Apesar da queda de área esperada para o verão, contexto dos preços deve incentivar cultivo da “safrinha” de milho

Publicado em 07/10/2015 10:03
Segundo avaliação da INTL FCStone, a produção da segunda safra do cereal pode alcançar recorde, puxada pelos preços domésticos favoráveis

Em sua revisão de outubro, a consultoria INTL FCStone manteve a expectativa de queda esperada para a área plantada na primeira safra de milho 2015/16, de 5,6% em relação ao ciclo anterior, e expansão de 4,3% para a área de soja em relação à estimativa da Conab da safra passada.

Apesar da perda prevista para o cereal, o contexto de preços domésticos mais elevados do milho, favorecidos pelo contexto cambial, leva à crença de que o cultivo da “safrinha” deve ser incentivado, caso esse cenário seja mantido. “Ainda é cedo para se chegar a um número para a segunda safra, mas existe um grande potencial a ser explorado. Com preços considerados favoráveis pelos produtores, a produção no inverno pode vir a alcançar um novo recorde”, explica a analista da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi.

Com relação à primeira safra do cereal, o plantio no sul do país está adiantado, tendo ultrapassado 50% do total no Paraná e no Rio Grande do Sul. Neste último estado, alguns casos de replantio têm sido reportados, após a geada ocorrida em meados de setembro, mas as condições das lavouras de modo geral são boas. Em outras partes do país, como em Minas Gerais, os produtores aguardam a ocorrência de um volume mais significativo de precipitações para dar início ao plantio.

Soja

Já no caso da soja, a produção mais elevada deve ser compensada por uma demanda também aquecida em 2015/16, o que deixará os estoques em 5,7 milhões de toneladas. “Apesar de ser considerado um nível confortável, se tivermos problemas maiores com produtividade, especialmente no Rio Grande do Sul, que poderia sofrer influência negativa do El Niño, poderíamos observar um aperto mais significativo”, pondera a analista da consultoria, Natália Orlovicin.

Apesar da temporada de plantio da oleaginosa ter sido aberta em alguns estados, na metade do mês de setembro, o clima não tem sido regular. No Paraná, as chuvas mais abundantes ajudaram a recompor a umidade do solo, permitindo o avanço mais rápido do plantio. Já no Mato Grosso, há um atraso significativo, pois as precipitações ainda não chegaram ao estado. No entanto, a previsão climática para os próximos dias no Centro-Oeste do Brasil indica maior umidade, o que possibilitará o avanço acelerado dos trabalhos no campo e uma recuperação do atraso.

De olho no MAPITO

Com a expectativa que a produção brasileira de soja alcance mais de 100 milhões de toneladas, os estados que mais devem ganhar área são o chamado MAPITO (região que engloba os estados do Maranhão, Piauí e Tocantins) e o Mato Grosso. No caso da primeira localidade, os estados devem somar, juntos, 11,74% de incremento no comparativo com o ciclo anterior. O estado que mais agregou área ao grupo é o Tocantins, com aumento anual esperado em 14,12%.

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Fonte:
INTL FCStone

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