Milho: Cotações em Chicago iniciam o dia buscando recuperação após forte queda nas sessões anteriores

Publicado em 22/06/2016 08:49

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago acompanham a tentativa de recuperação dos demais grãos e trabalha com ligeiras altas na manhã desta quarta-feira (22) na Bolsa de Chicago. O cereal busca se recompor depois das perdas expressivas que foram observadas nos pregões anteriores, com as de ontem, que passaram de 23 pontos entre as principais posições. 

Assim, por volta das 7h55 (horário de Brasília), os vencimentos mais negociadas subiam entre 0,75 e 2 pontos, com apenas o vencimento julho/16 abaixo de US$ 4,00 por bushel. Já o setembro/16 era negociado a US$ 4,04. 

O Meio-Oeste americano conta com boas condições de clima favoráveis para o desenvolvimento das lavouras norte-americanas e a pressão sobre os preços já acontece há algumas semanas. Nesse momento, boas chuvas chegam à importantes regiões produtoras e, até o último domingo (19), 75% das lavouras se encontravam em boas ou excelentes condições. 

Além disso, há ainda as expectativas que permeiam o mercado financeiro nesta semana, trazendo alguma aversão ao risco aos investidores, principalmente à espera da decisão da Grã-Bretanha sobre sua permanência na União Europeia. Nesta quarta, a maior parte das ações asiáticas fechou em alta diante de perspectivas de que a Grã-Bretanha fica o que traz, em contrapartida, alguma segurança um pouco maior ao mercado. As especulações, porém, continuam e, consequentemente, a volatilidade também. 

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

Diante do clima favorável nos EUA, preços do milho registram queda de mais de 5% na CBOT

Por Fernanda Custódio

As principais posições do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta terça-feira (21) com quedas expressivas. Os vencimentos ampliaram o movimento negativo ao longo do dia e encerraram o dia com perdas entre 23,75 e 25 pontos. O contrato julho/16 perdeu o patamar dos US$ 4,00 por bushel, cotado a US$ 3,96 por bushel. Já o dezembro/16 era negociado a US$ 4,08 por bushel. As cotações acumularam desvalorizações de mais de 5%.

O analista de mercado da Novo Rumo Corretora, Mário Mariano, reportou que a manutenção do patamar de 75% de lavouras do cereal em boas ou excelentes condições acabou encorajando um movimento de vendas por parte dos fundos de investimentos. “Os fundos estavam comprados em grãos em meio à expectativa de que o La Niña trouxesse uma perda à safra americana. E os investidores esperavam uma queda de 2% a 3% no índice de lavouras em boas condições, como isso não aconteceu eles venderam as posições. Tivemos 47 mil contratos de milho vendidos”, afirma.

Desde ontem, os mapas climáticos voltaram a indicar chuvas em algumas partes do Meio-Oeste do país, o que, de acordo com alguns analistas, devem aliviar áreas que estavam mais secas. E o clima deverá continuar no radar dos participantes do mercado. Isso porque, em meados de julho, nas principais regiões, as lavouras deverão entrar em fase de polinização, uma das mais importantes para a cultura. O momento é considerado de definição da safra por parte dos investidores.

No final da tarde desta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que em torno de 75% das lavouras apresentam boas ou excelentes condições, mesmo índice registrado na semana anterior. O órgão também manteve o percentual de plantações em condição regular e condições ruins ou muito ruins, em 21% e 4%, respectivamente.

Ainda hoje, o consultor internacional Michael Cordonnier, revisou para baixo a estimativa para a produtividade média das lavouras de milho nesta safra em comparação com a semana anterior. O número ficou em 174,62 sacas por hectare, o USDA estima o rendimento médio das plantas em 177,8 sacas por hectare.

"Minha preocupação é de que algum milho sofra com o stress hídrico durante a polinização, quando a planta está definindo o tamanho da orelha. Uma vez que este tamanho está definido, ele não pode ficar maior, assim sendo, o stress durante a pré-polinização pode resultar em produtividades menores. Eu acredito que isso possa já estar ocorrendo em alguns locais com o leste do Kansas, norte do Missouri, sul de Iowa e oeste de Illinois, Indiana, Ohio e Michigan", diz o consultor.

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BM&F Bovespa

As cotações do milho fecharam a sessão desta terça-feira (21) em forte queda na BM&F Bovespa. As principais posições do cereal exibiram perdas entre 2,84% e 5,02%. O vencimento julho/16 era cotado a R$ 42,74 a saca, já o setembro/16, referência para a safrinha, recuou 4,98% e, finalizou o dia a R$ 40,09 a saca.

No Porto de Paranaguá, a saca do cereal para entrega em setembro/16 também encerrou o dia em queda, de 2,63%, cotada a R$ 37,00 a saca. No mercado interno, a terça-feira também foi negativa. No Mato Grosso, as praças de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, caíram 10,34% e a saca voltou a ser negociada a R$ 26,00.

Em São Gabriel do Oeste (MS), a queda foi de 5,88%, com a saca a R$ 32,00. Já em Ubiratã e Londrina, ambas no Paraná, o recuo ficou em 4,05%, com a saca do milho a R$ 35,50. Em Jataí (GO), a desvalorização foi de 2,56% e a saca encerrou o dia a R$ 38,00. Na região de Não-me-toque (RS), a queda foi de 2,17%, com a saca a R$ 45,00.

A forte queda registrada na Bolsa de Chicago (CBOT) também acabou influenciando o andamento das negociações na bolsa brasileira. Paralelemente, o avanço da colheita da safrinha no Brasil tem contribuído para pressionar as cotações do cereal. Com isso, é possível observar as praças que registram maior queda são as que estão mais adiantadas em relação aos trabalhos nos campos, como Mato Grosso e Paraná.

Por outro lado, há um interesse maior do lado vendedor, já que muitos produtores estão colhendo e já negociam o milho, em uma tentativa de aproveitar os valores mais altos. “E isso acaba pressionando ainda mais os valores praticados, de uma maneira mais intensa. Associado a esse cenário, temos os compradores que estão retraídos no mercado”, afirma o pesquisador do Cepea, Lucílio Alves. Ainda na formação desse cenário está a renegociação dos contratos feitos antecipadamente.

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>> Preços do milho recuam até 15% no Brasil com colheita da 2ª safra

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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