Milho: Focado no clima nos EUA, mercado exibe leves quedas nesta 3ª feira

Publicado em 21/10/2014 08:58

As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham com ligeiras perdas no início da sessão desta terça-feira (21). Por volta das 9h42 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam perdas entre 0,25 e 0,75 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,48 por bushel. 

O mercado recua após os ganhos registrados no pregão anterior, impulsionados pelos números da demanda. Entretanto, as previsões de clima seco nos Estados Unidos, deverá favorecer o avanço da colheita do cereal norte-americano.

Ainda ontem, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que cerca de 31% da área cultivada foi colhida até o último domingo. O índice ficou abaixo das expectativas do mercado, que apostava em número próximo de 36%. Na semana anterior, cerca de 24% da área já havia sido colhida.

No mesmo período do ano passado, em torno de 38% já tinha sido colhida e a média dos últimos cinco anos é de 53%. As condições das lavouras foram mantidas em 74%, boas condições, 19% situação regular e 7% condições ruins ou muito ruins.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Milho: No Brasil, apesar da melhora nos preços praticados, negócios permanecem lentos

Os preços do milho praticados no mercado interno brasileiro registraram ligeiras altas em algumas praças nesta segunda-feira, conforme levantamento do Notícias Agrícolas. Diante dos leves ganhos em Chicago e a valorização do dólar, o preço da saca subiu 2,86% em Cascavel (PR) e terminou o dia cotada a R$ 18,00. Em Campo Novo do Parecis (MT), a alta foi de 4,00%, com a saca negociada a R$ 13,00, já no Porto de Paranaguá, a saca fechou o dia cotada a R$ 24,50, com ganhos de 2,08%.

Hoje, a moeda norte-americana terminou cotada a R$ 2,4637, com alta de 1,28%. Mais cedo, o câmbio chegou a tocar o patamar de R$ 2,4658 na máxima do dia. O dólar foi impulsionado pela pesquisa de intenção de voto à presidência da República da CNT/MDA. 

Apesar da leve melhora, o analista de mercado da New Agro Commodities, João Pedro Corazza, ressalta que os negócios permanecem lentos no mercado interno. O produtor não reduz o preço da oferta e o comprador restringe ao máximo melhorar o valor, em virtude da grande capacidade estocada, segundo diz o analista.

"Com a melhora nos preços praticados nos Portos, as tradings entraram novamente no mercado liquidando produto da safrinha. Já o produtor viu o aquecimento da demanda e voltou a segurar a sua venda", relata Corazza.

Em seu último boletim, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) reduziu a projeção para as exportações, que passaram de 21 milhões para 19,500 milhões de toneladas. Em contrapartida, os estoques subiram de 15 milhões para mais de 18 milhões de toneladas no final da safra 2014/15.

Até a terceira semana de outubro, os embarques brasileiros de milho totalizaram 1,833 milhão de toneladas, com média diária de 141 mil toneladas. Em relação ao mês anterior, houve uma valorização de 15,6% na quantidade exportada. Os dados foram são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e foram reportados pela Secretaria de Comércio Exterior.

Em comparação com os meses anteriores, podemos considerar que é um número considerável. Vemos que a demanda internacional se voltou um pouco mais aos portos brasileiros, no entanto, ainda assim é pouco perto da produtividade da nossa safrinha, acredita Corazza.

Bolsa de Chicago

As principais posições do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a sessão desta segunda-feira (20) com leve alta. Ao longo das negociações, os contratos do cereal reverteram as perdas e voltaram a trabalhar em campo positivo. O vencimento dezembro/14 terminou o dia cotado a US$ 3,48 por bushel.

De acordo com informações reportadas pela agência internacional de notícias Bloomberg, o contrato dez/14 chegou a tocar o patamar de US$ 3,42 por bushel ao longo dos negócios, o nível é o mais baixo desde 13 de outubro. Como principal fator de pressão sobre os preços, em boa do pregão desta segunda-feira, foi a previsão de melhora nas condições climáticas nos Estados Unidos.

Frente às projeções, que indicam tempo firme e seco nos próximos dias, a perspectiva é que os produtores norte-americanos consigam avançar com os trabalhos nos campos. Até a última semana, cerca de 24% da área cultivada havia sido colhida, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O órgão irá atualizar os números no final da tarde de hoje.

E, segundo uma pesquisa realizada pela Bloomberg, a expectativa é que o número fique próximo de 34% da área colhida. "Parece que tivemos uma colheita ativa no fim de semana, e nós vamos ter um bom tempo de colheita pela frente", disse Larry Glenn, analista da Frontier Ag, em entrevista à agência.

Na visão do analista, o mercado já precificou a safra de milho dos EUA, projetada em 367,69 milhões de toneladas, assim como, a diminuição nas precipitações e o avanço na colheita. "Tudo indica que os preços deverão se manter próximos dos atuais patamares e também deve se atentar à situação de atraso no plantio da soja no Brasil, que deverá afetar a janela ideal de plantio do milho safrinha", destaca.

Ainda assim, o analista sinaliza que se os preços futuros não reagirem, a tendência é que os agricultores estadunidenses segurem ainda mais o produto à espera de novas oportunidades de comercialização. "Nos EUA, a capacidade de armazenagem é muito boa e os produtores irão segurar ao máximo o produto", completa Corazza.

Com isso, a perspectiva é que as cotações registrem oscilações positivas. Além disso, o analista explica que, o consumo de carnes, especialmente os suínos, também está aquecido nos EUA, consequentemente, a perspectiva é que haja uma melhora no consumo que, juntamente com a produção de etanol poderá melhorar a demanda.

Inclusive, nesta segunda-feira, o USDA reportou as vendas semanais de milho em 717,605 mil toneladas até o dia 16 de outubro. O volume ficou abaixo do registrado na semana anterior, de 933,78 mil toneladas. O número também foi menor do que as previsões do mercado, que apostava em algo entre 740 mil a 890 mil toneladas.

Já no mesmo período do ano passado, as vendas ficaram em 820.807 mil toneladas, conforme dados anunciados pelo USDA. No acumulado do ano comercial, com início em 1º de setembro, as vendas totalizam 5.693.495 milhões de toneladas, contra 3.768.796 milhões de toneladas acumuladas no ano safra anterior.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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