BR Distribuidora: volume de venda de diesel está sendo retomado
O presidente da BR Distribuidora, Rafael Grisolia, disse há pouco que os impactos da queda de demanda com o isolamento provocado pelo novo coronavírus foram fortes em março, mas que o volume de vendas de diesel já está sendo retomado para níveis pré-crise. Segundo ele, essa retomada é uma indicação de que a economia começa a se reativar, o que gera otimismo para o setor. Grisolia participou no início desta tarde de uma teleconferência com analistas para comentar os resultados da companhia no primeiro trimestre esse ano.
"Tivemos impacto forte em março, mas já vemos volumes de diesel voltar para níveis pré-crise, o que de certa forma dá otimismo, lembrando que o diesel é um antecedente do PIB e o retorno do consumo é importante, é uma indicação de que a economia começa a se reativar", disse Grisolia.
O CEO da BR informou que os volumes de venda no Ciclo Otto (gasolina e etanol) sofreram na última semana de março uma redução de 55% em relação à média diária acumulada desde o início do trimestre, enquanto os volumes de diesel sofreram redução de 25% e os do segmento de aviação, redução de 60% na mesma comparação. Como consequência, os volumes médios totais do trimestre apresentaram queda de 7,4% em relação ao quarto trimestre de 2019, sendo 14,9% de redução no Ciclo Otto, 6,5% no diesel e 8,2% na aviação, segundo informou a empresa.
De acordo com a BR, os volumes médios diários de diesel em abril foram cerca de 5% inferiores à média do primeiro trimestre de 2020 excluída a última semana de março. No Ciclo Otto, os volumes de abril foram cerca de 28% inferiores na mesma comparação. Por outro lado, o segmento de aviação permaneceu com atividade reduzida, tendo a queda média em abril chegado a 85% na comparação com os níveis pré-crise.
Em maio, os movimentos de gradual recuperação de demanda continuaram a acontecer tanto para o diesel quanto para o Ciclo Otto, enquanto a aviação permaneceu no mesmo patamar de abril. O volume médio diário de diesel vendido em maio foi cerca de 3% superior ao período pré-crise (novamente tomando como referência o acumulado do trimestre excluído o período a partir de 21).
"Ainda percebemos uma queda em relação ao pré-crise no ciclo Otto. Aviação, que chegou a ter queda de 85% está começando a ter também algum sinal de recuperação nos últimos registros", disse Grisolia há pouco.
Na teleconferência, o executivo disse ainda que não declarou força maior nos contratos com os fornecedores e que a BR tem estrutura financeira para garantir a sua solidez até que a crise passe. Ele afirmou que o relacionamento com as revendas foi pontual e discutido caso a caso, com cada um que teve problema financeiro, e que apesar da crise a empresa, que foi privatizada no ano passado, está dando continuidade a mudança na imagem na rede de postos, como novo layout.
Sobre a concorrência, Grisolia disse que os postos de bandeira branca, que não "carregam" muitos impostos e têm uma estrutura menor, ficam mais competitivos e com melhores preços durante uma crise como esta. Mas afirmou que é de se esperar recuperação de demanda e normalização nas finanças dos postos credenciados mais para a frente.
Ele disse ainda que há muita preocupação com o movimento dos preços de refinaria da Petrobras. "Tentamos o máximo possível ter agilidade de passagem desse custo de refinaria. Tivemos uma velocidade um pouco mais rápida que os nossos concorrentes. Isso foi importante para o capital financeiro da própria revenda. Agora, tem que acompanhar o que o mercado está fazendo para garantir que o nosso revendedor consiga competir na bomba. É uma dinâmica natural de mercado", afirmou.
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