Leite/Cepea: Preço ao produtor avança 4,5% em janeiro, e tendência altista deve permanecer no 1° tri
O preço do leite captado em janeiro seguiu em alta pelo terceiro mês consecutivo e chegou a R$ 2,1347/ litro na “Média Brasil”, conforme dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Este valor é 4,5% maior que o de dezembro/23, mas 23,3% menor que o de janeiro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de janeiro/24).
O aumento do preço ao produtor continua atrelado à menor produção no campo, o que, por sua vez, tem acirrado a disputa entre os laticínios e cooperativas por fornecedores. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 1,85% de dezembro para janeiro. No acumulado dos últimos três meses (de novembro/23 a janeiro/24), a captação recuou 4,1%.
De um lado, a seca e o calor são fatores que têm influenciado negativamente a produção desde setembro do ano passado. Por outro lado, as margens espremidas dos pecuaristas desde o último semestre causaram redução de investimentos dentro da porteira, reforçando o cenário de oferta limitada neste momento.
A pesquisa do Cepea mostra que o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira na “Média Brasil” ficou estável em janeiro, e o poder de compra do produtor frente ao milho melhorou. Porém, a relação de troca se mantém acima da média dos últimos 12 meses (ver seção Custos de Produção, na página 6).
Nesse contexto, o ritmo de investimento no campo ainda se mantém lento, o que deve limitar a recuperação da oferta. Por isso, a expectativa dos agentes de mercado é de que as cotações do leite cru continuem em elevação nos próximos meses. Pesquisas em andamento conduzidas pelo Cepea indicam cenário de valorização de até 5% para a “Média Brasil” em fevereiro. Porém, é importante destacar que dois fatores podem limitar o movimento de valorização no campo a partir de março: consumo e importações.
Com a matéria-prima mais cara, os preços dos lácteos no atacado paulista registraram altas em fevereiro, mas abaixo dos reajustes esperados no campo para o mesmo mês. Agentes de mercado relataram dificuldades em realizar o repasse da valorização do leite ao produtor para os lácteos, devido à demanda desaquecida no varejo (ver seção Derivados, na página 4).
Ao mesmo tempo, as importações de lácteos continuam sendo um tema delicado no setor. Apesar de terem recuado 13% em fevereiro, o volume adquirido do mercado internacional (185 milhões de litros em equivalente leite) ainda é 18,9% maior que o internalizado no mesmo período do ano passado. As exportações brasileiras de lácteos, por outro lado, subiram expressivos 106,7%, mas ainda representam menos de 10% do volume importado (ver seção Mercado Internacional, na página 5).
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