Santa Catarina será reconhecida como zona livre de peste suína clássica

Publicado em 21/05/2015 17:49

Santa Catarina receberá certificação internacional como zona livre de peste suína clássica pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).  Esta será a segunda certificação internacional que garante a excelência sanitária do rebanho catarinense. Desde 2007 a OIE reconhece o estado como zona livre de febre aftosa sem vacinação, o que caracteriza o mais elevado padrão de erradicação de uma doença.  O documento de certificação de peste suína clássica será entregue ao vice-governador Eduardo Pinho Moreira e ao secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, na próxima quinta-feira (28), durante a 83ª Assembleia Mundial da OIE, em Paris, na França. Pinho Moreira vai também para Alemanha participar de reuniões empresarias.

Pela primeira vez a OIE certificará países ou zonas livres de peste suína clássica, o que faz de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul uma das únicas regiões do mundo com esse reconhecimento. O secretário da Agricultura, Moacir Soplesa, destaca a certificação como um diferencial na conquista de novos mercados para a carne suína catarinense e será requisitada para exportar os produtos de origem animal aos países mais exigentes. “O reconhecimento internacional irá valorizar ainda mais o agronegócio catarinense. Temos uma condição diferenciada em relação aos outros estados brasileiros e isso é determinante para a conquista e a manutenção de mercados internacionais para a nossa carne suína”. As expectativas são de que a Coréia do Sul, União Européia e México passem a comprar o produto catarinense.

Faz 25 anos que não há registro de peste suína clássica no rebanho catarinense. O estado mantém um rigoroso controle das doenças animais através da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e do Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (Icasa), com a participação dos criadores e entidades ligadas ao setor. Hoje a Cidasc mantém 63 barreiras sanitárias permanentes nas divisas com os estados do Paraná e do Rio Grande do Sul e também com a Argentina, para impedir o ingresso de animais e produtos de origem animal que possam contaminar o rebanho catarinense.

 Santa Catarina é o maior produtor e exportador nacional de carne suína. São 10 mil criadores integrados às agroindústrias e independentes, que produzem anualmente cerca de 850 mil toneladas de carne suína.  Com um rebanho efetivo estimado em 7,9 milhões de cabeças, Santa Catarina é responsável por aproximadamente 35% das exportações brasileiras. Em 2014, o estado exportou 159 mil toneladas de carne in natura e produtos industrializados no valor de US$ 548 milhões. Os principais destinos foram a Rússia, Hong Kong, Angola, Cingapura, Chile, Japão, Uruguai e Argentina.

A comitiva catarinense é composta ainda pelo diretor de Defesa Agropecuária, Roni Barbosa; o presidente da Cidasc, Enori Barbieri, o coordenador do Programa de Saúde Suína, Jader Nones;  o secretário executivo de Assuntos Internacionais, Carlos Adauto Virmond Vieira; a diretora de Missões Internacionais, Fabiana Staudinger; o diretor da Fiesc, Carlos Henrique Ramos Fonseca; o chefe de gabinete, Paulo de Tarso Althoff Medeiros; o ajudante de ordens Edison Pereira da Silva Junior; o jornalista Vitor Hugo Louzado e o cinegrafista Airton Fernandes. Além de representantes da Fiesc e da secretaria de Estado da Fazenda.

Erradicação da peste suína clássica

A peste suína clássica é uma doença causada por um vírus que provoca febre e hemorragia em diversos órgãos, com elevada taxa de mortalidade em leitões. Ocorria com freqüência nas criações da região Sul do Brasil até a década de 1980.

Em 1984, teve início em Santa Catarina o Programa de Erradicação da Peste Suína Clássica, com intensificação da vacinação. O último foco da doença em SC foi registrado em 1990, há 25 anos. E em 1992 foi suspensa a vacinação, juntamente ao Paraná e Rio Grande do Sul.

Em 2001, Santa Catarina foi reconhecida pelo Ministério da Agricultura uma zona livre de peste suína clássica, juntamente ao Distrito Federal e a outros 13 estados brasileiros (RS, PR, SP, RJ, MG, MS, MT, TO, GO, ES, BA, SE e RO). Em 2013, o Acre foi incorporado ao grupo.

Em maio de 2014, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) decidiu fazer a certificação mundial de peste suína clássica e agora certificará pela primeira vez zonas livres da doença entre seus 180 países membros. Do Brasil, apenas Santa Catarina e o Rio Grande do Sul serão certificados.

O diretor de Qualidade e Defesa Agropecuária, Roni Barbosa, explica que o Estado já estava se preparando para erradicar a peste suína clássica e obter seu reconhecimento há cerca de dez anos, seguindo as diretrizes estabelecidas pela OIE. Por isso, já havia realizado diversos procedimentos, como implantação de barreiras sanitárias, vigilância ativa das criações e, realização de monitoramentos anuais para comprovarem a inexistência da doença no período de 2010 a 2014 (foram 123.906 análises laboratoriais).

“Os resultados obtidos não seriam alcançados sem a construção de uma sólida parceria entre o serviço de defesa sanitária animal do Estado e o setor produtivo, juntamente ao apoio dos governos estadual e federal na consolidação das políticas públicas voltadas para o setor. A condição diferenciada de Santa Catarina em relação aos demais estados brasileiros, reconhecida pela OIE, considerando as certificações de febre aftosa e de peste suína clássica, constitui um dos fatores determinantes para a conquista e a manutenção de mercados internacionais para a carne suína e outros produtos de origem animal”, afirma o diretor Barbosa.

Febre aftosa

Santa Catarina também já conta com outra importante certificação internacional: é o único estado brasileiro reconhecido como zona livre de febre aftosa sem vacinação, status certificado em 2007 pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

A febre aftosa é a enfermidade que mais causa prejuízo econômico a um país, especialmente pelas restrições aos mercados internacionais de animais e seus produtos.

É uma doença altamente contagiosa e causada por vírus. Provoca febre alta, feridas na boca, língua e cascos, salivação intensa e grande dificuldade para se locomover e se alimentar, levando a um acentuado emagrecimento e morte.

Santa Catarina iniciou o combate à doença em 1965. No período entre 1971 e 1983, a febre aftosa em SC registrou uma média de 462 focos por ano. Entre 1984 e 1990, a média baixou para 54 focos por ano. O último foco foi registrado em 1993 (há 22 anos). A última vacinação contra febre aftosa ocorreu em maio de 2000 (há 15 anos).

Organização Mundial de Saúde Animal

A Organização Mundial de Saúde Animal foi criada em 1924 para combater as enfermidades dos animais e conta com cerca de 180 países membros, dispõe de escritórios regionais em todos os continentes e mantém relações permanentes com 45 organizações internacionais. Um dos principais objetivos da Organização é garantir a transparência da situação sanitária no mundo, assim como a garantia da segurança sanitária no comércio mundial de animais e seus produtos, particularmente dos alimentos. As regras internacionais elaboradas pela OIE protegem os países contra enfermidades e são cumpridas pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

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Fonte:
Secom - SC

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