semanas. O presidente do Uruguai José Mujica, em declarações à imprensa, descreveu o quadro do seu país como de “calamidade climática”, horas depois da MetSul ter alertado que o Uruguai estava diante de uma "calamidade em partes do país" (reprodução abaixo do jornal El País). Muito correto o posicionamento do mandatário uruguaio, indicando que está consciente da gravidade da situação atual, primeiro e fundamental passo para a adoção das medidas de resposta a um desastre natural.

E, de fato, o que se desenha para o vizinho Uruguai é cenário extremamente grave para parte do país com conseqüências potencialmente desastrosas para a agricultura e pecuária (ganadería). A MetSul mantém seu alerta de transbordamento (desborde) de rios e arroios que podem atingir picos históricos de nível. Os transtornos serão significativos com alagamentos (anegamientos) em áreas urbanas, como em Montevidéu e outras cidades do interior do país. O impacto na agricultura vai ser um desastre em muitas áreas e há risco de uma grande quantidade de cabeças de gado morrer afogada no campo. Os rios devem subir muito mais e hoje rios que não apresentam problemas devem passar a apresentar. Há cortes de estradas (rutas) e o número deve aumentar nos próximos dias. Recomenda-se aos leitores uruguaios estarem atentos aos informes do SINAE.

A onda de calor vai entrar em uma “segunda fase” e mais intensa a partir do domingo. As máximas que até agora têm oscilado entre 38ºC e 40ºC passarão a ficar acima dos 40ºC no Rio Grande do Sul. Correntes de vento de Norte trarão ar muito mais quente para o Estado à medida que a grande bolha de ar extremamente quente que vinha atuando até o momento mais no Leste do Sul do Brasil se estabelecer sobre o Centro da América do Sul, cobrindo o Norte da Argentina, o Paraguai, parte do Centro-Oeste, o Sul e o Sudeste do Brasil. Domingo, segunda, terça e quarta devem ser dias de marcas excepcionais de calor no território gaúcho com valores superiores a 40ºC, inclusive na região de Porto Alegre e área metropolitana. O sol vai predominar no período na maior parte do Estado, mas o calor extremo deve gerar temporais isolados (alguns fortes ou até severos com risco de danos), sobretudo da tarde para a noite. Observe nos mapas abaixo com as projeções do modelo europeu de temperatura em 850 hPa (1500 metros de altitude) de hoje até o dia 5/2 (quarta) como o ar já por demais quente deste momento (na cor vermelha) se tornará extremamente quente (em marrom) sobre o Sul do Brasil a partir do domingo.

 
 
 
Muita atenção quem tem viagem marcada para o Uruguai. O estabelecimento da bolha de ar quente sobre o Sul do Brasil e o avanço de ar mais frio na Argentina fará com que de domingo até metade da semana que vem haja intensa instabilidade no país vizinho com chuva excessiva que pode atingir de 200 mm a 300 mm em alguns pontos. Haverá ainda o risco de temporais de vento e granizo. São prováveis inundações com transbordamento de rios e arroios no Uruguai com muitos transtornos como bloqueios de rodovias. O mau tempo deve afetar todo o país, inclusive Montevidéu, e pode alcançar em alguns momentos a parte mais Sul e Sudoeste do Rio Grande do Sul. Os mais recentes dados indicam que o tão esperado alívio do calor poderia vir durante a quinta-feira com chuva ampla e ainda a possibilidade de temporais no Rio Grande do Sul.
 
Metsul: A mais intensa e duradoura onda de calor chega ao seu quarto dia
 

Por:  Janeiro, 30-01-2014 | 09:03 | Categoria: 

 

A onda de calor que promete ser muito longa e histórica, potencialmente a mais intensa e ao mesmo tempo duradoura já registrada no Estado na história recente, entra hoje no seu quarto dia no Rio Grande do Sul. O sol aparece com nuvens hoje na maioria das regiões gaúchas, mas com maior nebulosidade no Sul e parte do Oeste, onde mais uma vez chove a qualquer hora do dia e com alto risco de pancadas fortes e temporais isolados. Nas demais regiões, pancadas isoladas mais da tarde para a noite com eventuais temporais localizados. O calor, de novo, é mais intenso na região do vales e na Grande Porto Alegre com máximas entre 38ºC a 40ºC, mas que podem ser menores do que ontem em alguns locais. Na quarta-feira, as máximas foram a 40,2ºC na estação do Metroclima da zona Norte de Porto Alegre, 40ºC na Base Aérea de Canoas, 39,7ºC em São Leopoldo, 39,6ºC em Campo Bom, 39,1ºC em Teutônia, 38,9ºC em Santa Cruz do Sul e 38,4ºC em Lajeado. Na estação de referência climatológica histórica da Capital, instalada no Jardim Botânico, a máxima ontem de 38,2ºC foi a segunda mais alta em janeiro neste século, igualando o registro de 8 de janeiro de 2006 e só atrás dos 39,2ºC de 9 de janeiro de 2005.

 

 
 
O avanço de instabilidade do Uruguai para o Rio Grande do Sul sob uma atmosfera extremamente aquecida gerou temporais em pontos do Sul do Estado ontem, como na praia do Cassino (foto espetacular acima de Diego Faria Balinhas). A estação automática de Rio Grande do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) acusou rajadas de vento de mais de 60 km/h e chuva de 10 mm em apenas uma hora, mas sem transtornos. Temporais isolados, estimulados pela massa de ar quente, atingiram outros pontos do Rio Grande do Sul. Em Pelotas (fotos abaixo de Daniele Mota e Rejane Botelho), houve o registro de chuva forte na cidade com acumulados perto de 40 mm em alguns pontos. As áreas de instabilidade afetaram ainda o Litoral Norte com pancadas de chuva e trovoadas. Em Capão da Canoa (foto abaixo de Guilherme Andrioli), houve incidência de raios. 
 
A instabilidade hoje e nos próximos dias deve ser mais atuante no Sul e no Sudoeste do Estado. Onde deve chover muito é sobre o Uruguai com freqüentes pancadas. A partir deste fim de semana e, sobretudo, no decorrer da próxima semana o território uruguaio deve ter muita chuva com precipitações localmente fortes a torrenciais e temporais de vento e granizo. Os acumulados de chuva no Uruguai na próxima semana devem ser muito altos com volumes de 100 mm a 200 mm em muitas áreas e até de 200 mm a 300 mm em setores localizados, o que deverá trazer muitos alagamentos e até mesmo inundações.
 
Mapa - MetSul
 
 
Não há perspectiva de término tão cedo da onda de calor. E a perspectiva é de intensificação. A temperatura se elevará ainda mais a partir do domingo, marcando o começo da segunda fase da onda de calor que vai ser mais intensa. A primeira semana de fevereiro, na próxima semana, aliás, promete ser tórrida e uma das mais quentes da história recente do Estado. O Estado terá marcas à sombra de 41ºC a 43ºC em algumas cidades e vários dias seguidos com marcas acima dos 40ºC, inclusive na região de Porto Alegre. Os modelos de clima com tendências de mais longo prazo sinalizam uma possibilidade de alivio moderado no final da semana que vem, ao redor do dia 7, mas ainda é muito cedo para se avaliar o tamanho deste refresco.  
 

Metsul: Prolongada e extrema onda de calor pode atingir níveis históricos

 

Por: Professor Eugenio Hackbart - Janeiro, 28-01-2014 | 10:14

O último fim de semana teve breve intervalo de temperatura amena no Rio Grande do Sul após o escaldante período de calor registrado na semana passada. No domingo mesmo já começou a ingressar uma massa de ar quente a partir do Norte do Estado, mas foi nesta segunda-feira(27) que a temperatura voltou a disparar. As máximas na segunda-feira atingiram 37,4ºC em Santa Cruz do Sul, 37,3ºC em Porto Alegre e Campo Bom, 37,2ºC em Teutônia e 37ºC na Base Aérea de Canoas. O calor, contudo, pode ser considerado fraco perto do que está por vir. Nos próximos dias, o tempo quente e abafado não vai dar trégua. No momento inicial da onda de calor, não são esperadas máximas tão altas quanto as da semana passada, quando fez perto de 40ºC à sombra, já que vão ocorrer freqüentes pancadas de chuva. O pior deve ser esperado para o começo de fevereiro, quando a massa de ar quente se intensificará muito sobre o Sul do Brasil. Não apenas o Rio Grande do Sul vai sofrer com marcas muito acima da média nos termômetros nos próximos 10 a 15 dias, mas também uma extensa área do Brasil (Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Paraguai, Uruguai e o Centro-Norte da Argentina. Será um evento excepcional de calor que pode fazer deste verão o mais quente ou um dos mais quente já registrados em mais de um século de observações. 

mapa meteorologia - metsul 01

Esta nova onda de calor, ainda em seu momento inicial, deverá ser muito longa e intensa com duração de meio mês. Há indicativos de que se formará junto ao Centro da América do Sul o que se convencionou chamar na Meteorologia dos Estados Unidos de um “heat dome”, verdadeira “bolha” gigante de ar extremamente quente associada a persistente área de alta pressão. É verdadeira panela de pressão com ar quente aprisionado nela e se intensificando enquanto o ar mais frio que poderia trazer alívio fica bloqueado mais ao Sul da América do Sul. Estabelece-se  padrão de bloqueio que desloca a corrente de jato mais ao Sul da posição normal com contínuo ingresso de ar quente de Norte e que se intensifica. A longa sequência de dias tórridos agrava o efeito da ilha de calor urbano e as cidades ficam ainda mais quentes com noites muito quentes. Quando se estabelece uma condição de bloqueio com uma bolha de ar quente tão intenso e extensa, as ondas de calor não apenas tendem a ser muito fortes como costumam ser longas com máximas extremas e até históricas. É muito provável que durante a primeira semana de fevereiro tenhamos máximas mais altas que as registradas na última onda de calor da semana passada. Haverá, ao que tudo indica, máximas no Rio Grande do Sul de 41ºC a 42ºC à sombra em estações meteorológicas. Hoje, não é possível ainda dizer se os recordes oficiais de calor do Estado de 1917 e 1943 (42,6ºC em Jaguarão e Alegrete) estão ameaçados, mas a temperatura tende a alcançar níveis extremos e vão ter relevância histórica.

O calor que se prevê para a primeira semana agora de fevereiro no Rio Grande do Sul pode superar em intensidade o registrado na primeira semana do mês em 2010. À época, uma poderosa onda de calor castigou o Estado e trouxe o famoso episódio de desmaio de um comentarista esportivo nas cabines de imprensa do Estádio Olímpico, o que acabou por criar a expressão popular “calor de desmaiar Batista”. A temperatura máxima superou 40ºC duas vezes neste mês de fevereiro de 2010 em Porto Alegre: 41,3ºC em 3/2 e 40,4ºC em 7/2 na rede do Sistema Metroclima.  A máxima do dia 3/2 teve valor superior ao recorde de calor de todos os tempos da cidade de 40,7ºC, de 1º de janeiro de 1943, porém não se considerou como novo recorde porque a estação onde foi registrada a marca é muito recente e se utiliza a estação do Jardim Botânico como referência para climatologia histórica da cidade. Já a mínima na estação do Instituto Nacional de Meteorologia no bairro Jardim Botânico de 27,9ºC, no dia 3 de fevereiro de 2010, foi a maior em cem anos de registros na cidade de Porto Alegre, superando as marcas anteriores 26,6ºC de 20 de dezembro de 1997 e os 26,9ºC de 29 de janeiro de 1933. Observe nos mapas abaixo a enorme semelhança de padrão entre o que se prevê para este começo de fevereiro e o fevereiro de 2010.

mapa meteorologia - metsul 02

mapa meteorologia - metsul 03

As máximas nesta semana devem se situar à tarde entre 37ºC e 39ºC no Rio Grande do Sul, sobretudo no Centro e no Oeste do Estado, incluindo a região de Porto Alegre. Por conta da variação de nuvens e das pancadas de chuva, a temperatura vai variar de um dia para o outro, mas seguirá quente e abafado. No próximo fim de semana, especialmente no domingo, a temperatura deve dar um salto maior a próxima semana, a primeira do mês de fevereiro, tende a marcar o auge do período quente com as marcas mais extremas, acima dos 40ºC. Será quando o centro do bolsão de ar mais quente estará sobre o Sul do Brasil. Alertamos que esta nova onda de calor poderá ter impacto econômico e social. São prováveis mais transtornos para a população por falta de luz e água com novos recordes de demanda e consumo. No campo, a soja terá estresse pelo calor excessivo e a intensa insolação, e ainda a avicultura pode sofrer mais perdas por mortes de frangos pela temperatura alta. 

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Fonte:
MetSul

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