SÃO PAULO (Reuters) - A BRF, maior exportadora global de carne de frango, entende que padrões rigorosos de inspeção ajudam a abrir novos mercados para a carne brasileira, disse um executivo da companhia nesta quarta-feira, após muitos países terem se fechado temporariamente para a proteína nacional em meio a uma investigação neste ano sobre propina nas fiscalizações.
A investigação Carne Fraca revelou que inspetores recebiam propina para ignorar falhas na observação dos padrões de qualidade. A polícia acusou mais de 100 pessoas de aceitar propinas para permitir a venda de produtos danificados, falsificar documentos de exportação ou falhar em inspecionar as plantas de processamento.
"Temos que trabalhar junto ao governo porque outros países podem se aproveitar de eventuais falhas no posicionamento do Brasil", disse o vice-presidente da BRF no Brasil, Alexandre Almeida, durante conferência da indústria.
"Quanto mais rigorosos melhor," disse ele em relação às inspeções.
Ele disse que a empresa está investindo fortemente para a redução da presença de salmonela nas fábricas, o que ajudaria a melhorar o acesso a mercados externos, disse Almeida.
O ministro da Agricultura Blairo Maggi disse na mesma conferência que o governo está reestruturando os sistemas de controle de qualidade e de fiscalização do país, prometendo que mais detalhes sobre as mudanças serão anunciados em breve.
Ainda segundo Almeida, a BRF avalia que a internacionalização é o melhor caminho para a expansão dos negócios, ao mesmo tempo em que acredita que a elevada carga tributária do Brasil dificulta a competitividade global da empresa.
(Por Ana Mano)