Milho: Nesta 4ª feira, mercado volta a subir e contrato março/15 é cotado a US$ 4,08 por bushel

Publicado em 17/12/2014 08:25 e atualizado em 17/12/2014 11:56

Após fechar a sessão anterior com leve queda, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a trabalhar em campo positivo. No início do pregão desta quarta-feira (17), as principais posições da commodity exibiam ganhos entre 1,00 e 2,25 pontos, por volta das 9h09 (horário de Brasília). O contrato março/14 era cotado a US$ 4,08 por bushel.

Apesar do movimento de realização de lucros exibido no dia anterior, depois das altas recentes, o mercado foca as informações sobre a autorização da China para a importação do DDGs. Nos últimos dias, os rumores impulsionaram também o mercado e, segundo informações reportadas pelos sites internacionais, a confirmação foi feita pelas autoridades chinesas nesta terça-feira.

No total, desde o ano passado, a nação asiática rejeitou mais de 1,2 milhão de toneladas de cargas do cereal dos EUA, por conter o MIR 162, ainda não aprovada pelos chineses. Além disso, os investidores também estão atentos às informações sobre a safra no Leste Europeu. Por enquanto, a perspectiva é de quebra nas produções de milho e trigo na região devido ao clima irregular.

Paralelamente a esse cenário, a movimentação dos preços do petróleo também tem sido observada pelos participantes do mercado do cereal. Os analistas destacam que, a cotação mais baixa da commodity acaba afetando a competitividade do etanol. E, nos EUA cerca de um terço da produção de milho é destinada à produção de etanol. 

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

Com suporte do câmbio, mercado de milho registra valorização de até 3,13% na BM&F

A sessão desta quarta-feira (16) foi bastante positiva aos preços do milho na BM&F Bovespa. As principais posições do cereal exibiram valorizações entre 0,87% e 3,13% no pregão de hoje. O vencimento março/15 era cotado R$ 32,10 a saca, depois de ter encerrado o pregão do dia anterior a R$ 31,40 a saca.

A forte valorização observada no câmbio foi a principal alavanca às cotações do grão. Nesta terça-feira, a moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 2,7355 na venda, com ganho de 1,87%, o patamar é o mais alto desde 24 de março de 2005. Na máxima do dia, o câmbio chegou ao patamar de R$ 2,7614, com alta de 2,83%.

Segundo informações da agência Reuters, o movimento positivo é decorrente a aversão ao risco nos mercados globais, depois da forte alta dos juros na Rússia na noite anterior se mostrar insuficiente para evitar o tombo do rublo. E também a persistente queda nos preços do petróleo.

Por outro lado, os embarques brasileiros do cereal registraram uma alta expressiva em relação ao mês anterior. Até a segunda semana de dezembro, as exportações de milho totalizaram 205,5 mil toneladas, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior. O número representa um crescimento de 38% em comparação com novembro, quando os embarques ficaram em 148,9 mil toneladas.

No mesmo período do ano passado, os produtores brasileiros exportaram 146,9 mil toneladas do grão. Em comparação com a média de dezembro de 2014, o ganho é de 39,9%.

Mercado interno

No mercado interno, as cotações do cereal também subiram em algumas praças. Conforme levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, em Ubiratã, Londrina e Cascavel, ambas no Paraná, as cotações subiram 1,43% e terminaram a terça-feira a R$ 21,30 a saca, respectivamente. No Porto de Paranaguá, o preço também aumentou 1,64% e fechou a R$ 31,00 a saca, para entrega em agosto de 2015. Nas demais praças, o dia foi de estabilidade. 

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho terminaram a sessão desta terça-feira (16) do lado negativo da tabela. Em um pregão de volatilidade, as principais posições do cereal chegaram a trabalhar em campo positivo, porém, reverteram os ganhos e encerraram o dia com quedas entre 2,00 e 3,00 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 4,05 por bushel.

De acordo com a analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi, o mercado foi pressionado pela maior disponibilidade da oferta do cereal no mercado interno norte-americano. "Com a recente valorização nos preços, os agricultores avançaram nas negociações do milho, o que contribuiu para pressionar o mercado", explica.

Além disso, outra variável que tem movimentado o mercado do cereal recentemente é a possibilidade da China em autorizar a importação do DDGs, subproduto do processamento do grão na produção do etanol e com alta concentração de proteína. "Esse movimento se materializa, será um impulso para as exportações de milho dos Estados Unidos para a nação asiática", disse Li Qiang, diretor e fundador da Shanghai JC Intelligence Co., em entrevista à Bloomberg.

Desde o ano passado, os compradores chineses rejeitaram mais de 1,2 milhões de toneladas de cargas de milho norte-americanos, por conter o MIR 162, não aprovada na China. "Os sites internacionais já reportaram que as autoridades chinesas autorizaram as importações do DDGs, o que deve ser fator positivo aos preços", destaca Ana Luiza.

Paralelamente, a analista de mercado destaca que, ss perspectivas de demanda para o cereal norte-americanos são positivas. A demanda para a produção de etanol, assim como, para a produção de rações, permanece aquecida. Nesta temporada, mais de 130 milhões de toneladas do cereal serão destinadas à produção de etanol, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Contudo, a tendência é que os preços da commodity permaneçam oscilando próximos dos US$ 4,00 por bushel. "Por mais que haja uma demanda firme, temos que considerar a oferta, que continua favorável. Desde a quebra expressiva na safra dos EUA, a oferta vem se estabelecendo e a não ser que tenhamos uma perda, as cotações deverão permanecer trabalhando próximas dos atuais patamares", ressalta a analista.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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