Setor de máquinas tem queda em faturamento e em capacidade ocupada em janeiro, diz Abimaq
SÃO PAULO (Reuters) - A indústria de máquinas e equipamentos teve queda de 6,4% na receita líquida total em janeiro sobre o mesmo período do ano passado, a 20,25 bilhões de reais, segundo dados divulgados nesta terça-feira pela associação do setor, Abimaq.
O consumo aparente de máquinas e equipamentos em janeiro recuou 10,1% frente a um ano antes, informou a entidade, enquanto o nível de ocupação de capacidade instalada da indústria caiu pelo quinto mês seguido em janeiro, para 75,5%.
"Janeiro começou com mesma tendência de desaceleração da atividade...o que torna a análise do setor um pouco mais preocupante", disse a diretora-executiva de economia e estatística da Abimaq, Cristina Zanella, a jornalistas. "Começamos o ano bem mais fraco do que gostaríamos", acrescentou.
Segundo ela, itens que pressionaram na queda da receita no mês passado incluíram máquinas agrícolas, máquinas para bens de consumo e máquinas de transformação, enquanto, do outro lado, o que segurou o recuo foram segmentos como peças de reposição, indicando hesitação dos industriais em fazerem novos investimentos diante das incertezas da economia.
"A reforma tributária...ainda que não traga resultados rápidos, só o fato de haver o andamento do tema tende a trazer confiança nos mercados e possivelmente atração de investimentos", disse Zanella. Ela acrescentou que o mesmo ocorre com a definição sobre o novo arcabouço fiscal do país, que está sendo prometido pelo governo para março.
Em janeiro, a carteira de pedidos da indústria brasileira de máquinas e equipamentos teve queda de 2,4% ante dezembro, para 11,2 semanas.
A Abimaq divulgou no final de janeiro expectativa de crescimento do faturamento do setor em 2023 da ordem de 2,3%, com viés de baixa, mas após o desempenho divulgado nesta terça-feira, deve refazer a projeção em função dos novos números.
No segmento de máquinas agrícolas, que tem registrado expressivas quedas desde o final do ano passado, a expectativa é de recuo de pelo menos 10% se os juros seguirem elevados e não houver mudanças no Plano Safra, que esgotou recursos em outubro, disse Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq.
"A janela de investimentos (pelos agricultores) ficou ruim e o próximo Plano Safra é só em julho. Por isso, teremos um primeiro semestre bastante ruim e dificilmente vamos recuperar isso no segundo semestre", disse Estevão.
(Por Alberto Alerigi Jr.)
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