Milho: Após altas expressivas, preços recuam na BM&F, mas março/15 se mantém acima dos R$ 30,00

Publicado em 30/10/2014 12:41 e atualizado em 30/10/2014 15:09

Na manhã desta quinta-feira (30), os futuros do milho na BM&F Bovespa operam em queda. Após exibir forte alta no pregão anterior, as cotações recuaram e, por volta das 11h34 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam desvalorizações entre 0,25% e 1,35%. Ainda assim, o contrato março/15 se mantinha acima dos R$ 30,00 a saca.

O mercado ainda observa redução da área cultivada com o cereal na primeira safra. Em comparação com a cultura da soja, os preços do milho são bem menores, fator decisivo, que influenciou a decisão do produtor rural. Para essa temporada, a previsão da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) é que sejam colhidas entre 27 a 29 milhões de toneladas, abaixo do ciclo anterior, de mais de 31 milhões de toneladas. 

Na visão do analista de mercado da Cerrado Corretora, Mársio Ribeiro, o atraso da semeadura da soja, especialmente no Mato Grosso, encurta a janela ideal de cultivo do milho safrinha, o que também dá sustentação ao mercado. Apesar do retorno das chuvas durante essa semana, o atraso na semeadura do grão já é consolidada.

Para a próxima semana, entre os dias 2 e 6 de novembro, as previsões climáticas indicam chuvas para boa parte do país, conforme dados da Somar Meteorologia. Nas principais regiões produtoras, o acumulado de precipitações pode ficar entre 30 mm a 50 mm, podendo alcançar até 70 mm em algumas localidades. Para a semana seguinte, a perspectiva é que também haja chuvas, com bons volumes acumulados também. Com isso, a perspectiva é que os agricultores consigam evoluir com os trabalhos nos campos. 

Enquanto isso, as exportações brasileiras começam a ganhar ritmo também e a expectativa é que o número fique próximo de 3 milhões de toneladas embarcadas em outubro. De janeiro até setembro, os produtores brasileiros conseguiram embarcar cerca de 11 milhões de toneladas do cereal.

"Tivemos uma queda, entre julho e agosto, e a previsão era de que não conseguiríamos atingir as 21 milhões de toneladas projetadas. E no ano anterior, entre novembro e dezembro conseguimos embarcar 7 milhões de toneladas. Então, o país ainda tem condições de embarcar um bom volume, o que fez com que os preços voltassem a subir também", explica Ribeiro.

E frente a essa melhora nos preços praticados, os agricultores conseguiram avançar nas vendas no mercado interno. Em Goiás, as cotações saíram do patamar entre R$ 16,00 a R$ 17,00, para R$ 20,00 a R$ 21,50. Ainda segundo o analista, os agricultores devem aproveitar os momentos para negociar parte da produção. "Se tivermos uma regularização do clima, sem quebra na safra, é possível que o mercado volte a recuar. E precisamos lembrar que o volume de estoque previsto para final da safra 2014/15 é elevado", orienta Ribeiro.

Bolsa de Chicago

A quinta-feira também é negativa para os futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT). Os futuros da commodity até chegaram a registrar uma alta no início do pregão, porém, voltou a recuar ao longo dos negócios. E, por volta das 13h19 (horário de Brasília) exibiam perdas entre 2,25 e 2,70 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,73 por bushel.

O mercado reflete as informações de que o Banco Central norte-americano irá reduzir os incentivos para a economia e que os juros no país podem subir. Consequentemente, os investidores migraram das commodities, de maior risco, para ativos mais seguros, como os títulos do Tesouro Americano.

Outra informação que também pesa no mercado são os números do relatório de vendas para exportação, reportada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Até o dia 23 de outubro, as vendas totalizaram 489.800 mil toneladas do cereal. O número representa uma queda de 53% em relação à semana anterior e 55% na média das últimas quatro semanas. 

Paralelo a esse cenário, os investidores também observam a evolução da colheita do cereal nos Estados Unidos. No início da semana, o USDA reportou que cerca de 46% da área havia sido colhida até o domingo. Entretanto, a perspectiva dos participantes do mercado é que o número evolua, já que as condições climáticas estão favoráveis no país.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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